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HISTORIA DO FUTEBOL MINEIRO

Dizem que mineiro come quieto, toma sopa pelas bordas, trabalha em silêncio, e coisas tais. Pode ser. Mas, no futebol, à prudência do mineiro, se sobressai a garra atleticana, a astúcia cruzeirense, o ímpeto americano. Quem já foi a um clássico Cruzeiro x Atléthco, no Mineirão, sabe que ali vale quem grita mais alto.

E torcer é com a gente das Alterosas, desde as imensas legiões de cruzeirenses e atleticanos até a pequena mas apaixonada torcida americana, a gente das Gerais gosta de lotar estádios e apoiar seus time rumo a novas conquistas e grandes exibições. Os números são fascinantes. Ora a fanática massa atleticana, que acompanha seu time nos bons e nos maus momentos, ora a imensa família azul cruzeirense, que lota o Mineirão com invejada freqüência nas grandes jornadas do time da Toca.

O futebol em Belo Horizonte

A introdução do futebol em Belo Horizonte pressupõe-se ter sido nos primórdios; da nova Capital, porque fundada em 1897 e já em 1925 foi disputado o primeiro campeonato. Teve por local o gramado do Prado Mineiro, um retângulo ocupando espaço da vasta área ainda hoje delimitada pelas ruas Platina, Pampas, Dr. Giordano e Diabase, atual Clube dos Oficiais da Polícia Militar, e que, em tempos idos, abrigou, também, o Hipódromo Mineiro - a propósito, havia no bairro a Rua Hipódromo, hoje Cel. Pedro Jorge Brandão -, o campo de aviação, primeiro pouso de aeroplanos da Capital, e menos remotamente, o D.I. - Departamento de Instruções da Polícia Militar. Ali, Os, foram disputados os primeiros jogos oficiais do futebol belo-horizontino, tempos históricos onde desfilaram os primeiros craques do esporte bretão, também denominado ludopédio e balipodos, expressões grego-latinas, substituindo o foot-ball, depois aportuguesado futebol.

O progresso do futebol era tão acentuado no final dos anos 10 que o Atlético, fundado em 1908, e o América, em 1912, já possuíam os seus estadinhos, curiosamente localizados um defronte ao outro. 0 alvinegro ocupando o quadrilátero onde funciona hoje o Mercado Municipal, e o alviverde onde é hoje o Minascentro. E existia o Sete de Setembro, com o seu campo localizado na então chácara da família Negrão de Lima. Zero gramado reservado à prática do futebol, rodeado por árvores frondosas; ficava nas imediações de onde hoje é a bonita praça Negrona de Lima.

O alvorecer dos anos 20 marcou o surgimento da Palestra Itália, congregando a colônia italiana radicada na cidade. Foi em janeiro de 1921. A população crescendo, o futebol atraindo maior número de adeptos, a cidade conhecendo um intenso progresso, não foi díf ícil ao América e ao Atlético, já então considerados grandes, as benesses governamentais.

0 alviverde cedeu seu terreno para a construção do Mercado Municipal, recebendo em troca uma área nas proximidades do Parque Municipal, com frentes para as avenidas Andrada e Araguaia, hoje Francisco Sales, o Alameda, atual Álvaro Celso da Trindade. Ao Atlético, por cessão de sua área, foi dado o quarteirão formado pelas ruas Rio Grande do Sul, Bemardo Guimarães e Gonçalves Dias, e avenida São Francisco, atual Olegário Maciel, alí sendo construído o estádio Antônio Carlos, homenagem ao então presidente do Estado, Antônio Carlos; Ribeiro de Andrade.

0 final dos anos 20 mostrava a Capital com três estádios. Isso porque também o Palestra Itália, por conta própria, inaugurava o seu, em 1927, em local privilegiado, no quadrilátero formado pela avenida Paraopeba, hoje Augusto de Uma, e ruas Guajajaras, Ouro Preto e Araguari.

