Com
a caneta e a enxada nas mãos,
presidente do Operário, de
S.S. do Paraiso não mede
esforços para ajudar o clube
Presidente
faz a limpeza do campo do Operário
a espera dos times infantis e
adulto. Foto
de Ralph Diniz
“Faz
tudo”,
Jason Dourado administra o estádio
1º de maio praticamente
sozinho. Casa do tradicional
Operário Esporte Clube, o Estádio
Dr. Joaquim Ferreira Gonçalves,
o 1º de Maio, em São Sebastião
do Paraíso, não tem mais o
brilho de outrora e só é
mantido graças ao empenho de
alguns apaixonados pelo time,
que trabalham voluntariamente
para manter o local em condições
dignas de sua história.
Entre
eles está o presidente do
clube, Jason Alves Dourado,
uma espécie de “faz
tudo”
do Operário. “Esquecido”
pela diretoria e sem dinheiro
para contratar funcionários
para cuidar da manutenção
das dependências, tudo passa
pelas mãos dele; da
burocracia administrativa ao
roçar do gramado e seus
entornos.
“Estou
fazendo a minha parte,
limpando o campo para deixar
tudo em ordem. Tenho alguns
voluntários que me ajudam,
mas estou praticamente
sozinho. Consigo contratar um
rapaz para me ajudar, mas é só
de vez em quando”,
conta.
Jason
afirma que não recebe nenhuma
ajuda de órgãos públicos e
mantém o Operário com muita
dificuldade. O clube sobrevive
com pouca publicidade pintada
nos muros do estádio e os
aluguéis do campo para um
time de veteranos, do bar e de
um espaço onde está
instalada uma antena de uma
provedora de internet. O
montante beira os R$ 1 mil
mensais. De acordo com o
presidente, o valor arrecadado
não é suficiente para
custear as despesas. Para
evitar dívidas, o aposentado,
que recebe um salário mínimo,
chega a pagar contas com
dinheiro do próprio bolso. “Estou
desanimando”,
confessa.
Sensibilizado
com o momento, um dentista de
Jacuí não tem medido esforços
para ajudar Jason e o Operário.
Sempre que necessário, essa
pessoa doa materiais
esportivos ao clube. Além
disso, o voluntário já
custeou viagens do time
infantil para Ribeirão Preto,
onde os garotos participaram
de partida amistosa contra o
Botafogo.
Mesmo
assim, Jason não deixa de
lado um dos seus grandes
amores e trabalha sem descanso
para receber as equipes
infantis e adulta do Operário
Esporte Clube, que voltam a
treinar no estádio a partir
da segunda quinzena deste mês.
“Tenho
que deixar tudo pronto para
eles”,
completa. Por fim, Jason conta
que foi convidado a participar
de uma reunião com o prefeito
e sua assessoria jurídica
para prestar contas do
dinheiro arrecadado pelo Operário
em 2013.Reclamações
apontavam para falta de
manutenção e clareza na
aplicação dos recursos
arrecadados
Cleusa
Nunes mantém um bar nas
dependências do Estádio Dr.
Joaquim Ferreira Gonçalves, o
1.º de Maio, do Operário
Esporte Clube, e reclama que a
falta de manutenção no local
vem prejudicando a realização
de jogos e também aos
veteranos que, segundo ela,
pagam mensalidade ao
presidente.
“O
Operário está sem zelador,
limpeza, corte da grama do
campo e com mato alto ao
redor”,
apontou.
“O
presidente, Jason, também
arrecada com o aluguel do espaço
para as antenas que lá estão
instaladas e cobra das
empresas as publicidades
pintadas nos muros ao redor do
campo. Esse é um espaço público
que deveria estar em ordem”,
questiona.
Segundo
Cleusa, há cerca de um mês
os veteranos tiveram que ir
jogar na comunidade rural dos
Marques porque o campo, com a
grama alta, não oferecia
condições de jogo.
Reportagem
do Jornal
dos Sudoeste
esteve no local no começo da
semana e constatou que o
gramado precisava ser aparado,
havia mato ao redor das
arquibancadas e entulhos de
restos de material de construção
perto do sanitário feminino,
que tem um pequeno portão,
que está caindo. Na semana
anterior, o entorno havia sido
impo, com total retirada do
lixo.
Um
veterano, que não quis se
identificar, disse que não é
comum que o Operário fique
assim e que ele não avaliava
a situação como
“abandono” por parte do
presidente.
“Ele
vem fazendo uma boa gestão,
acredito que essa situação
logo seja solucionada”.