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Juiz fujão

Esta história me foi narrada pelo senhor João Moreno, administrador do São José Esporte Clube. Por volta de 1960 ou um pouco antes, talvez, o Corinthians de Jardim Paulista combinou um jogo contra o Guararema, campeão amador da cidade do mesmo nome. Para ambos os clubes, seria o jogo da entrega das faixas. Na cabeça de cada time, quem vencesse poderia ser considerado o melhor.

Ficou decidido que o clube visitante teria o direito a indicar o apitador da partida, no caso, o clube joseense. Aproveitando o fato de ser o vice-presidente da Liga o senhor João Moreno convidou um árbitro da entidade, de nome Sebastião.  “Seu” João não se recorda o sobrenome do apitador.

O Corintinha levou uma torcida enorme ao campo do adversário. O time era de chegada e a rapaziada não era de fugir da rinha. A equipe local vivia um bom momento, o que fazia seus simpatizantes mais apaixonados. Por conta disso, o campo de jogo transformava-se em barril de pólvora prestes a explodir. Torcedores apupavam-se mutuamente, ofendiam ao árbitro hostilizavam os jogadores adversários. Dentro das quatro linhas era tal de reclamar com a arbitragem que não acabava mais. Em vista disso, o árbitro da partida acabaria se descontrolando emocionalmente diante de tanta pressão. Àquela altura do campeonato já não tinha certeza de nada, virara um boneco nas mãos dos jogadores.

O campo do Guararema ficava num local um tanto quanto isolado, circundado por um espesso matagal. Por volta dos 30 minutos do primeiro tempo o árbitro põe a mão na barriga, abaixa-se, fica por alguns segundos nessa posição. Em seguida sai em desabalada carreira embrenhando-se no meio do mato. Foi uma zorra total. Os mais espirituosos diziam:

“O juiz pediu pra cagar e caiu fora...”

O acontecimento caiu como um refresco para o jogo que até então se apresentava quente. Os jogadores permaneceram no gramado esperando a volta do árbitro que não retornava. Passaram-se cinco, dez, quinze minutos e nada de o árbitro retornar. Após vinte minutos de espera e, certos de que o mesmo não voltaria, o pessoal resolveu arrumar alguém para substituí-lo. O jogo terminou 1 x 1.

O pessoal de São José dos Campos só veio a ter noticia do árbitro na terça-feira quando este apareceu na Liga para dar as devidas explicações. Perguntado sobre a atitude que tomara, Sebastião respondeu:

"Olha seu João, com o perdão da má palavra, sai pra cagar e não voltei mais"

Cagar coisa nenhuma! Ao perceber que seria linchado caso continuasse apitando ele não pensou duas vezes: fugiu, deu no pé, escafedeu-se! Atravessou a balsa, já do outro lado como não havia trem naquele horário ele veio a pé até chegar a Jacareí, de onde pegou um trem e veio embora para São José dos Campos.


Texto: 
Valter Brazão

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