Mas o futebol belo-horizontino não se limitava ao Palestra, América, Atlético e Sete de Setembro. Bairro que se prezasse tinha lá o seu time de futebol disputando campeonatos. A Lagoinha se dava ao luxo de se fazer representada por duas equipes, a alvinegra do Guarani e a tricolor - verde, vermelho e verde - do Fluminense. E havia o Calafate F.C., o Carlos Pratos F.C., o Palmeiras, de Santa Efigênia. Desaparecidos já estavam o Grêmio Ludopédico, o Yale e até mesmo um time chamado Plínio havia existido.

Em 1933, quando da adoção de profissionalismo, desapareceram os chamados pequenos que disputavam com os grandes o campeonato oficial. Não podendo pagar aos seus jogadores, por carência total de estrutura, não tiveram como evitar o exodo de seus craques. 0 Sete de Setembro ainda resistiu, permanecendo no regime remunerado até há poucos anos. Hoje faz presença apenas em certames de categorias inferiores.

0 futebol amador, porém, continuou e permanece até os dias atuais. Em todos os bairros e vilas, em campos de terra, gramados alguns, estão os chamados times varzeanos. América, Atlético e Palestra, hoje Cruzeiro, aí estão na luta pela preservação de seus conceitos de grandes clubes. Belo Horizonte, prestes a entrar no ano de seu centenário, pode muito bem se orgulhar de seus representantes no mundo futebolístico.

O começo

0 futebol, que chegou ao Brasil trazido por ingleses, no final do século XIX, foi um dos esportes que mais movimentou BH nos seus primeiros anos. Antes de os jogos serem iniciados, a história da cidade registrou disputas apenas no ciclismo - provavelmente a primeira modalidade esportiva organizada na Capital. 0 primeiro ensaio de futebol, em Belo Horizonte, aconteceu no Parque Municipal, em uma de suas alamedas, à direita do portão da avenida Afonso Pena - provavelmente onde hoje se localiza o Palácio das Artes -, em 3 de maio de 1904.

0 evento foi promovido por Víctor Serpa, acadêmico de Direito, responsável pela introdução do esporte na Capital. Pouco mais de dois meses depois, foi fundado, pelos senhores Oscar Americano, José Gonçalves e Avelino Souza, o primeiro clube de foot-bali sob a denominação de Sport Club FootBali.

No final daquele ano, já se realizava o primeiro campeonato, aberto aos clubes filiados à Liga de Foot-BaII. 0 Sport Club Foot-Ball entrou com dois times, o VeWúcio e o Colombo. Também participaram da disputa o Plínio Futebol Clube, o Mineiro Futebol Clube e o Estrada and Atletic Association.

Também foi no Parque Municipal, em 1908, que aconteceu uma reunião de um grupo de 22 adolescentes do interior para fundar o Atlético Foot-13a11 Club, mais tarde Clube Atlético Mineiro. No ano seguinte, a cidade ganhava outro time, o Yale Atletic Club, que mais tarde vai se chamar Palestra Itália e, finalmente, Cruzeiro Esporte Clube.

Em 19 de dezembro de 1909, o Parque Municipal voltou a ser o palco de mais uma feda esportiva, promovida pelo Sport Club, com corridas de bicicleta, velocípede e a pe. No mesmo dia, foi realizada a primeira competição pública de natação da Capital. Na disputa de 60 metros, no lago do Norte, foram classificados James Calvert, em primeiro, e Honório Magalhães, em segundo lugar.

A criação de um lugar para eventos esportivos e corridas de cavalo começou a movimentar a Capital em 1900, quando se começava a preparar um terreno para a construção de um hipódromo. Mas só dois anos depois foi constituída, definitivamente, a Companhia Anõnima Derby Mineiro, com o compromisso de realizar corridas de cavalo no Prado.

Em 1905, a prefeitura liberou a concessão, por 25 anos, dos terrenos necessários para a construção da pista, arquibancadas e demais dependências. Ainda foi dado à Companhia o privilégio de construir e explorar, por 15 anos, uma linha de bondes de tração animal, que Iria ligar o final da linha de bondes elétricos ao Prado Mineiro.

