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Fonte - Jornal Folha de Contagem - Contagem - MG - 26/12/2005

Clubes do bairro Parque São João, em Contagem, mostram decepção com os políticos

Conversando com dirigentes de clubes de futebol do bairro Parque São João é fácil perceber, no rosto de cada um, a decepção com os políticos da cidade, que só aparecem no bairro em período de campanhas eleitorais. Infelizmente, é esta a realidade e um fato que não é "privilégio" apenas daquela comunidade, pois a maioria dos políticos só têm compromisso, mesmo, com seus familiares.

Mas a comunidade esportiva não pode desanimar e sim arregaçar as mangas e lutar para que o bairro possa ser visto, principalmente pelos governantes da cidade, com mais respeito aos seus direitos. Se ali os políticos investiram, mesmo que precariamente, na saúde, na educação e de um jeito acanhado no saneamento básico, esqueceram de investir no lado sócio-esportivo, até mesmo como complementação da educação e do lazer do trabalhador.

O Parque São João não possui sequer uma praça e cresce de forma desordenada, margeado por um córrego que há anos se transformou em esgoto a céu aberto e um habitat perfeito para ratos, baratas e outros tipos de animais peçonhentos que causam mal à saúde do homem.

Mesmo assim, existem dirigentes como os do River Plate e Pitangui, que mesmo desprovidos de campo para mando de seus jogos, ainda conseguem, a duras penas, manter vivo seus ideais.

Não tem sido nada fácil a luta desses clubes e, mesmo assim, o River Plate conseguiu a proeza de sagrar-se bi-campeão na categoria de juniores, mas em seguida foi obrigado a parar de investir nesta categoria e nas demais categoria de base, deixando de prestar um importante trabalho social para os adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos. Hoje, elas poderiam estar praticando esporte, em vez de serem adotados pelos marginais.

Agora, culpar tão somente os políticos não é a solução. Os dirigentes também precisam fazer sua parte. Poderiam até cobrar da atual administração soluções para os problemas, cobrar com responsabilidade e não com criticas por uma situação que já vem se arrastando por várias décadas.