Violência pára
novamente a várzea de Belo Horizonte / MG
FMF suspende campeonatos após árbitro ser baleado no campo da Barragem
Santa Lúcia na última rodada da Primeira Divisão
O
futebol amador sempre foi apontado como um lazer acessível
às camadas menos privilegiadas da população, além de um
mecanismo de inserção social capaz de combater a violência
e a droga. Mas, depois de mais uma brutal agressão no último
domingo, quando o árbitro Wilson do Carmo foi baleado no
campo da Barragem Santa Luzia, a violência marcou mais um gol
contra na várzea. Diante da insegurança, do medo e da
revolta dos árbitros, o presidente da Federação Mineira de
Futebol, Paulo Schettino, decidiu paralisar, por tempo
indeterminado, todas as categorias do Campeonato Amador da
Capital.
Apesar dos constantes apelos dos árbitros, que chegaram a
provocar uma greve no mês passado exatamente pela falta de
segurança, a tragédia ocorreu exatamente ao lado do 22 do
Batalhão da Polícia Militar. No campo da Barragem Santa
Lúcia, domingo à tarde, após a derrota da equipe do
Principal para o Reunidos, no Alto dos Pinheiros, um torcedor
supostamente da torcida local disparou cinco vezes, a
queima-roupa, no árbitro Wilson do Carmo. Quatro balas
atingiram o abdômen do juiz, que foi socorrido pela PM que
só apareceu, segundo os próprios árbitros, depois da
violência consumada.
Desta forma, em clima de revolta, e em comum acordo entre
dirigentes e árbitros, ficou decidida a suspensão dos
campeonatos. Foi agendada uma reunião para amanhã, na FMF,
entre o presidente da entidade, Paulo Schettino, e o coronel
Reinaldo Martins, chefe do Comando de Policiamento da Capital,
na tentativa de uma solução.
No acordo firmado há 60 dias, ficou estabelecido que os
campos de risco seriam relacionados pela FMF, para uma melhor
cobertura da Polícia Militar ficou. O campo da Barragem Santa
Lúcia, por exemplo, faz parte da relação.
A primeira medida tomada por Paulo Schettino foi interditar o
campo da Barragem Santa Lúcia por 90 dias. A súmula do jogo
e a ocorrência policial serão repassadas para o TJD/FMF, e
se couber uma ação jurídica a interdição pode aumentar.
Santa Lúcia
A diretoria do Santa Lúcia, um dos clubes mais tradicionais
do Aglomerado Santa Lúcia, procurou a redação do DT para
esclarecer que o clube não teve qualquer envolvimento com
caso de domingo, embora tenham mando de campo também no
local.
O jogo, na verdade, foi entre a equipe do Principal, que
também é Aglomerado da Barragem Santa Lúcia. No domingo, o
time do Santa Lúcia, que disputa a Repescagem da Divisão
Especial Módulo I, estava jogando contra o Jonas Veiga, no
campo do Cachoeirinha, onde empatou em 2 a 2.
A informação divulgada inicialmente confundiu a maioria das
pessoas, pela coincidência do nome do campo e do clube. A
diretoria do Santa Lúcia lembrou, ainda, que as equipes são
de divisões diferentes. O Santa Lúcia está no Módulo I da
Divisão Especial e o Principal da Primeira Divisão.
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