Com todas as providências tomadas, em julho de 1906, aconteceu a grande festa de inauguração do Prado Mineiro, com a presença de todos os membros do governo. Ali foi realizada uma corrida diferente, que atraiu a curiosidade da população. A disputa aconteceu entre um corredor, um cavalo de corridas e um ciclista, cabendo ao primeiro dar 15 voltas e aos outros dois, 30. Venceu o corredor.

0 futebol continuava sendo o esporte preferido na Capital. Em 1912, foi fundado o América FootBall Club e, no ano seguinte, o Club de Sports Higiênicos. Com cerca de dez times, aconteceram na cidade vários campeonatos, disputas com times de fora, inclusive de outros Estados, combinados, selecionados e até mesmo competições entre times de estudantes. 0 Atlético foi o primeiro time a se organizar para a construção de um estádio e, em 1916, recebeu da prefeitura um terreno, no bairro de Lourdes, para essa finalidade.

Apesar do domínio do futebol, a população buscava outras alternativas, com a promoção de campeonatos e apresentações das mais diversas modalidades esportivas. Em 1918, aconteceu o primeiro campeonato de ping-pong, promovido pelas escolas de Engenharia e de Medicina. Cinco anos antes, em julho de 1913, foi realizado o primeiro campeonato de box, com a participação de dez profissionais estrangeiros de renome. No começo daquele ano, a Capital assistiu, em uma casa de diversões, o primeiro espetáculo de luta greco-romana. 0 interesse foi tardo, que a polícia teve que intervir, suspendendo a venda de ingressos para evitar confusões.

Ainda em 1913, os adeptos da patinação ganharam da prefeitura um espaço para se exercitarem. Os interessados em freqúentar o "rink", construido na praça da Liberdade, eram obrigados a respeitar os horários, diferentes para as moças e para os rapazes. No mesmo ano, o Club Sports; Higiênicos inaugurou uma quadra de tênis, a primeira em condições técnicas perfeitas, já que, em 1910, havia sido construída outra, no Calafate, mas sem a qualidade exigida para a prática do esporte.

Anos 20

0 futebol se consolidou como o esporte mais atraente na Capital. Nos anos 20, os três mais importantes clubes, América, Atlético e Cruzeiro, construíram seus campos de jogo. Em 1923, o esporte ganhou impulso nacional com a realização do 12 Campeonato Brasileiro de Futebol, promovido pela Confederação Brasileira de Desportos. A disputa aconteceu entre times estaduais e o selecionado mineiro estreou perdendo para a seleção do Rio por 2 a 1.

 Os três maiores clubes de futebol da cidade estavam, em 1923, às voltas com a construção de seus estádios. Naquele ano, o América inaugurou, com a presença do presidente do Estado e de todo o secretariado, seu estádio à avenida Paraopeba (Augusto, de Lima), apesar de já estar construindo outro, à avenida Araguaia (Francisco Salas), em terreno doado pelo município. A prefeitura havia decidido construir o mercado municipal justamente na quadra de esportes do América.

Ainda em 1923, o S.S. Palestra Itália - Cruzeiro - inaugurou sua quadra de esportes, também à avenida Paraopeba, mas na região do Barro Preto, onde até hoje funciona a sua sede. 0 clube convidou o Flamengo, do Rio de Janeiro, para o primeiro jogo.

No mesmo ano, começaram as obras do estádio do Atlético, em uma grande área entre as ruas Rio Grande do Sul, Bemardo Guimarães, Gonçalves Dias e a avenida Olegário Maciel, doada pelo governo do Estado. 0 estádio foi inaugurado em maio de 1929 e, apesar de batizado oficialmente como Estádio de Futebol Antônio Carios, ficou mais conhecido como Estádio de Lourdes. Em 1970, o terreno foi desapropriado pela prefeitura e alguns anos mais tarde reincorporado ao património do Atlético e negociado para a construção de um shopping.

