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Fonte: www.otempo.com.br - Jonatas Pacheco | @JonatasPacheco8

Finais da Taça das Favelas Minas Gerais acontece neste sábado (18/11)

Decisões da quarta edição mineira do maior campeonato de futebol entre comunidades do mundo serão no Mineirão

Vila Tiradentes é uma das equipes nas finais | Foto: Créditos: André Cavaleiro/Taça das Favelas

Jogar no Mineirão é o desejo de muitos craques. Para quem pratica o futebol amador, é um sonho, que no sábado (18/11), a partir de 14h, se tornará realidade para os times masculino e feminino que vão disputar a final da quarta edição da Taça das Favelas Minas Gerais.

Entre os meninos, a final será inédita. Pela primeira vez, as comunidades Vila Tiradentes e Pedreira Prado Lopes fazem a decisão, após deixar outras 22 equipes para trás.

Localizada no bairro Concórdia, na região Nordeste de Belo Horizonte, a Vila Tiradentes participou de todas as edições da Taça das Favelas. A melhor colocação da equipe foi a terceira posição em duas oportunidades. Neste ano, o time conta com muitos meninos que já estiveram nas bases de times tradicionais de Minas Gerais, como América e Atlético.

Caso de Kauã Douglas. Com apenas 14 anos, o atacante titular é o xodó da equipe e fez o primeiro gol do time na estreia da competição contra o Mangue Seco.

“Estou muito feliz de estar representando minha comunidade, sendo o jogador mais novo do time. Desde os 5 anos estou seguindo meu sonho de ser profissional”, disse Kauã Douglas a O TEMPO SPORTS.

“Quem mora em comunidade escuta muita coisa dos meninos, cada um deles tem uma história de vida para contar. Alguns têm pais para ajudar, outros, não. A Taça das Favelas é um torneio muito esperado. Sabemos que nem todos vão virar jogador de futebol, mas sempre falamos para eles sonharem alto. Mesmo que não se tornem profissionais, que não sigam caminhos errados. O esporte dá disciplina a eles, e usamos como ferramenta de educação”, contou Dodô, presidente da Vila Tiradentes.

Já a Pedreira Prado Lopes está disputando a Taça das Favelas pela segunda vez. No ano passado, a equipe caiu nas semifinais para o Aglomerado da Serra e agora quer o primeiro título da competição.

O lateral-direito Cauã Marcus, de 17 anos, não esconde a ansiedade de disputar a final no Mineirão.

“É inexplicável, uma experiência única. Bate uma ansiedade, mas a vontade de vencer jogando em um estádio profissional é ainda maior. A Taça das Favelas significa realização de sonhos”, afirma.

Clássico grande no feminino

Se no masculino a final é inédita, entre as mulheres as comunidades Aglomerado Santa Lúcia e Alto Vera Cruz se enfrentam pela quarta vez. Até aqui, melhor para o Alto Vera Cruz, que venceu o duelo nas duas primeiras edições em Minas Gerais.

“Virou um verdadeiro clássico. São duas equipes fortes, que sempre fizeram jogos grandes e equilibrados. Como nas outras finais, vamos em busca do título e do tricampeonato, focadas e com os pés no chão. Não tem favorito até que a bola role”, comentou a treinadora Samara Soares, do Alto Vera Cruz.

No lado do Aglomerado Santa Lúcia está a oportunidade de defender o título, conquistado no ano passado, e igualar o número de canecos das rivais, feito que seria ainda mais especial jogando no Mineirão.

“Pra gente que vem de baixo, que tem que ralar muito para conquistar as coisas, é maravilhoso. Só temos que agradecer essa oportunidade de estar jogando a final em um estádio profissional, ainda mais representando o Santa Lúcia, que é minha casa”, disse a atacante Clicie Audrey.

Não é apenas futebol

Ser jogador profissional é um sonho que poucos conseguem realizar. É por isso que a Central Única das Favelas (Cufa), idealizadora da Taça das Favelas, utiliza o futebol como agente transformador na vida das meninas e meninos.

"É possível ver com nitidez que os atletas, a comissão técnica e a favela conseguem compreender o papel pedagógico, educativo e disciplinar que o projeto propõe para a sociedade. Isso é importante para que se quebre o estigma que existe sobre o território favela”, afirma Francis Santos, presidente da Cufa Minas.

Como foi a Taça das Favelas 2023

Campeonato Masculino

Os 24 times foram divididos em seis grupos com quatro equipes. Cada seleção disputou dois jogos dentro do seu grupo, e destes, foram classificados os dois melhores colocados. Os inscritos tinham entre 14 e 17 anos.

Como apenas 12 clubes avançaram, as quartas de final tiveram três jogos, cujos vencedores seguiram para a semifinal. O quarto semifinalista (Pedreira Prado Lopes) foi classificado pela melhor campanha entre os três times derrotados nas quartas.

Campanha Vila Tiradentes

Jogos: 5
Vitórias: 2
Empates: 2
Derrotas: 1

Os empates aconteceram nos jogos das oitavas e quartas de final. A Vila Tiradentes avançou de fase ao vencer a disputa de pênaltis.

Campanha Pedreira Prado Lopes

Jogos: 5
Vitórias: 3
Empates: 2
Derrotas: 0

Os empates aconteceram nos jogos da primeira fase e nas quartas de final. O Pedreira Prado Lopes foi derrotado pela Vila Tiradentes na disputa de pênaltis, mas avançou às semifinais como o melhor time entre os que perderam.

A final masculina será às 15h30

Campeonato Feminino

Oito times foram divididos em dois grupos com quatro cada. As equipes se enfrentaram dentro dos grupos e as duas melhores seleções de cada avançaram para as semifinais. As atletas tinham a partir de 14 anos, sem limite de idade.

Campanha Alto Vera Cruz

Jogos: 4
Vitórias: 3
Empates: 1
Derrotas: 0

O Alto Vera Cruz venceu seus dois jogos no mata-mata (quartas e semifinal) sem a necessidade de disputa de pênaltis.

Campanha Aglomerado Santa Lúcia

Jogos: 4
Vitórias: 1
Empates: 3
Derrotas: 0

O Aglomerado Santa Lúcia empatou no jogo da semifinal, mas avançou à decisão após vencer o Conjunto Santa Maria na disputa por pênaltis.