ESMERALDAS
- Ameaças espantam auditores do TJD
A
rivalidade entre os clubes da cidade está impedindo a Liga
de Esmeraldas de realizar a final do Campeonato Divisão
Especial. A decisão do título, que é disputado em dois
jogos, começou a ser disputada entre Vasco e Vista Alegre,
mas um mandado de segurança impetrado pelo Campolina levou
o Tribunal de Justiça Desportiva da Liga a suspender a
realização da segunda partida. Na primeira, o Vasco venceu
o Vista Alegre por 2 a 1.
O presidente da Liga, Mauro Márcio Campolina, espera que o
processo seja julgado pelo TJD o mais rápido possível,
para que a segunda partida seja disputada ainda este ano.
Para isso, é preciso a formação de uma nova comissão de
auditores, pois seus integrantes renunciaram ao cargo por
sofrerem ameaças.
A confusão começou quando o vice-presidente do Campolina,
Helbert Vieira, entrou com um recurso acusando o Vasco de
ter escalado o atleta Alysson dos Santos irregularmente, na
última rodada da semifinal, quando o Campolina foi goleado
por 4 a 1. Antes mesmo que a comissão disciplinar avaliasse
o caso, e sabendo que o jogador do Vasco havia atuado sob
efeito suspensivo concedido pelo presidente do TJD, Dalmo
Marçal da Silva, o diretor do Campolina impetrou um mandado
de garantia pedindo a paralisação da disputa.
No dia 15 de agosto, data do primeiro jogo final, o
presidente do TJD deferiu o pedido, mas mesmo assim Vasco e
Vista Alegre disputaram a partida, pois a Liga só recebeu o
ofício na segunda-feira. O presidente em exercício na época,
Ronaldo Garcia, acatou a decisão e suspendeu o segundo
confronto.
Desabono
Em depoimento ao procurador da TJD, Daniel Nunes, o
presidente do Campolina, Elias Miranda Júnior, relatou que
não havia assinado o pedido de mandado de garantia, e que a
decisão teria sido do vice-presidente, que, segundo ele, não
teria poderes para tal. O procurador, então, pediu o
arquivamento do processo. A decisão, no entanto, precisa
ser respaldada pela Comissão de Auditores e pelo presidente
do Tribunal, conforme o artigo 78 do CBJD.
Devido às constantes ameaças, oito dos nove auditores se
afastaram do TJD, e se recusam a comparecer as reuniões. A
Liga e o TJD estão tentando formar uma nova comissão, mas
ninguém quer enfrentar os dirigentes dos clubes locais.
Esses fatos aconteceram durante a minha licença da presidência,
por ter sido candidato a vereador. Agora, estamos
pretendendo solucionar a questão, mas a rivalidade entre os
clubes está atrapalhando , lamentou Mauro Campolina.
Denúncias
contra a Liga
O
integrante da comissão disciplinar, Gilmar Neves Moreira,
que esteve na Redação do DIÁRIO DA TARDE em campanhia do
presidente da Liga de Esmeraldas, Mauro Campolina, não se
manifestou em momento algum durante entrevista, parecendo
concordar com as declarações do presidente.
Curiosamente, no dia seguinte, ele enviou documento para a
redação do DT com várias denúncias, inclusive contra
Mauro Campolina. A reportagem entrou novamente em contato
com ele, que confirmou o teor do documento: Em nenhum
momento o senhor Mauro Campolina colocou a situação em que
a Liga ficou durante o tempo que Ronaldo Garcia o
substituiu. Ronaldo Garcia emitiu diversos cheques sem
fundos para pagamento a árbitros. Deu condições de jogo
ao atleta do Vasco, que gerou o recurso, sem ter poderes
para tal e, ainda, reteve a súmula da partida entre Campo
Alegre e Vasco na penúltima rodada da primeira fase. Nesta
partida, em uma disputa, o goleiro do Vasco agrediu ao
atleta do Campo Alegre, que desmaiou e foi parar no
hospital. O árbitro, ao invés de expulsar o goleiro e
marcar pênalti, decidiu dar falta do atacante. Esta súmula
tem sobre ela um mandado de segurança. Este mandado deve
ser julgado antes de qualquer outro, mas o então presidente
Ronaldo Garcia também a arquivou, não tendo poderes para
isso , acusa.
Gilmar Moreira também ataca Mauro Campolina: Na
segunda-feira que antecedeu a última rodada da última
fase, o Mauro, juntamente com o presidente do Vasco, Marcelo
Palhares Júnior, visitou, por volta das 7 horas, os
senhores Noildo e Borracha, respectivamente treinador e
presidente do Juventude, time este que colocou oito
jogadores na partida final da primeira fase, facilitando
assim a classificação do Vasco e, conseqüentemente,
eliminado o Campo Alegre .
Ouvido novamente pela reportagem, Mauro Campolina preferiu não
se manifestar a respeito das denúncias. Ele limitou-se a
dizer que é um direito dele (Gilmar Neves) expressar sua
opinião , que ele considera como um desabafo de revolta .