No ano da conclusão do estádio do Atlético, 1929, ficaram prontas as obras do novo estádio do América, inaugurado em setembro, na região da avenida Francisco Sales, onde mais tarde foi construido um grande supermercado.

Outros esportes também conquistaram espaço. 0 próprio América realizou, em 1924, o 12 Torneio de Basquete. Três anos antes foi registrada no Prado Mineiro uma disputa inédita de basquete e vôlei. Numa festa de caridade, a quadra foi ocupada apenas por "senhoritas", garantindo o sucesso da promoção.

Menos amistosos, aconteceram em 1926 os primeiros torneios de bilhar e de tênis de Belo Horizonte. Seguindo a tendência à diversificação, havia espaço para o hipismo, com a realização do 12 Concurso Hípico, organizado em 1924 por oficiais e soldados do Esquadrão de Cavalaria da Força Pfflica, que inauguraram à avenida Araguaia (atual Francisco Sales) o picadeiro para tais provas e exercícios.

Os "raids" de automóveis também movimentavam a cidade e uma corrida de carros atraiu muita gente ao Prado Mineiro em 1927. Sete carros participaram e João Bosco Rezende, em 9 minutos e 15 segundos, concluiu as 13 voltas da competição. Na década de 20, automobilistas de Curveio fizeram um umidu de 268 quilômetros entre aquela cidade e Belo Horizonte, "valendo-se de estradas apenas carroçáveis, na sua maioria. Logo depois, aconteceu outro "raid", da Capital a Sete Lagoas, num percurso de 157 quilômetros.

Anos 30       

0 esporte mais popular da cidade, o futebol, passou a ser disputado também à noite, com a inauguração, em agosto de 1930, da iluminação do campo do Atlético. Para comemorar a novidade, foi realizado um jogo entre o Atlético e o Sport Club de Juiz de Fora. Uma semana depois, Jules Rimet, presidente da Federação Internacional de Futebol, com sede em Amsterdã, assistiu, pela primeira vez, segundo ele mesmo declarou, a um jogo realizado à luz de refletores.

Apesar do grande espaço ocupado pelo futebol, outros esportes também evoluíam na Capital. Ainda em 1930, pela primeira vez, os mineiros disputaram o campeonato brasileiro de tênis. Em 1936, os adeptos da aviação fundaram o Aeroclube do Estado de Minas Gerais, que funcionou, provisoriamente, no Aeroporto da Pampulha, até ser transferido para a sede definitiva, no Aeroporto Carlos Pratos.

Naquele mesmo ano, o esporte ganhou impulso com o início das obras do Minas Tênis Clube. Em 28 de novembro de 1937, foi inaugurada a sua praça de esportes, a maior da América do Sul. Apesar da chuva, cerca de 15 mil pessoas assistiram à solenidade de inauguração, quando o então prefeito, Otacílio Negrão de Lima, entregou as chaves do clube ao seu presidente, major Ernesto Dorneles.

Anos 50

Nos anos 50, o futebol - já consagrado como esporte preferido dos belo-horizontinos - ganhou força com a construção do Estádio do Independência. No final da década de 40, o projeto de construção de um estádio em Belo Horizonte digno de sediar jogos da Copa do Mundo de 1950, no Brasil, começou a sair do papel. Era um velho sonho dos "setembrinos" que se tornava realidade.

Escolhido um amplo terreno entre a Floresta o o Horto, iniciaram-se as obras daquele que seria, na época, o maior estádio do Estado, projetado para um público de 45 mil pessoas.

Com o orçamento de Cr$ 5 milhões, a maioria doado pela prefeitura, sua construção começou em 1948. Em menos de 60 dias, estava quase concluída a terraplanagern do futuro campo do Sete de Setembro.

