www.futebolamadordeminas.com

Prestação de Serviços Gratuitos ao Futebol Amador de Minas Gerais

E-mail: futebolamadordeminas@gmail.com

           
     
    Canal do João Meu Canal    
   
  Fonte: www.jornaldosudoeste.com.br - Foto: Nelson Duarte

Domingo cedo, há 46 anos é dia de treino para o Carreteiros F.C. em São Sebastião do Paraiso

Mais fotos no nosso FACEBOOK

Quem passa nas manhãs de domingo pelas imediações do Estádio Irmãos Capatti, conhecido como “Campão do Ginásio”, ao lado da Arena João Mambrini, presencia um animado bate-bola que vai das 7 às 10 horas. A movimentação, no entanto, se inicia bem mais cedo, quando começam a chegar os primeiros integrantes da equipe do Carreteiros F.C., hoje em dia mesclada por outros profissionais, além de filhos de carreteiros que ficaram nas vagas deixadas por seus pais. É uma história de amizades e conquistas iniciada há 46 anos, completados meados desta semana, no dia 20 de outubro.

Conforme relembra Noraldino José da Rocha foi o gosto pelo esporte que o motivou, juntamente Alécio Paschoini e José Pedro Machado, formar a equipe, inicialmente apenas com carreteiros.

“O prefeito Waldir Marcolini nos deu a primeira bola, o José Caran da Transportadora São Pedro, onde eu trabalhava, também nos ajudou, e sempre estava presente assistindo nossos jogos”, disse.

Os treinos que tradicionalmente acontecem aos domingos de manhã, conforme explica, é porque muitos carreteiros que faziam parte do time saíam em viagem na parte da tarde.

“Quando formamos a equipe, meu pai Sebastião José da Rocha (o Baiano) trabalhava com o Monsenhor Mancini na Escola de Comércio e na Rádio, era muito amigo dele, pediu autorização para treinarmos no campão. Monsenhor era muito rígido, mas autorizou. Com o tempo o campo passou para o município, que também tem nos concedido autorizações, disse Noraldino.

O fato de jogadores chegarem bem cedo é por conta de um critério adotado: no treino não há lugar garantido. À medida em que chegam, eles vão assinando seus nomes em uma lista, e os 22 que marcam primeiro iniciam jogando, e poderão jogar o tempo todo. Na sequência, ou seja, do 23 em diante, são os reservas. Quando algum integrante se cansa, ou quer ceder se lugar, também por ordem de chegada, entram os reservas. “Houve época que alguns chegavam às cinco horas”, salienta.

O Carreteiros FC disputou a Taça Paraíso e foi campeão por três vezes, e disputou partidas amistosas na região e em cidades paulistas.

“Formamos bom time. Houve campeonato que do começo ao fim não perdemos para nenhum time. Jogávamos em Cássia, Itaú, Pratápolis, Capetinga Ribeirão Preto. Depois não quisemos mais participar de campeonatos, e ficamos apenas com os treinos. Sempre digo que não queremos jogador bom, queremos amigos. A vitória é ninguém se machucar”, afirma.

Noraldino era volante na equipe. Há seis anos passou por cirurgia na coluna e no pé, e não joga mais, mas diz sentir falta, e todos os domingos lá está. Leva os uniformes, o material para os treinos, e acompanha a partida, entremeado com o cafezinho levado pelo Zezinho Biriré, o primeiro a chegar, que há mais de dez anos se integrou aos Carreteiros, e é seu atual tesoureiro. “Ele é animado e me ajuda muito”, enfatiza Noraldino.

Tigrão, Dito Sapateiro e Timburé também são integrantes do Carreteiros há um bom tempo, têm histórias para contar. Muitos integrantes da equipe se foram ao longo desses 46 anos.

“Renovou o time, muitos morreram. Aceitamos atletas mais novos, sendo filhos de ex-jogadores. Vinham acompanhando seus pais, e hoje estão jogando, e além de carreteiros houve a abertura para que jogadores de outras profissões treinem com a gente”.

Cada participante contribui mensalmente com pequena quantia para ajudar nas despesas para lavar uniformes, pagamento de árbitros e do churrasco de confraternização anual, da qual participam familiares de jogadores.

“É uma festa muito boa. Anteriormente era no salão da paróquia São José, depois no barracão cedido pelo Lisandro Monteiro, que nos ajuda muito. Não fizemos no ano passado e não teremos neste também por causa da pandemia. Houve paralisação nos treinos e o caixa ficou fraco”.

“Vivi muitos anos fora daqui, retornei e não saí mais. Sempre falo que moramos no céu”, conclui Noraldino José da Rocha, ao falar sobre o bicentenário de São Sebastião do Paraíso, e comemorando os 46 anos de existência do Carreteiros F.C.