Uma
das principais cidades-sede da Copa do
Mundo de 2014, Belo Horizonte vai
tentar democratizar o futebol amador e
melhorar a qualidade dos campos de várzea
da cidade. Segundo a Secretaria
Municipal Adjunta de Esportes (Smaes),
a prefeitura já está levantando as
condições jurídicas dos espaços
esportivos e estudando diferentes
modelos de gestão para cada local.De acordo com a secretaria, a
meta será reformar e reestruturar 40
campos de futebol espalhados pela
capital. Segundo o gerente de
equipamentos esportivos da Smaes,
Talismar Silva, a prefeitura está
analisando os locais para apresentar
um plano de obras, que deverá ser
executado a partir deste ano, se
estendendo até 2012.
Esperança:
Na
praça Brasilina, no Sagrada Família,
José Carlos Souza sonha com a
reforma do campo, construído em
prol do lazer para a comunidade
"Vamos
priorizar alguns campos, que terão
toda situação legalizada", afirmou
Silva.
No
caso de clubes amadores, a intenção
é revisar os contratos de comodato e
avaliar o trabalho de dirigentes a
cada três ou cinco anos. A escolha
dos campos e praças levará em
consideração os programas esportivos
desenvolvidos e o número de pessoas
contempladas. No bairro Sagrada Família,
o pedreiro José Carlos Souza, 51,
joga bola todos os domingos no campo
da praça Brasilina. Ansioso pela
reforma, ele quer ver mais
frequentadores no local. "Os
meninos brincam, mas são
poucos".
Conselhos
Para
acabar com possíveis abusos
administrativos nos campos de várzea,
a prefeitura já começou a implantar
conselhos gestores, formados por
clubes e associações de bairro, além
da própria secretaria e as regionais
da administração. É o que já
acontece no estádio Baleião, no
aglomerado da Serra, na região
Centro-Sul.
Espaços
públicos de lazer municipais onde há
a intervenção direta da prefeitura são
provas de sucesso. No Baleião, por
exemplo, foi realizada, no mês
passado, a Future Champions - torneio
sub-17 oficial da Fifa disputado em países
que receberão a Copa do Mundo. Hoje,
oito locais públicos voltados à
atividade esportiva são administrados
diretamente pela prefeitura.
Programa
Campos de Luz trouxe mais segurança
Campo
iluminado é sinônimo de campo
seguro. A conclusão é de uma
pesquisa realizada nas comunidades
contempladas pelo projeto Campos de
Luz, do governo do Estado e da
Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig). De acordo com o Instituto
Olhar, 72% dos moradores acreditam que
a região ficou mais segura, e 82%
concordam que, após a iluminação,
as pessoas passaram a ter mais
alegria.
Criado
em 2004, o projeto foi encerrado no
fim do ano passado. Foram investidos
R$ 30 milhões e iluminados 722
campos. De acordo com o atual
coordenador do projeto, Antonio
Almeida, o novo governo estuda a
possibilidade de estender o programa.
Segundo ele, os registros de inadimplência
dos campos contemplados têm sido baixíssimos.
Campo
do Santa Cruz é modelo em BH
O
jovem Liniker, 16, sonha em ser um
jogador profissional de futebol. É
por isso que, todo dia, ele vai ao
campo do Santa Cruz, clube amador da
capital, para treinar. A equipe do
bairro de mesmo nome, na região
Nordeste de Belo Horizonte, é uma das
exceções na várzea
belo-horizontina. O time, que também
usa o campo em regime de comodato com
a prefeitura, consegue sobreviver sem
a ajuda do município.Com uma despesa
de R$ 15 mil por mês, o Santa depende
de parcerias e do auxílio da
comunidade para manter sua categoria
de base, o time amador e o patrimônio.
"É difícil cuidar das condições
do gramado com tanto uso. A manutenção
é muito grande", destaca o
presidente, Cláudio Henrique Soares.O campo do Santa Cruz conta
hoje com arquibancadas, alojamento
para os atletas, vestiários, academia
e até mesmo uma tribuna de imprensa.