A iniciativa se tomou viável graças ao empenho do então prefeito Otacílio Negrão de Lima, que havia assumido o compromisso com a Confederação Brasileira de Desportos de construir um local adequado para a realização de alguns jogos da Copa do Mundo de 50.

0 Independência foi aberto ao público pela primeira vez em 25 de junho daquele ano, para o jogo entre Iugoslávia e Suíça, vencido pelo time lugoslavo por 3 a 0. Mas a disputa do Mundial que mais marcou a sua história foi a que ficou conhecida como ma grande zebra internacional", quando o time dos Estados Unidos ganhou de 1 a 0 da então imbatível seleção inglesa.

Ainda nos anos, 50, a cidade ganhou vários novos clubes sociais e de esportes, como o Círculo Militar, fundado no bairro Gutierrez, em dezembro de 1953, o Sparta Vôlei Clube, criado em 1951, no bairro Calçara, e o Clube dos Viajantes - hoje Recreativo Mineiro -, que começou a funcionar em fevereiro de 1954, à rua Itapecerica, na Lagoinha, sendo transferido mais tarde para a rua Grão Mogol, no bairro Sion.

Anos 60

Dois acontecimentos esportivos marcaram Belo Horizonte na década de 60. 0 primeiro deles foi a  inauguração do Mineirão, em 5 de setembro de 1965. 0 Estádio Governador Magalhães Pinto, conhecido como Mineirão, tinha capacidade para 130.000 torcedores e era o segundo maior estádio coberto do mundo. 0 time de futebol argentino River Plate foi convidado para jogar com a Seleção Mineira, que reunia os melhores jogadores do Estado. A solenidade assumiu caráter de festa cívica com a exibição de balizas e várias outras modalidades esportivas. Para dar início ao esperado jogo, um helicóptero sobrevoou o estádio descendo ao centro para entregar a bola aos atletas. Mesmo demonstrando pouco entrosamento entre seus jogadores, a seleção mineira venceu os argentinos por um a zero, gol de Buglê, do Clube Atlético Mineiro.

Em 1966, o Cruzeiro Esporte Clube conquistou o título de campeão na Vill Taça Brasil. Pela primeira vez, um time mineiro vencia o campeonato nacional de futebol. No aeroporto da Pampulha, milhares de torcedores aguardaram o desembarque dos jogadores, que foram levados em cortejo, no carro do Corpo de Bombeiros, até o Centro da cidade para a festa da vitória. 0 governador Israel Pinheiro recebeu os jogadores em palanque armado em frente ao Palácio do Rádio. Depois de um breve discurso, entregou a faixa de campeão brasileiro ao capitão do Cruzeiro, Wilson Plazza, ao jogador Tostão e ao técnico Airton Moreira. A partir dessa conquista, o futebol mineiro lançou-se nos cenários brasileiro e mundial.

Anos 70

Os anos 70 começaram com festa em todo o País com a conquista do Tricampeonato Mundial de Futebol. Com a vitória do Brasil na Copa do México, Belo Horizonte parou. Foram cinco dias de festa, encerrada com a recepcao aos jogadores mineiros. Tostão, Piazza, Dario e Fontana desfilaram pelas ruas da cidade fechando as comemorações do sucesso da equipe brasileira no maior evento do futebol mundial.

No ano seguinte, a festa recomeçou, mas apenas para os torcedores do Galo. Em 19 de dezembro de 1971, o Clube Atlético Mineiro venceu o primeiro Campeonato Nacional de Futebol, em pleno Maracanã. No jogo final contra o Botafogo, o jogador Dario definiu o placar de 1 a 0 com um gol de cabeça. No dia seguinte, a torcida foi para as ruas receber seus *heróis". 0 time desembarcou no Aeroporto da Pampulha e desfilou em carro aberto pelas avenidas Antônio Carlos e Afonso Pena, até a sua sede, no bairro de Lourdes, acompanhado por centenas de torcedores.

