Hugo
Sánchez Márquez – Atacante
– Cidade do México, México
– 11/07/1958
Sem
dúvida, um dos maiores
atacantes da história das Américas.
Dono de um poderoso chute,
principalmente com o pé
esquerdo, Hugo Sanchez marcou
época no futebol mexicano e
na Europa. Destacou-se pela
agilidade e perfeiçăo
com que dava bicicletas e
exageradas piruetas nas
comemoraçőes dos gols,
homenagem ŕ irmă,
ginasta, que o ensinou a
acrobacia. Era um terror na
grande área, tamanha sua
facilidade em marcar gols:
409, no total.
Talento precoce, aos 14 anos já
se incorporou ŕ seleçăo
olímpica do país. Aos 17,
conquistou o torneio Juvenil
em Cannes e o Pan-Americano.
No ano seguinte, sagrou-se
artilheiro das Olimpíadas de
Montreal. Extremamente querido
pelos făs, vivia ganhando
apelidos carinhosos, como
"Nińo de Oro" e
"Hugol".
Iniciou a carreira
profissional em 1976, quando
contava 18 anos, pela equipe
do UNAM, do México. No ano
seguinte, ajudou o UNAM a
conquistar seu primeiro título
nacional. Em 1979, atinge o
recorde de 26 gols marcados.
Neste mesmo ano, embarca para
uma má sucedida passagem pelo
San Diego Sockers, dos Estados
Unidos, logo voltando ao UNAM.
Em cinco temporadas pelo clube
mexicano, acaba marcando 99
gols e conquistando dois
campeonatos nacionais, uma
Copa do México e duas Copas
da Concacaf. O futebol
mexicano já se mostrava
pequeno demais para
"Hugol".
Levado para a Espanha, começa
em 82 sua histórica trajetória
pelo futebol europeu. Seu
primeiro clube no Velho
Continente foi o Atlético de
Madrid, onde demorou um pouco
para se adaptar ao estilo de
jogo local. Alguns torcedores
mais incrédulos chegaram a
duvidar do potencial do
mexicano, mas Hugo Sánchez
tratou de dissipar todas as dúvidas
na sua terceira temporada em
Madrid.
Ele marca 19 gols e fica pela
primeira vez com a artilharia
do campeonato espanhol.
Contando com seus gols, o Atlético
fica em segundo lugar na liga
e vence a Copa do Rei. Ao
todo, em sua passagem de 4
anos no clube, marca 59 gols.
Percebendo o seu potencial, o
presidente do Real Madrid, Ramón
Mendoza, arquirrival do Atlético,
tenta sua contrataçăo.
Em resposta, recebe do
presidente do Atlético,
Vicente Calderón, a seguinte
resposta: "Se vocę o
levar, meus sócios me jogam
no rio".
Mendoza, no entanto, năo
havia desistido. Tempos
depois, por uma quantia astronômica,
o UNAM contrata Hugo Sánchez
de volta. O presidente
atleticano năo poderia
negar. Ao menos que soubesse o
que estaria por vir... O
dinheiro da contrataçăo
utilizado pelo clube mexicano
é do Real Madrid, clube para
o qual o jogador é repassado.
Hugo Sánchez é agora do
Real. E o mexicano năo
demora a mostrar que valeu a
pena todo o esforço do
dirigente. Nos quatro anos
seguintes, repete o que fizera
com o Atlético de Madrid e
fica com o troféu
"Pichichi", dado ao
artilheiro da liga espanhola.
Ao lado de craques como
Camacho, Butragueńo,
Gordillo, Valdano, Michel e
Sanchís, Hugo Sánchez atinge
o seu ápice. Com os
Merengues, sagrou-se
penta-campeăo espanhol,
entre 86 e 90, campeăo da
Copa da Uefa de 86 e da Copa
do Rei de 89.
Para sagrar-se artilheiro
espanhol por quatro anos
consecutivos no Real (cinco se
somada a artilharia obtida no
Atlético), Hugo marcou 22
gols em 1986, 34 em 1987, 29
em 1988 e o surpreendente número
de 38 gols em 1990, igualando
o recorde que pertencia a
Telmo Zarra. Neste último
ano, recebe a Chuteira de Ouro
juntamente com o búlgaro
Hristo Stoichkov, por ser o máximo
goleador europeu.
Aos 33 anos, depois de 7
temporadas vestindo a camisa
do Real Madrid, Sanchez deu
adeus ao clube que lhe rendeu
a glória e começou sua
peregrinaçăo por times
menores. Inicialmente, retorna
ao México para defender o América
em 1992. Na temporada
seguinte, já voltaria ao
futebol espanhol para
defender, apenas por aquela
temporada, o Rayo Vallencano.
Anota 16 gols.
No vai-e-vem, volta ao México,
agora para defender o
Atalante. Em 1995, tem uma rápida
passagem pelo austríaco Linz,
antes de ser contratado para
jogar na MLS, pelo Dallas
Burns. Para encerrar a
carreira, no entanto, năo
haveria lugar melhor que a
terra natal. Ao lado dos
ex-companheiros de Real -
Butragueńo e Michel - em
1997, aos 39 anos, jogando
pelo Atlético Celaya, do México,
Hugo Sánchez dá adeus aos
gramados.
Na seleçăo mexicana,
estreou com apenas 19 anos e
seu "debut" no
selecionado nacional năo
poderia ter sido melhor: seu
time conquistou o Torneio da
Concacaf. Um ano mais velho, já
disputava a Copa do Mundo da
Argentina. O México faz péssima
campanha e é eliminado ainda
na primeira fase. Hugo joga tręs
jogos, mas năo marca
gols.
Em 1986, na Copa do México,
Hugo leva multidőes ao
estádio Azteca para ver suas
jogadas. É neste ano que
ocorre sua consagraçăo
definitiva perante os seus
conterrâneos. Disputa ainda a
Copa dos Estados Unidos, em
1994, jogando apenas uma
partida (contra a Noruega,
derrota por 1 a 0). Um ano
antes, no Equador, ajudou o México
a ficar com o vice-campeonato
da Copa América.
Foram, afinal, 58 jogos e 29
gols com a camisa mexicana.
Sua passagem pela seleçăo
năo foi mais brilhante
devido a constantes problemas
com dirigentes de seu país ou
por compromissos na Espanha. O
que năo impediu o seu
povo de idolatrá-lo como
maior jogador de futebol do México
em todos os tempos.
"Se voçê o levar,
meus sócios me jogam no
rio"
(Vicente Calderón,
presidente do Atlético de
Madrid na época de Hugo Sánchez,
em resposta ao presidente do
Real, Ramón Mendoza, que
queria contratar o mexicano)
"Meus gols falam por
mim"
(Hugo Sánchez, sobre o
fato de năo comentar as
constantes confusőes que
arrumava em campo por ofensas
ou cusparadas aos adversários).