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Técnico do Ás de Ouro alega que foi agredido por diretor do DFAC

   Uma simples decisão da Comissão Disciplinar do DFAC, de reduzir a punição de dois para um jogo do jogador Evandro Soares de Almeida, por reconhecer excesso na aplicação do artigo 305 do CBDF, terminou em pancadaria na porta da Federação Mineira de Futebol e virou caso de polícia.

Tudo começou, segundo conta o técnico do Ás de Ouro Futebol Clube, clube do bairro Alto Vera Cruz, Ricardo Roellas, quando percebeu que sua equipe da segunda divisão júnior estava sendo alijada do campeonato da categoria promovido pelo DFAC, através de uma "irregularidade". "Primeiro perdemos cinco pontos, punição aplicada administrativamente pelo DFAC, por utilizarmos o atleta Evandro Soares de Almeida, que estava suspenso por duas partidas pela Comissão Disciplinar do DFAC. O atleta foi punido no artigo 305 do CBDF, e julgado a revelia. Mas o Código Disciplinar prevê, em seu artigo 40, que nenhum atleta menor de 21 anos pode ser julgado sem um defensor, seja do clube ou nomeado pelo presidente da comissão", relata Roellas.

Constatada a primeira irregularidade, o atleta e seu pai recorreram ao presidente do Tribunal Mauro Alves das Neves, pedindo revisão no processo. "Como possui ficha limpa (era primário), os membros da Comissão Disciplinar mantiveram a punição, mas reduzida para apenas um jogo. eles fizeram uma Sessão Extraordinária com a presença dos doutores Raimundo Nepomuceno, Antônio Abala Neto e do procurador Karlito Rocha, que deram provimento ao pedido de revisão e reduziram a pena em acórdão unânime", reforça Ricardo, que exibiu cópia do processo.

Agressão

Na última terça-feira, porém, o técnico esteve na Federação Mineira de Futebol para acompanhar o julgamento de seu clube no artigo 301 (perda de pontos administrativos), certo de que seria acatada a decisão da Comissão Disciplinar, que ao reduzir a suspensão para apenas um jogo, devolveu a condição legal do jogador na partida em que o clube fora administrativamente punido.

Segundo Roellas, no entanto, ao advertir o diretor do DFAC, Marco Artur, conhecido como Gá, que seu clube entraria na Justiça para interromper o campeonato caso ele prosseguisse sem o seu clube, iniciou-se a sessão de pancadaria.

Ricardo Roellas afirma que foi atacado por Marco Artur, que é cunhado do presidente da FMF, Elmer Guilherme. "Contando com a ajuda de Ricardo Mendonça (tesoureiro da FMF e síndico do prédio) e Téo Teófilo, que também são parentes de Elmer, eles me agrediram com socos e chutes, quebraram meu celular, que foi parar no meio da avenida (Barbacena)", sustenta o indignado técnico.

Revoltado, Ricardo acionou a Polícia Militar, que compareceu ao local para registrar a ocorrência. "Eles (os supostos agressores) são tão covardes que fugiram, não tiveram a coragem de esperar a polícia", dispara o técnico que, escoltado pela PM,  pode entrar no prédio e ir ao Tribunal de Justiça Desportiva, "mas a sessão já havia acabado e o Ás de Ouro não foi julgado no artigo 301 como deveria ser", reclama. A ocorrência policial foi registrada sob o número 671.971 no 11º DP.

"Irei até as últimas conseqüências. Moverei uma ação por perda materiais e morais contra eles", garante o técnico, que também promete continuar lutando na Justiça pelos direitos do seu clube, pois o campeonato teve seu prosseguimento no último domingo.

"É uma imoralidade, pois além de não respeitarem o Ás de Ouro, só porque é um clube humilde, também estão desrespeitando as outras equipes, pois, se justiça for feita, todos os participantes desta fase serão prejudicados nos resultados obtidos, além de perderem dinheiro com jogos que não valerão nada. Com a inclusão do Ás de Ouro, que tenho certeza que irá acontecer, uma nova tabela terá que ser feita e os resultados anteriores serão anulados, garante Ricardo Roellas.