Fonte: Luciano Eurides - Repórter - Jornal
Gazeta do Oeste - www.gazetaoeste.com.br -
Divinópolis
- MG - 25/08/2006
Liga
Municipal de Desportos de Divinópolis suspende competições
em andamento e o Campeonato amador da cidade esta ameaçado
A
Liga Municipal de Desportos de Divinópolis (LMDD) passa por sérios
problemas financeiros. O não pagamento das arbitragens do ano
passado e a incerteza quanto a novos investimentos da
prefeitura levou a entidade a suspender os campeonatos de
juvenis e juniores, já em andamento. Quanto à realização
do campeonato amador, nada está definido. Uma comissão
composta por representantes de clubes, árbitros e LMDD tentarão
uma reunião na prefeitura a fim de conseguir uma complementação
de verba.
Esta
situação em que a entidade promotora dos campeonatos de base
e amador de Divinópolis e Região não é nova. No entanto, o
campeonato adulto é realizado desde 1935 e somente no ano de
1961 não foi realizado, ano este que Guarani e Ferroviário
tentaram o profissionalismo.
O
motivo apresentado é falta de dinheiro. A revolta dos clubes
é grande. Para Verlei, do Jusa Fonseca, é melhor parar o
campeonato e até mesmo não fazer o amador este ano já que não
existe como organizá-lo.Para Átila Júlio do Amaral, representante do Vasco da
Gama, as agremiações divinopolitanas precisam superar as
adversidades. “Está na hora de criar consciência e começar
a se valorizar”, declarou.
O
representante do Minas de Divinópolis ficou revoltado com a
situação. Adilson Coca-Cola já não entende como a Liga
chegou em tal situação. “É uma pouca vergonha, com tantas
promessas políticas pararmos não um campeonato, mas um
trabalho social. Ninguém sabe onde está o dinheiro e se tem
verba. Então é complicado e muito triste para quem tenta
resgatar o futebol de Divinópolis”, disse Coca-Cola.
Para
Saulo, presidente do Juventude Candelária, o maior
prejudicado é o povo divinopolitano. “A população perde.
A solução seria ter mais empenho por parte do poder publico.
O esporte é a maneira mais fácil de tirar os jovens do convívio
das drogas, isso é aplicado no mundo inteiro. Moro em Divinópolis
a mais de 40 anos. Nunca vi a cidade tão prejudicada, pois
atinge principalmente os jovens”, avaliou Saulo.
A
palavra da LMDD
Em
entrevista exclusiva ao Jornal Gazeta do Oeste, o presidente
da LMDD doutor Costantino Barbosa falou das dificuldades e
possibilidades das atividades serem normalizadas. De acordo
com ele, a solução é a prefeitura liberar uma verba
complementar. “Eu espero terminar os dois campeonatos
suspensos e iniciar o campeonato amador. As informações são
de falta financeira. A prefeitura pode estar aplicando cortes
de verbas. O presidente não soube informar quanto de dinheiro
disponível existe junto a Secretaria de Esportes lazer e
Turismo. “Nós assinamos um convênio no valor de
R$35.000,00. Englobando os campeonatos de Escolinha, Infantil,
Juvenil, Júnior, Adulto, Copa Divinópolis e Copa Rural.
Especificamente não sei quanto a Liga já recebeu, ainda não
fechamos a prestação de contas do convênio. Existe uma
pequena quantia em relação ao montante do convênio”,
Constantino
Barbosa explicou as dificuldades enfrentadas. “Infelizmente
ainda temos problemas administrativos. Fizemos nossa
regularização com a receita federal e precisamos fazer o
mesmo com a receita estadual. Muitos clubes não pagam as
mensalidades. Do ponto de vista administrativo após
desaparecer este débito ainda passaremos aperto para pagar as
contas básicas como: Água, Luz e Telefone. E material
administrativo”, declarou.
Os
clubes estão afastando-se da Liga e isto não deixa de
atrapalhar como assumiu o presidente. “Não deixa de
atrapalhar. Perdemos em qualidade. Uma equipe do nível de
Flamengo, Vasco, Palmeiras, Divinópolis Esporte Clube e do próprio
Guarani sempre valorizam ainda mais as competições. Fico
triste quando vejo estas equipes não participarem em Divinópolis
e ou mesmo em outras cidades. A ausência de um Sport Carmo do
Cajuru é sentida, pois é fundador da Liga. Fico chateado em
ver estas equipes disputando em outras cidades” disse
Constantino Barbosa e como solução, ele faz as contas.
“Uma equação complicada. A verba de Divinópolis é a mais
complicada. Sabemos da necessidade do município, mas devemos
nos conscientizar que o esporte é uma válvula de escape,
contra as drogas por exemplo. Temos 700 crianças afastadas
destes males. Este é o benefício da Liga para a cidade”,
finalizou ele.
Os
árbitros
José
Roberto Betoni é arbitro na LMDD há 28 anos, nunca deparou
com uma situação parecida. “No ano passado não recebemos.
Apresentaram-nos como solução para o problema financeiro.
Uma rifa, de que não sei! A dívida com a arbitragem é de
R$15.000,00. O juvenil e o Junior deste ano ainda não
recebeu. Não encontramos outra solução a não ser parar. Se
a prefeitura não ceder e der o dinheiro tem que parar a Liga
também. Para tudo! Primeira vez que isto acontece.
Desde
os ex-presidentes Antônio Torres, Vantuir, João Alves de
Assis não houve problemas. Atrasos podiam acontecer. Mas
pagavam! Os mais prejudicados nesta história são os clubes
das cidades vizinhas. Eles pagam e não jogam. Tiveram as
atividades deles comprometidas”, falou o arbitro.
A
comissão
É
formada pelo presidente da LMDD, doutor Constantino Barbosa. O
árbitro José Roberto Betoni. O mesário Dejair Rosa.
Representando os clubes estão: Adilson Coca-Cola do Minas
Divinópolis. Verlei do Jusa Fonseca e Ferreira do Padre Eustáquio.
O
valor pago a cada partida de futebol da LMDD é pela seguinte
tabela: Campeonato Juvenil o árbitro recebe R$45,00 e o mesário
R$35,00. No campeonato Júnior: árbitro R$60,00, auxiliar:
R$30,00. O mesário R$40,00.Diversas
equipes não pagaram as mensalidades.