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TEÓFILO CUBILLAS

Teófilo Cubillas Arizaga - Atacante - Lima (Peru) - 08.03.1949 

É impossível falar do futebol nos anos 70 sem citar Teófilo Cubillas. O maior atacante que a Seleçăo Peruana já teve faz parte da história das Copas do Mundo, pois é o quinto maior artilheiro de todos os tempos. Em tręs participaçőes, marcou dez gols, ficando atrás apenas de Gerd Muller (14), Just Fontaine (13), Pelé (12), Ronaldinho (12) e Sandor Kocsis (11). Cubillas nasceu em Lima no dia 8 de março de 1949. Viveu sua infância no seio de uma família humilde, no distrito de Puente Piedra. 

Torcedor do Alianza, foi jogar nas divisőes de base do clube na esperança de ser como seus ídolos. No time juvenil, já mostrava sua inquestionável capacidade de artilheiro. Era um goleador por natureza, dotado de um chute forte e rapidez de raciocínio para fazer as jogadas. 

Cubillas năo era corpulento, mas sua presença na área impunha respeito aos adversários. Seu companheiro de ataque no Alianza, Perico León, deu a Cubillas o apelido de "El Nene" (O Bebę) por causa da eterna cara de garoto. Aos 16 anos, junto com o mesmo León, Cubillas estréia no futebol profissional. Em seu primeiro campeonato, termina como artilheiro e se torna o maior ídolo da torcida.

Em um amistoso contra o Brasil, no dia 17 de julho de 1968, Cubillas fez sua estréia pela Seleçăo Peruana. E foi o brasileiro Didi, que na época treinava o Peru, que convocou o jogador para as Eliminatórias da Copa de 1970. Cubillas comandou uma equipe brilhante, que eliminou a Argentina em La Bombonera e garantiu sua vaga no México.

Sob os olhos do mundo, o jovem Cubillas năo desperdiçou a oportunidade. Na primeira fase, marcou quatro gols em tręs partidas: dois contra Marrocos, um contra Bulgária e Alemanha Ocidental. O Peru foi a sensaçăo do Mundial, e se classificou para a fase seguinte. Contra a fantástica Seleçăo Brasileira, nas quartas-de-final, Cubillas deixou sua marca na derrota de 4 a 2.

Nos 10 anos seguintes, Cubillas foi o maestro do Alianza e da Seleçăo Peruana. Sua fama corria o mundo, e em 1972 chega o título de melhor jogador da América, em pesquisa realizada com jornalistas de todo o continente. Cubillas superava lendas como Pelé, Jairzinho, Tostăo e Ademir da Guia. O pręmio lhe rendeu propostas tentadores de clubes europeus, mas ele preferiu se manter fiel ao Alianza.

O próximo desafio era se clasificar para a Copa de 1974. Uma suspensăo tirou Cubillas da partida decisiva contra o Chile, e o Peru acabou sendo eliminado com uma derrota por 2 a 1. Decepcionado, Cubillas decide aceitar uma proposta para ir jogar no futebol suíço. Na Europa, ele vira ídolo e logo é contratado pelo Porto. Cubillas tinha tudo para escrever seu nome na história do clube portuguęs com suas belas atuaçőes, mas ele acabou saindo após deixar Portugal sem permissăo para se apresentar ŕ Seleçăo Peruana que disputaria a Copa América de 1975.

O primeiro título internacional de Cubillas veio justamente na Copa América de 1975. O Peru derrotou o Brasil nas semifinais e a Colômbia na decisăo. Depois, ele retorna ao Alianza, e forma uma dupla de ataque inesquecível com Hugo Sotil. Santiago Bernabeu, presidente do Real Madrid na época, chegou a dizer: "Meu maior erro foi năo ter contratado Sotil e Cubillas. Eles eram maravilhosos, geniais, extraordinários". A dupla marcou dezenas de gols e deu o bicampeonato peruano ao Alianza em 1977 e 1978.   

Nas Eliminatórias para a Copa de 1978, o Peru vence a revanche contra o Chile e se classifica. Na Copa da Argentina, Cubillas marca mais cinco gols, sendo dois contra a Escócia e tręs contra o Iră. Ele chegava ŕ incrível marca de 10 gols em Copas do Mundo. Depois da Copa, Cubillas foi jogar nos Estados Unidos, onde acontecia uma febre com o futebol, graças ŕ presença de estrelas como Pelé e Beckenbauer. Ele ainda fez parte da Seleçăo Peruana que disputou a Copa de 1982, mas sem o mesmo preparo físico ele năo pôde ajudar muito. O Peru acabou eliminado ainda na primeira fase, goleado pela Polônia por 5 a 1.

Ele continuou nos EUA até 1986, quando anunciou o fim sua carreira. Em 1987, uma tragédia matou grande parte do time do Alianza. Sensibilizado, Cubillas voltou a vestir a camisa de seu clube por algumas partidas, e assumiu o cargo de técnico em seguida. Com um time recém-formado, consegue classificar o Alianza para a Copa Libertadores.

Teófilo Cubillas se destacou durante toda sua carreira por ser um exemplo de bom comportamento e responsabilidade em sua vida privada, diferente da maioria dos jogadores peruanos da época. Soube administrar o dinheiro que ganhou como profissional, fixou residęncia nos Estados Unidos e hoje tem rentáveis escolinhas de futebol para garotos em Miami e Nova York.

Seu reconhecimento nos EUA rendeu a Cubillas o cargo de assistente técnico de Bora Milutinovic na seleçăo daquele país para a Copa de 1994. Atualmente, além de dirigir suas escolinhas, tem um cargo na diretoria do Alianza e frequentemente volta ao Peru para acompanhar seu time de coraçăo.

“Meu maior erro foi năo ter contratado Sotil e Cubillas. Eles eram maravilhosos, geniais, extraordinários."
(Santiago Bernabéu, ex-presidente do Real Madrid)