Em 31 de julho de 1976, foi a vez do Cruzeiro Esporte Clube conquistar o título de Campeão da Taça Libertadores da América, vencendo o time argentino River Plate por 3 a 2. A vitória provocou uma explosão de alegria dos torcedores, que fizeram um grande carnaval nas ruas de Belo Horizonte, comemorando a inédita vitória.

Outro destaque esportivo nos anos 70 foi Esmeralda de Jesus, a grande atração do atletismo mineiro. Em 1974, bateu os recordes brasileiro e sul-americano de atletismo em provas de 100 e 200 metros rasos, obtendo os primeiros lugares em várias competi~ nacionais e internacionais. Naquele ano, participou dos Jogos Estudantis Brasileiros (em Belo Horizonte e Campinas), do Campeonato Brasileiro Juvenil (em Belo Horizonte e Porto Alegre), do Campeonato Mineiro Juvenil (em Belo Horizonte) e, ainda, do Campeonato Sul-Americano Juvenil realizado em Lima, Peru, quando

foi classificada injustamente em segundo lugar, devido a problemas técnicos na cronometragem da prova. Em 1976, participou da Olimpíada de Montreal, no Canadá, buscando aperfeiçoar suas condições físicas, já que competiria com atletas do mundo inteiro com pelo menos oito anos de experiºncia no atletismo.

Ainda na década de 70, o esporte avançou com a inauguração do Centro Esportivo Universitário.

O Estádio Independência

Nos anos 50, o futebol - já consagrado como esporte preferido dos belo-horizontinos - ganhou força com a construção do Estádio do Independência. No final da década de 40, o projeto de construção de um estádio em Belo Horizonte digno de sediar jogos da Copa do Mundo de 1950, no Brasil, começou a sair do papel. Era um velho sonho dos "setembrinos" que se tornava realidade.

Escolhido um amplo terreno entre a Floresta o o Horto, iniciaram-se as obras daquele que seria, na época, o maior estádio do Estado, projetado para um público de 45 mil pessoas.

Com o orçamento de Cr$ 5 milhões, a maioria doado pela prefeitura, sua construção começou em 1948. Em menos de 60 dias, estava quase concluída a terraplanagern do futuro campo do Sete de Setembro.

A iniciativa se tomou viável graças ao empenho do então prefeito Otacílio Negrão de Lima, que havia assumido o compromisso com a Confederação Brasileira de Desportos de construir um local adequado para a realização de alguns jogos da Copa do Mundo de 50.

0 Independência foi aberto ao público pela primeira vez em 25 de junho daquele ano, para o jogo entre Iugoslávia e Suíça, vencido pelo time lugoslavo por 3 a 0. Mas a disputa do Mundial que mais marcou a sua história foi a que ficou conhecida como ma grande zebra internacional", quando o time dos Estados Unidos ganhou de 1 a 0 da então imbatível seleção inglesa.

Ainda nos anos, 50, a cidade ganhou vários novos clubes sociais e de esportes, como o Círculo Militar, fundado no bairro Gutierrez, em dezembro de 1953, o Sparta Vôlei Clube, criado em 1951, no bairro Calçara, e o Clube dos Viajantes - hoje Recreativo Mineiro -, que começou a funcionar em fevereiro de 1954, à rua Itapecerica, na Lagoinha, sendo transferido mais tarde para a rua Grão Mogol, no bairro Sion.

O Mineirão 

Nos anos 50, o futebol - já consagrado como esporte preferido dos belo-horizontinos - ganhou força com a construção do Estádio do Independência. No final da década de 40, o projeto de construção de um estádio em Belo Horizonte digno de sediar jogos da Copa do Mundo de 1950, no Brasil, começou a sair do papel. Era um velho sonho dos "setembrinos" que se tornava realidade.

Escolhido um amplo terreno entre a Floresta o o Horto, iniciaram-se as obras daquele que seria, na época, o maior estádio do Estado, projetado para um público de 45 mil pessoas.

