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Clubes do Aglomerado não concordam com interdição do campo da Barragem Santa Lúcia

Os dirigentes dos clubes que utilizam o campo da Barragem Santa Lúcia Associação Atlética Santa Lúcia, Prointer Futebol Clube e Principal Esporte Clube estão indignados com as decisões da Federação Mineira de Futebol (FMF). Por causa da brutal agressão contra o árbitro Wilson do Carmo, domingo passado, quando ele levou quatro tiros (três no abdômen e um no braço), o presidente da entidade Paulo Schettino determinou a paralisação de todas as categorias do Futebol Amador da Capital por tempo indeterminado, além de estabelecer a interdição do campo da Barragem Santa Lúcia por 90 dias. Os clubes também estão sendo responsabilizados pelo quadro de insegurança e violência em que se encontra o futebol amador.

Segundo afirmou o gerente do Setor de Futebol Amador da Capital (SFAC), Marco Arthur de Mendonça, os dirigentes dos clubes estavam cientes da situação precária de segurança na categoria. Ele contou que, antes mesmo da competição começar, há 60 dias, foi realizada uma reunião com os dirigentes dos times que, por sua vez, concordaram em assumir a responsabilidade pela segurança dos árbitros. No acordo, entretanto, ficou estabelecido que os campos de risco seriam relacionados pela FMF entre eles estaria o da Barragem Santa Lúcia para receberem uma melhor proteção da PM, o que não aconteceu.

Logo após a derrota do Principal por 1 a 0 para o Reunidos, do Alto dos Pinheiros, um homem, supostamente torcedor da equipe da casa, caminhou em direção ao árbitro, que estava acompanhado por dois diretores do time, e disparou quatro tiros a queima-roupa. Em seguida, o agressor voltou tranqüilamente para onde saiu, segundo contou o diretor de futebol do Prointer, José Evaristo Sobrinho. Depois que aconteceu tudo a polícia apareceu para socorrer o árbitro. Antes, até tinha um camburão aqui, mas os policias disseram que não ficariam assistindo a jogo de marmanjo , contou Evaristo, duvidando que a FMF tenha pedido policiamento para a partida. Se realmente foi remetido algum ofício à PM, quero vê-lo , desafio.

Quanto a responsabilidade pela segurança dos árbitros, o diretor afirmou que os times do Aglomerado não têm condições de garantir nada, pois são obrigados a pagar uma taxa de R$ 7,00 por cada policial destacado para o serviço: Se vamos ao quartel até mesmo com ofício antecipado, temos de pagar pelo policiamento. Se tivesse policiamento para os árbitros, pelo menos, fatos como esse não aconteceriam .

Santa Lúcia

Para o presidente do Santa Lúcia, Paulo Roberto Faustino, o Robertão, a FMF está transferindo mais uma responsabilidade para as equipes amadoras: A FMF não nos dá nada. Até a carteirinha do atleta temos de pagar R$ 1,00 por cada uma. Tudo lá se paga. Você gasta, mesmo sem ter dinheiro, e não tem retorno. Se for colocado na ponta do lápis, a gente gasta em torno de R$ 10 mil durante a competição e, no final, ganha um troféu que não custa nem R$ 300,00 , desabafou o dirigente, esperando que a interdição do campo dure menos que o estabelecido pela FMF.