A cidade mineira do Futebol Amador –
Liga de Nova Lima é destaque no
Estado
A terra do ouro, do verde e da
cerveja artesanal ganhou nos últimos
anos mais um título: a terra do
Futebol Amador.
Os campeonatos de várzea em Nova
Lima têm ganhado visibilidade no
cenário mineiro e é uma das poucas
competições municipais com
transmissão ao vivo por TV local e
na plataforma de Youtube.
Nesse ano, a competição ganha mais
um canal de divulgação, com a
cobertura dos jogos, que será
realizada pelo Jornal Minas.
Com 78 anos de atividade, a Liga
Municipal de Desportos de Nova Lima
coordena as competições que
movimentam cerca de 40 times de
diversos bairros. Fora do período de
pandemia, em um final de semana, a
modalidade envolve cerca de 1200
atletas e chega a atrair um público
de 5 a 10 mil pessoas, distribuído
em partidas simultâneas, nos 17
campos espalhados pela cidade.
O presidente da Liga de Nova Lima,
Leandro Oliveira, explica que, hoje,
“o engajamento do futebol amador é similar ao profissional”.
Somente a final do Amador de 2019,
entre os clubes Palmeira (Rua Nova)
e Morro Velho (bairro Cristais)
levou cerca de três mil torcedores
ao estádio Castor Cifuentes.
Reconhecimento atrai atletas
profissionais
Além do sucesso de público, o
campeonato também atrai jogadores
que já fizeram parte de grandes
times do circuito nacional.
Leandro conta que,
“nos últimos cinco anos, cerca de 10
profissionais disputaram os torneios
nova-limenses”.
O ex-Villa Nova Gleisão, já disputou
em vários times profissionais do
interior de Minas e, desde o ano
passado, elenca o time do Palmeira
(bairro Bom Jardim).
Já Luizinho, ex-Cruzeiro, também já
passou pelo Santos, Ipatinga e, há
dois anos consecutivos, defende o
Cosmos, do bairro Boa Vista.
Pelo mesmo clube, Walter Minhoca,
que já teve passagem pelo Cruzeiro,
Ipatinga e Flamengo, também brilha
nos campos nova-limeses desde o ano
passado.
O nova-limense Leonardo “Nado”, ex-
Villa Nova, também já disputou pelo
Atlético Mineiro, Flamengo,
Curitiba, Ponte Preta e, há dois
anos, atuou respectivamente no
Palmeira (Rua Nova) e Esperança
(bairro Mingu).
Além deles, Somália, ex-Fluminense e
América Mineiro, disputou em 2019.
Vários ex-atletas que já fizeram a
alegria da maior torcida do interior
de Minas Gerais, o Villa Nova,
também migraram para o Amador, como
Robertinho e Cicinho, ex-atleta que
tem a carreira mais longa pela Liga
de Nova Lima.
Gestão superou crise financeira
Envolvido nesse universo há 21 anos,
Leandro já desempenhou diversas
funções como assistente, diretor
técnico e representante de jogo.
“Trabalhei com três presidentes
diferentes até chegar a minha vez”,
diz.
Reeleito para o seu segundo mandato,
dentre suas maiores conquistas,
Leandro considera o equilíbrio nas
contas da entidade que enfrentava
problemas financeiros quando ele foi
empossado.
“Assumi no meio da crise
administrativa da Prefeitura de Nova
Lima, em 2017. O município passava
por um momento delicado
financeiramente e a organização
também. No entanto, conseguimos
equacionar e, assim, mantê-la em
atividade”, conta. Em 2017, por
falta de recursos, fizeram somente o
Campeonato Amador. Já em 2018 e
2019, com a redução das dívidas,
retomaram todas as competições que
são o Sub-13, Sub-15, Sub-17, Master
e o Amador 3 divisões. Porém, com a
pandemia, com as restrições,
novamente tiveram de reduzir as
competições.
Determinação e segurança em tempos
de pandemia
Além de reequilibrar as contas,
garantir as competições em tempos de
coronavírus, também foi um grande
desafio. A necessidade de medidas
preventivas rigorosas e a criação de
protocolos de segurança, com base
nas orientações do Comitê Covid-19,
dificultou a realização das
partidas. Com cerca de 130 ligas em
todo o Estado de Minas Gerais,
Leandro se orgulha de liderar uma
das poucas que conseguiu manter o
calendário do Campeonato Amador. Em
2020, foram realizados jogos de duas
divisões na categoria adulto: a
série A1 e A2 e a série B. Segundo
Leandro, a participação dos clubes
foi facultativa.
“Só entraram os que quiseram”,
diz.
Para garantir a segurança de todos,
foram feitas aferições de
temperatura durante os jogos,
distribuição de água mineral para
evitar o compartilhamento de
objetos, além de proibir o uso de
vestiários.
“Para evitar aglomeração, os
jogadores já chegavam uniformizados,
prontos para as partidas”,
explica. Sem a presença da torcida,
os eventos esportivos envolveram
“somente os atletas e agentes como
os representantes da Liga, segurança
privada e diretores”,
explica Leandro. Mesmo diante das
restrições, a competição foi um
sucesso e, o resultado desses
esforços, ele divide com os
dirigentes das associações.
“Os clubes acreditaram em nosso
trabalho e compraram a ideia. Era
uma situação nova, seguimos todos os
protocolos, não teve surto de Covid
em nenhuma das equipes e conseguimos
levar até o final”,
comemora.
Para 2021, o presidente da Liga diz
que a expectativa
“é que todos estejam vacinados”.
Mas, se isso não ocorrer, ele diz
que vai trabalhar para que os
torneios sejam realizados nas mesmas
condições do ano passado, seguindo
todos os protocolos da Covid-19.
Copa da League of Legends será
disputada neste sábado (13)
Enquanto os jogos não começam, a
Liga não perde tempo. Atenta à
necessidade de promover interação
entre os jogadores em tempos de
pandemia, além do engajamento da
juventude, a entidade é a primeira
de Minas Gerais a realizar uma
competição de Esporte Eletrônico em
âmbito nacional.
De acordo com informações na página
da instituição no Facebook, o game
escolhido foi o League of Legends,
cuja transmissão “já chegou na
telinha de grandes emissoras” como a
Rede Globo.
Ainda de acordo com a postagem, “no
Brasil, o LOL, como é conhecido
pelos entusiastas, ultrapassou a
marca de oito milhões de jogadores
em 2020, sendo que ao redor do
mundo, são 100 milhões de jovens e
adultos conectados”.
Sobre a iniciativa, Leandro diz que
o objetivo é
“proporcionar mais engajamento,
criar alternativas de competição e
atrair mais visibilidade para Liga”,
explica.