Em pouquíssimas
vezes, o trabalho de
um técnico interferiu
tão diretamente na
formação de uma
verdadeira máquina de
jogar futebol como
aconteceu no São
Paulo. Foi o caso do
mineiro Telê Santana.
Em
1990, o São Paulo não
foi bem no Campeonato
Paulista e não
conseguiu passar à
fase final do torneio.
No segundo semestre, o
time vinha fazendo uma
má campanha no
Campeonato Brasileiro
quando Telê chegou ao
Morumbi. Sua mão
conseguiu levar o
tricolor à final do
torneio, contra o
Corinthians. O São
Paulo foi vice-campeão.
Em
1991, o trabalho de
Telê Santana começava
a ser premiado com títulos.
O São Paulo
conquistou o
Campeonato Brasileiro
derrotando o
Bragantino. Na
primeira partida, no
Morumbi, 1 x 0 para o
São Paulo, com um gol
de Mário Tilico. No
jogo de volta, empate
em 0 x 0, em Bragança
Paulista.
No
mesmo ano, o São
Paulo ainda
conquistaria o
Campeonato Paulista. A
decisão foi contra o
Corinthians. Na
primeira partida, show
de Raí: o craque são-paulino
marcou todos os gols
da vitória por 3 x 0.
No segundo jogo, com
um empate em 0 x 0, o
tricolor sagrou-se
campeão paulista.
O
São Paulo conquistou
sua primeira
Libertadores em 1992.
Na decisão, enfrentou
os argentinos do
Newell's Old Boys. No
primeiro jogo,
disputado em Buenos
Aires, o tricolor
perdeu por 1 x 0. A
finalíssima foi no
Morumbi. O São Paulo
devolveu o resultado
da partida de ida e a
decisão foi para os pênaltis.
Graças ao goleiro
Zetti, o São Paulo
bateu os argentinos
por 3 x 2. Era a
primeira conquista
internacional do
tricolor.
Credenciado
pela conquista da
Libertadores, o São
Paulo foi a Tóquio
enfrentar o Barcelona,
da Espanha, na decisão
do Mundial
Interclubes. Os espanhóis
abriram o placar com
Stoichkov. Em seguida,
Raí empatou. A virada
brasileira veio
novamente com Raí,
cobrando falta e
selando o 2x1. A máquina
tricolor conquistava o
mundo.
Ainda
em 1992, o São Paulo
teve fôlego para
conquistar mais uma taça:
o Campeonato Paulista.
Na final, bateu o
Palmeiras por 2x1.
Em
1993, o time
conquistou o
bicampeonato da
Libertadores,
enfrentando nas finais
o Universidad
Catolica, do Chile. Na
primeira partida, no
Morumbi, goleada são-paulina:
5x1. Na partida de
volta, disputada em
Santiago, o tricolor
perdeu por 2 x 0.
Mesmo com a derrota,
sagrou-se bicampeão
da Libertadores. No
final do ano, o time
foi decidir o Mundial
Interclubes em Tóquio,
contra o Milan, da Itália.
E o São Paulo não
decepcionou. Vitória
por 3 x 2, com gols de
Palhinha, Toninho
Cerezo e Muller para
os brasileiros; Papin
e Massaro para os
italianos.
Era
a consagração máxima
de Telê Santana. O técnico
que havia ficado
estigmatizado com as
derrotas nas Copas de
1982 e 1986, em que
dirigiu a seleção
brasileira, conquistou
tudo o que disputou
pelo São Paulo,
acabando de vez com a
fama de pé frio.
Time
Base: Zetti, Cafu (Vítor),
Antônio Carlos (Válber,
Gilmar), Ronaldão
(Ricardo Rocha) e André
Luís (Ronaldo Luís,
Ivan); Pintado (Dinho,
Adílson), Cerezo
(Doriva), Leonardo e
Raí; Müller (Macedo,
Mário Tilico) e
Palhinha (Elivélton).
Grandes
Jogadores: Raí, Müller,
Leonardo, Palhinha e
Cafu.
Títulos:
Campeão Paulista:
1991 e 1992; Campeão
Brasileiro: 1991; Taça
Libertadores da América:
1992 e 1993; Recopa
Sul-Americana: 1993 e
1994; Supercopa da
Libertadores: 1993;
Campeão Mundial
Interclubes: 1992 e
1993.