Com o orçamento de Cr$ 5 milhões, a maioria doado pela prefeitura, sua construção começou em 1948. Em menos de 60 dias, estava quase concluída a terraplanagern do futuro campo do Sete de Setembro.

A iniciativa se tomou viável graças ao empenho do então prefeito Otacílio Negrão de Lima, que havia assumido o compromisso com a Confederação Brasileira de Desportos de construir um local adequado para a realização de alguns jogos da Copa do Mundo de 50.

0 Independência foi aberto ao público pela primeira vez em 25 de junho daquele ano, para o jogo entre Iugoslávia e Suíça, vencido pelo time lugoslavo por 3 a 0. Mas a disputa do Mundial que mais marcou a sua história foi a que ficou conhecida como ma grande zebra internacional", quando o time dos Estados Unidos ganhou de 1 a 0 da então imbatível seleção inglesa.

Ainda nos anos, 50, a cidade ganhou vários novos clubes sociais e de esportes, como o Círculo Militar, fundado no bairro Gutierrez, em dezembro de 1953, o Sparta Vôlei Clube, criado em 1951, no bairro Calçara, e o Clube dos Viajantes - hoje Recreativo Mineiro -, que começou a funcionar em fevereiro de 1954, à rua Itapecerica, na Lagoinha, sendo transferido mais tarde para a rua Grão Mogol, no bairro Sion.

O Esporte especializado

O esporte como cultura física ganhou forte estímulo no período do Estado Novo. 0 nacionalismo tinha a educação física como aliada para a melhoria da raça, o que provocou uma valorização da prática desportiva.

Ganharam força na época, as paradas estudantis, com movimentos atléticos mesclados à postura militarista. Essa tendência começou na década anterior e, nos anos 40, colheu frutos, como um destile de centenas de atletas da Federação Universitária Mineira de Esportes, na praça da Liberdade. Uma homenagem cívica ao governo do Estado que desenvolvia um "grandioso programa" de apoio ao esporte.

Nos esportes especializados, foram multas as conquistas, como as da natação, esporte que viveu momentos de glória com os garotos da categoria infanto-juvenil. A equipe mineira foi campeã brasileira por seis vezes seguidas. Os meninos eram recebidos com festas e desfilavam pela cidade.

0 basquete juvenil também se destacou, ganhando o campeonato brasileiro em fevereiro de 1945. A seleção mineira de juvenis de bola ao cesto, sob o comando técnico de Fu-Manchú, venceu, no dia 9, os adversários paulistas e trouxe o título para as montanhas. Naquele período, o Ginásio do Paíssandu, na Feira Permanente de Amostras, movimentava a cidade com a promoção de eventos esportivos. As torcidas se organizavam para assistir campeonatos de vôlei e basquete, entre outros esportes especializados.

Ainda nos anos 40, o Clube Atlético Mineiro apresentou à imprensa o projeto do seu novo clube, na Pampulha. 0 presidente do Atlético era Gregoriano Canedo. 0 novo clube deveria ser erguido junto à avenida Antônio Carlos, próximo da represa da Pampulha e do Aeroporto Municipal. No terreno de cerca de 140 mil metros quadrados de área, deveria ser construído o estádio olímpico, com dependências para a prática do futebol e de atletismo, com capacidade para 55 mil pessoas; um ginásio completo com capacidade para seis mil pessoas; uma piscina, com tanque para saltos ornamentais, dotada de arquibancada e vestiários; uma quadra de bola ao cesto, equipada com arquibancada e vestiários; quadras de voleibol; quadras de tênis; pavilhão com vestiário para seção de tênis e serviço de chá e bar; campo de futebol para treinamento; bares, restaurantes, playgrounds etc.

Na época, havia na cidade as seguintes equipes de futebol: Clube Atlético Mineiro, América Futebol Clube, Cruzeiro Esporte Clube e Sete de Setembro.

Existia ainda o E.C. Siderúrgica, de Sabará, o  Vila Nova A. C., de Nova LIma  e o Metalusina Futebol Clube, de Barão de Cocais.