Independente
do Osmar celebra 45 anos de
"paixão" pelo
Futebol em São Sebastião do
Paraíso
Dizem
que o futebol é o jogo da
paixão e é por isso que ele
reúne em torno de si multidões
de apaixonados. Em São
Sebastião do Paraíso
um exemplo típico desta situação
é o Independente F.C. Fundado
em 11
de junho de 1971,
o time está completando 45
anos de existência, por onde
já passaram gerações de
jogadores sob a batuta de um só
comandante, Osmar
Alves Ferreira, 70.
"Aqui
nós somos uma verdadeira família,
que vivenciou inúmeras
alegrias nas conquistas do
futebol amador da nossa cidade
e também em torneios da região",
descreve o comandante do
escrete.
Tudo
começou com três amigos que
fundaram o Independente, mas
que posteriormente passou a
ser conduzido até os dias
atuais pelo dirigente Osmar
que segue à frente tratando
dos interesses da equipe.
"Começamos
eu, mais o meu cunhado Antônio
e mais um amigo que iniciamos
a formação do time. Depois
de quase três anos devido a
circunstâncias diversas
acabei assumindo a direção e
estou à frente até os dias
de hoje",
conta Osmar
Ele
disse que ao longo deste tempo
sempre teve a ajuda de amigos,
dos familiares.
"Me
considero um fanático pelo
futebol desde
aquele tempo, porque ele
sempre me deu muito prazer,
tivemos muitas alegrias,
conquistas de títulos e vários
torneios",
aponta. Como em todo jogo
Osmar reconhece que é
importante manter o espírito
esportivo.
"Temos
que saber ganhar e saber
perder, pois, nem sempre tudo
é só alegria.
Ao
longo da jornada o
Independente teve várias
conquistas.
"Tivemos
um segundo lugar na Taça do
Povo, fomos campeões de um
torneio realizado antes da Taça
Paraíso", relembra.
No âmbito regional o
Independente também disputou
torneio ao lado de equipes de
Pratápolis, Santo Antônio da
Alegria, Paraisense e Monte
Santo de Minas, entre outros.
"Falar
em dificuldades é uma coisa
muito relativa porque
trabalhamos sempre com a
comunidade, porque toda vida não
pudemos contar com ajuda política
e dependíamos de nós
mesmo",
descreve.
Segundo
o dirigente, os integrantes do
Independente sempre foi uma
"turma aguerrida, um
pessoal muito unido".
Foram gerações de jogadores,
pais e filhos, tios e
sobrinhos.
"Todo
o tempo sempre realizamos um
trabalho social, recuperamos
muita gente, demos
oportunidade e ficou o
reconhecimento de muita gente,
muitos pais, porque aqui através
do nosso futebol amador
encaminhamos muita gente para
o exercício da
cidadania",
destaca.
De
acordo com Osmar, o time
passou a ser uma escola de
vida. "Fazemos
um trabalho muito sério,
muito bonito, que infelizmente
é um trabalho que não é
reconhecido pela autoridades e
não é devidamente
valorizado",
relata.
O
dirigente disse que assim como
o futebol possui altos e
baixos, o Independente também
viveu suas fases.
"Tivemos
sim várias gerações que se
destacaram e nos
alegraram".
Nos tempos áureos segundo ele
o time chegou a medir força
com a Paraisense em sua equipe
de aspirante.
"Tivemos
uma fase em que chegamos a
ganhar deles que estavam com
mais de 70 jogos invictos. São
momentos que ficaram
registrados na nossa história
e é a nossa maior
alegria",
cita.
Atualmente
o time não está disputando
nenhuma competição.
"Ficamos
um bom tempo parado, e agora
estamos aguardando o que vem e
pretendemos seguir em frente,
enquanto tivermos forças",
menciona. Osmar ressalta que
em função dos tempos
modernos mexer com futebol às
vezes se torna algo
complicado.
"O
problema dos jovens hoje
muitas vezes é o envolvimento
com as drogas e são poucos
que têm uma visão pelo
esporte".
Ele reconhece que o futebol
tem perdido espaço até mesmo
para a internet.
"Tenho
na cabeça que precisamos
evoluir e muitos podem ser
recuperados, porque o esporte
é saúde",
completa.
Antigamente,
recorda Osmar, subíamos na
carroceria de um caminhão e
seguíamos para todos os
cantos aos domingos para
disputar duas partidas de
futebol, sendo um jogo para os
aspirantes e outro para os
titulares.
"Conheci
toda a região, fiz muitas
amizades, me tornei conhecido,
porque tínhamos adversários
em campo e não inimigos,
porque a escola da vida é a
maior, preenche a gente de
conhecimento",
ressalta.
Amigo
da FMF
Um
dos sonhos de Osmar Ferreira
para o Independente era ter se
tornando uma equipe
profissional e ter disputado o
Campeonato Mineiro.
"Chegamos
a nos filiar à federação na
década de 80 quando o
presidente era o coronel José
Guilherme",
conta. Por muitas vezes o
presidente este em Paraíso e
tínhamos uma grande amizade.
"Ele
esteve aqui, onde hoje é a
barbearia e por várias vezes
nos encontramos e nos reunimos
quando ele vinha na cidade,
porque antes havia relações
mais humanas éramos mais próximos.
Dia e noite o pessoal vinha
aqui para conversarmos sobre
futebol",
menciona.
O
maior impedimento para que o
Independente disputasse o
futebol profissional foi a ausência
de um campo de futebol
adequado.
"Se
tivéssemos um local, o mais fácil
seria montar um time, porque
hoje, por exemplo, existem
empresários que oferecem os
atletas, montam o time, mas
infelizmente também hoje em
dia há muitas taxas como
segurança, arbitragem e
outras coisas, que fica difícil",
comenta. Anteriormente também
não havia como nos dias
atuais as famosas escolinhas.
"Antes
os olheiros vinham na várzea
e se alguém destacava o
empresário levava",
diz.
Com
a conquista da Medalha de Ouro
pelo Brasil nas Olimpíadas,
Osmar acredita que o futebol
nacional poderá até se
tornar um pouco mais
valorizado e respeitado.
"Com
isso eles têm chances de
elevar o moral. Antes de
terminar ele ainda revelou ter
realizado o sonho de ter
jogado com seu neto na equipe,
algo que lhe deu maior prazer
nos últimos tempos. Mas sou
ainda a favor do que era
antes, jogava-se futebol por
amor à camisa é isso que
ainda fazemos aqui no
Independente, fazemos e
brincamos o futebol com amor e
fazemos dele uma paixão
nestes 45 anos e queremos
continuar por toda nossa
vida", finaliza
Osmar Ferreira.