Violência
para a Várzea de Belo Horizonte
neste fim de semana
Cento
e trinta árbitros de Futebol Amador resolveram cruzar os braços
no próximo domingo em protesto contra a onda de violência na
várzea. Nos últimos jogos, vários árbitros foram vitimas
de agressões por atletas e torcedores. A rotina de agressões
já atinge um índice de 60% dos jogos dos Campeonatos
Oficiais do Setor de Futebol amador da Capital, sendo a
maioria dos registros em súmulas como pedradas, cusparadas e
ameaças com armas de fogo, antes e durante os jogos.
Os
casos de agressões consumadas já está sendo levado ao
Tribunal de Justiça Desportiva. Na penúltima rodada foram
registrados dois casos e,
domingo passado, três outras agressões. Como algumas
competições estão chegando ao final, seriam escalados 78 árbitros
(trio), que enfrentariam as más condições dos alambrados e
a falta de policiamento em 80% dos campos, segundo informa o
gerente do Setor de Futebol Amador, Marco Artur Mendonça.
O
Sindicato dos Árbitros, presidido por Agostinho Barbosa
filho, encaminhou ao Presidente em exercício da Federação
Mineira de Futebol, Paulo Schettino, a suspensão temporária
de todos os jogos, inclusive da categoria júnior, até que se
providencie mais segurança para os árbitros.
Agostinho
Barbosa denuncia que as agressões estão em toda parte e
todas as formas (pedradas, socos e pontapés), mas que agora
está pior: “Estão usando armas de fogo. Se não fosse a mão
divina, certamente hoje estaríamos enterrando um companheiro.
Acredito que não basta o policiamento rotativo, é preciso o
policiamento do princípio ao fim do jogo. Não queremos
confronto, apenas compreensão. Eles (árbitros) não querem
mais trabalhar da maneira com estão sendo expostos”.
Segundo
Agostinho Barbosa, a decisão de suspender os jogos amadores
oficiais do final de semana foi para que as autoridades
envolvidas tivessem tempo de formalizar segurança para o trio
de árbitros. Com este objetivo foi realizada a primeira reunião
entre o presidente do Sindicato dos Árbitros, Agostinho
Barbosa Filho, o diretor do Departamento de Árbitros da FMF,
Lincoln Áfono Borjaile Bicalho e o presidente da FMF, Paulo
Schettino.
A
Polícia Militar, segundo a FMF, vai aumentar sua presença
nos jogos de maior risco, comparecendo com policiamento
ostensivo ou com patrulhas fazendo ponto no campo. Ou seja:
quando solicitados, atenderiam aos chamados da comunidade e
retornariam aos campos. As outras medidas, inclusive já
tomadas, seria a perda de mando de campo dos clubes
agressores, perda de pontos e eliminação de clubes e atletas
das competições.
As
agressões mais sérias foram contra os árbitros Lauro Ramos
da Silva, José de Fátima Fernandes e Waldeir Nogueira (nas
últimas rodadas). Os atletas agressores foram punidos pelo
Tribunal de Justiça Desportiva (Junta Disciplinar) com 729
dias (quase dois anos) de suspensão.
Os
árbitros assinaram a lista de protesto pelas agressões, que
foi encaminhada pelo Sindicato dos Árbitros às autoridades
envolvidas com o Futebol Amador.
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