Prefeitura
de Belo Horizonte quer
desapropriar campo do Grêmio
Mineiro e moradores temem pelo
futuro do espaço
Espaço
seria reformado pela
prefeitura; população
enxerga com desconfiança
Moradores
do bairro Santo André, na
região Noroeste de Belo
Horizonte, temem pelo futuro
do campo do Grêmio
Mineiro.
O espaço é usado para
realização de jogos do
Futebol Amador bem como para
treino do time de mesmo nome
e, segundo a comunidade local,
a Prefeitura quer assumir a
administração com a
justificativa de que irá
reformar as instalações.
De
acordo com o presidente do Grêmio
Mineiro, Wallace da Silva Araújo,
o espaço, um dos campos de várzea
mais antigos da capital, é
constituído por um total de
25 lotes, sendo que 17 foram
doados para o clube em 1985, e
a entidade teria a permissão
de uso do restante,
pertencentes à PBH.
Ele
explica que uma das propostas
da prefeitura seria de o Grêmio
continuar com os terrenos próprios
e os que pertencem ao
executivo seriam devolvidos.
"Os
lotes são misturados. Então
contrataríamos um topógrafo
que faria a permuta", disse.
"Mas no dia 10 de
setembro chegou um ofício
informando que teríamos até
o dia 30 para ficar lá. Ou
seja, em menos de 20 dias teríamos
que decidir o destino do clube
e onde treinar",
completou.
O
presidente da agremiação e a
comunidade local afirmam se
sentirem inseguros, sem saber
se o espaço irá receber a
devida atenção, correndo o
risco de ser abandonado.
Além
disso eles enxergam com
desconfiança o interesse do
executivo pelo espaço.
"Há
obras em outros campos que estão
paradas. Não vejo o porque de
desapropriar, nos pagar a
indenização e depois gastar
dinheiro em uma obra de grande
vulto. A PBH
começou a nos pressionar,
coisa que nunca aconteceu.
Enquanto isso, vemos muitos
campos piores que os do Grêmio
e a prefeitura não toma a
mesma ação para
reformar",
lamentou
Justificativa
O
secretário municipal de
Esportes e Lazer, Patrick
Drumond, justifica que a intenção
da pasta em desapropriar o
campo é, de fato, promover
reformas de melhoria nos vestiários,
academia popular e troca da
grama por uma sintética.
"A
prefeitura não pode investir
recursos em um espaço que não
seja público, por isso
estamos tentando uma
desapropriação amigável",
informou.
Segundo
Drumond, a utilização do
espaço é cobrada pela
agremiação. Por isso, o
projeto da PBH
é acabar com essas cobranças
e, "instalar
um comitê gestor de forma a
democratizar o espaço para
que todas as pessoas
principalmente as mais
carentes tenham acesso aos
equipamentos públicos de
forma gratuita".
"O
campo não vai acabar e o Grêmio
Mineiro vai continuar fazendo
as atividades lá",
pontuou.