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Fonte: www.gazetadesaojoaodelrei.com.br

   
 

Polemica do Campeonato Amador de 2011 continua em São João Del Rei

A novela do Campeonato Amador 2011 continua e a trama pode se arrastar ainda mais, não só porque o Tribunal de Justiça Desportiva não chegou a um veredicto, mas porque agora o Siderúrgica também move ação pedindo anulação de resultados. O time foi eliminado nas quartas-de-final pelo Social, acusado de irregularidades no campeonato, e agora briga pelo direito de assumir a vaga do adversário e disputar a final com o Minas. O problema é que a edição do ano passado, mesmo sem o último jogo, foi encerrada. Com isso, segundo o presidente da Liga Municipal de Desportos (LMD), Paulo Vitor Ferreira, o título para o campeão são-joanense não será mesmo decidido em campo.

A previsão em dezembro era de que o impasse fosse resolvido até 10 de janeiro, mas três semanas depois de expirado esse prazo a situação ainda se arrasta. No dia 24/01, a LMD promoveu reunião na sede da entidade e o encontro terminou sem definir os rumos do torneio.

A nova expectativa é de que o campeonato se desenrole nesta segunda ou terça-feira, 30 ou 31, em reunião fechada com as equipes finalistas e protagonistas da polêmica. A ideia é tentar definir se Social ou Minas leva o título através de conciliação, mas a estratégia pode falhar e os rumos serem outros.

“O processo continua tramitando no Tribunal de Justiça Desportiva da LMD. Se não conseguirmos um acordo, vai caber a ele definir a sentença a partir de análise dos documentos e deliberação. Isso só não aconteceu ainda por impasses internos que surgiram ao longo do processo”, explicou Ferreira.

A polêmica

Minas e Social chegaram à final do Campeonato Amador marcada para 18 de dezembro do ano passado, mas uma acusação de irregularidade na equipe do Social levou o Minas a entrar com processo contra o adversário e mudar os rumos da história, além de não comparecer em campo na data marcada, se recusando a participar do jogo. As acusações do time tijucano eram de que a equipe de Matosinhos teria escalado um jogador em situação irregular para a disputa por ter integrado uma equipe pela manhã em Barbacena e participado da primeira final do Amador, à tarde, em São João del-Rei. O Social nega os argumentos.

“O jogador não-profissional, segundo a Federação Mineira, pode assinar três súmulas por dia. Na há nada que segure o atleta amador. Além disso, em acordo firmado durante assembleia na LMD, foi dito que os inscritos poderiam jogar aqui e em outro campeonato”, frisou Fábio Márcio Nery, presidente do Social.

O líder da LMD concordou. “A única restrição que colocamos foi que não houvesse reforços profissionais nas equipes para garantir a isonomia dos times. Não era o caso do jogador do Social, que realmente atuou em Barbacena e em São João, mas com base em exceções permitidas pela liga”, comentou.

Por esse motivo, o presidente do Social considera o time campeão do Amador 2011.

“Moralmente meu time é vencedor porque fizemos a primeira partida dentro dos conformes e ganhamos por três gols. Era para haver a segunda mas o Minas não foi a campo. É direito dele entrar com recurso e não comparecer, mas o ideal é que faça isso com uma liminar, por exemplo, que adie o jogo. Não por decisão interna. Mesmo que o tribunal decidisse tirar nossos pontos na primeira partida como punição para as acusações que fizeram contra nós, teoricamente ganhamos a segunda por W.O”, disse.

Brechas

Segundo Paulo Ferreira, parte dos problemas no Campeonato Amador em 2011 foram causados por brechas abertas no regulamento e acordadas em assembleia ainda durante a fase de organização do torneio. Uma delas foi a isenção das taxas de transferência dos atletas não inscritos na liga são-joanense. Outra foi a de permissão para que jogadores pudessem atuar livremente tanto em São João del-Rei quanto em Andrelândia, que também promovia um campeonato amador na época. Segundo o superintendente municipal de esportes, João da Cruz Silva, o objetivo da excessão era não perder atletas para o torneio na cidade vizinha, defasando as equipes são-joanenses.

“Na época havia jogadores com compromissos divididos e era possível que fossem preferir o evento em Andrelândia porque lá havia pagamento por participação. Se tivessem que escolher entre um e outro, para eles seria mais viável abrir mão do Amador daqui”, comentou Silva.

Segundo o presidente da LMD, o caso do futebolista acusado de irregularidade no Social se encaixa à exceção. “De fato ele jogou em Barbacena, mas estando inscrito apenas na liga de Andrelândia, o que não o impediria de atuar aqui”.Oficialmente não havia proibições para ele em campo exatamente porque as ligas são autônomas e o torneio não é profissional”, destacou, lembrando que o Minas teria entrado com o processo por não ter participado da reunião em que a definição foi feita e, assim, desconhecer o acordo.

O presidente do Minas, José Guilherme Paiva Filho, prefere a diplomacia ao falar sobre o assunto.

 “Estamos apenas aguardando decisão do Tribunal e da Liga. Nosso destino está nas mãos dos colegiados e vamos respeitar o que for feito. Só espero que realmente não seja pedido um novo jogo porque depois de tantos impasses não temos o menor clima para disputas”, finalizou.