Sedese inicia segunda etapa de
pesquisa para desenvolver futebol
feminino em Minas Gerais
Resposta ao questionário enviado aos
853 municípios mineiros vai valer
pontos no ICMS Esportivo ano base
2023
Com objetivo de mapear a prática de
futebol por mulheres nas escolas
públicas e privadas, times,
organizações ou associações, e saber
quais os campeonatos são promovidos
nas modalidades futsal e futebol de
campo, a Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Social
de Minas Gerais (Sedese-MG),
por meio da Subsecretaria de
Esportes (Subesp), iniciou pesquisa
de monitoramento junto aos gestores
esportivos municipais mineiros.
A
Sedese encaminhou, nesta
quarta-feira
(27/09), via e-mail, um
questionário com 14 perguntas para
os 853 municípios mineiros, com
prazo de 93 dias para que seja
respondido, a fim de observar o que
vem sendo desenvolvido nas
modalidades pelo estado. Aqueles
municípios que responderem vão
garantir pontos no ICMS Esportivo
para o ano base de 2023.
“Esta pesquisa
é importante para que possamos
mapear a prática esportiva voltada
para as mulheres. Por isso contamos
com a colaboração de cada gestor
municipal ligado ao tema. Isso vai
nos ajudar a entender a participação
das mulheres na vida esportiva dos
municípios, e, ao mesmo tempo, vai
nos ajudar a construir estratégias
para promover a igualdade de gêneros
no nosso estado”, destacou
Soraya Romina,
subsecretária de Políticas dos
Direitos das Mulheres.
Esta é a segunda parte da pesquisa,
que pretende descobrir o que é feito
com foco na realidade de cada
município. A primeira parte, que
visa saber sobre o conhecimento
local a respeito de cada modalidade,
vem sendo realizada nas edições do
Fórum de Temáticas Esportivas
(Forte). Já foram realizados dez
encontros nas Diretorias Regionais
da Sedese e outros cinco estão
previstos para este ano.
Objetivo
A
proposta de geração de dados
estatísticos sobre a prática de
futebol e futsal por mulheres em
Minas Gerais tem como base o Decreto
Federal 11.458, que institui a
Estratégia Nacional para o Futebol
Feminino. O objetivo do decreto é
promover condições favoráveis para o
desenvolvimento do futebol feminino
profissional e amador no país,
incentivando o estabelecimento de
mecanismos efetivos de
desmobilização de comportamentos
intolerantes ou violentos contra as
meninas e as mulheres nos estádios
de futebol ou fora deles.
“O
desenvolvimento do futebol feminino
foi prejudicado por inúmeros fatores
sociais que se acumularam ao longo
dos anos. Além da perda técnica,
observada nas atletas, e
organizacional, nos calendários,
essa realidade tem nos levado a
situações extremas de preconceito e
violência nos ambientes e praças que
recebem jogos e torcedores da
modalidade”, afirmou
Nina de Abreu,
assessora de
gabinete da Sedese e propositora da
pesquisa.
Segundo o relatório
“Movimento é
Vida”, do Programa Nações
Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), a prática de atividades
esportivas por mulheres no Brasil é
40% inferior aos homens, o que
também interfere na condição da
categoria que chegou a ser proibida
no país entre os anos de 1967 e
1979. No geral, a história do
esporte no Brasil nos mostra a
significativa divisão dos
incentivos, apoios, visibilidade e
relações de poder dados a homens e
mulheres.
“Com essa
pesquisa vamos conseguir dar início
a uma mudança nesta perspectiva, e a
partir dela vamos dar ainda mais
espaço para as mulheres jogarem e se
divertirem com o futebol, uma paixão
nacional sem gênero”,
completou
Soraya.