Dirigente acusa PM e FMF
de transferirem responsabilidade
Na opinião de outro dirigente, que também pediu para não ser
identificado por razões óbvias, a agressão ao árbitro no
campo da Barragem Santa Lúcia já estava mais do que
desenhada. Segundo ele, não faltou alerta às autoridades
esportivas: Não adianta querer jogar sem segurança , disse.
Você, como dirigente, como requer algumas pessoas, não pode
tomar conta de toda comunidade, com pessoas menos preparadas,
e ainda comandar a sua equipe e o grupo de torcedor que é
mais freqüente nos campos , salienta o dirigente, alegando
que a PM e FMF tentam transferir a responsabilidade de segurança
para os clubes.
Foi Deus que nos ajudou que não acontecesse (tiroteio) contra
o São Luiz, onde tem muito nego armado, que não tem nada a
ver com o jogo, na beira do campo. Não temos nada contra o São
Luiz, mas duas pessoas morreram atingidas por balas atrás do
nosso campo, e se esses disparos fossem em outra direção,
poderiam ter alvejado outras pessoas que nada têm com o negócio
.
Tem hora que, como dirigente, não temos como gostar da gente
mesmo, se o próprio governador, um homem de arquibancada,
corta a verba destinada ao futebol amador em quase 60%. As
despesas, com a FMF, aumentando todos os dias e ainda temos
que estar disposto a enfrentar vândalos na beira do campo.
Nego armado e nenhuma solução que mexa com esta falta de
garantia. E mesmo que ela (segurança) aconteça direto, não
será em duas ou quatro semanas que estará resolvido o
problema de segurança. Depois, a polícia esquece e fica
fazendo rondinhas nos campos .
Maior Paixão
Outro dirigente da mesma região faz uma comparação entre o
futebol amador e profissional, entendo que a situação ocorre
da mesma forma. Porém, no futebol profissional há segurança:
O futebol é a maior paixão e envolve o estado de nervos das
pessoas. Então, às vezes, um erro da arbitragem gera um gol,
uma falta que não houve e a confusão é certa. Já no
futebol profissional também as decisões geram polêmicas e,
às vezes, os árbitros estão errados, mas estão garantidos
pela infra-estrutura que existe no estádio. O problema maior
é a segurança, porque, no futebol amador, fica o juiz
sozinho contra todo mundo, ou ele apita, ou se complica.
Porque o time da casa quer que ele apite sempre o favorecendo,
o adversário corre atrás e reclama, criando uma situação
difícil .
Mas, para a dirigente, a simples presença de dois policiais,
pelo menos, consegue inibir as ações contra o árbitro que,
assim, consegue apitar o jogo. Ele ainda observa que os
torcedores, temendo pela prisão em flagrante, não cometem
violência.
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