Quando
Michael Jordan, o maior astro
do basquete em todos os
tempos, anunciou que deixaria
as quadras, o Chicago Bulls
logo avisou que sua camisa
seria imortalizada: ninguém
mais usaria a camisa número
23 do time de Chicago.
Dessa
forma, năo seria nenhum
exagero se o mesmo fosse feito
com a camisa número 6 ao
lado. Ela foi vestida por
Franceschino Baresi, ou Franco
Baresi, ou simplesmente
Baresi, um dos mais categóricos
e implacáveis defensores da
história do futebol mundial.
Que o diga o baixinho Romário,
que sofreu dura marcaçăo
deste italiano na final da
Copa do Mundo de 94.
Para
se entender a grandeza do
futebol de Baresi, há de ser
dito que ele foi eleito o
melhor jogador da história do
Milan, quando o clube
completou 100 anos. Isso
significa que o zagueiro bateu
verdadeiros mitos do futebol
mundial como Schiaffino,
Liedholm, Altafini, Amarildo,
Trapattoni, Capello, Rijkaard,
Tassotti, Van Basten, Gullit,
Papin e R. Baggio, só para
citar alguns. O Milan, aliás,
foi o único clube de Baresi,
de 1978 a 1997.
Lá
foi Campeăo Italiano por
por 6 vezes, 3 vezes campeăo
da Copa dos Campeőes, 2
vezes campeăo da
SuperCopa Européia e 2 vezes
campeăo do Mundial
Interclubes. Foi ainda,
jogando pela seleçăo
italiana, campeăo do
mundo em 1982 e vice em 1994.
Um curriculum respeitável.
Em
23 de abril de 1978, Baresi,
entăo com 17 anos,
debutava para o futebol na vitória
do Milan por 2 a 1 sobre o
Verona. Depois de pouco tempo,
já era um símbolo do time
rubro-negro. E assim seguiu
mesmo depois do rebaixamento
ŕ segunda divisăo:
Baresi continuou o capităo
da equipe. Por esse motivo, os
torcedores milaneses criaram
forte empatia com o jogador,
que cada vez mais tornava-se
sinônimo de Milan e de
liderança. A funçăo de
líder, aliás, foi por ele
exercida por 15 anos, desde os
seus 22. Foram 716 partidas
pelo Milan. Na Azzura, jogou
81 vezes, marcando apenas um
gol.
Na
final da Copa de 94, perdeu um
dos pęnaltis da Itália,
o primeiro, mandando a bola
por cima do gol de Taffarel.
70 mil pessoas estiveram
presentes ao Estádio San
Siro, em Milăo, na Itália
para dar o último adeus ao
maior jogador da história do
clube. No jogo de despedida,
Baresi marcou um gol e chorou
muito no final.
No
intervalo da partida, o
presidente do Milan, Silvio
Berlusconi, um dos homens mais
poderosos da Itália, concedeu
a Baresi uma bola de ouro,
para agradecę-lo pela
grande carreira no clube mais
tradicional da Itália.
"Vocę viverá para
sempre", disse-lhe
Berlusconi. Sem dúvidas.
"Foi a marcaçăo
mais implacável que recebi em
toda a minha carreira"
(Romário, sobre a marcaçăo
de Franco Baresi sobre ele na
final da Copa do Mundo de
1994)
"Sinto-me como o capităo
da equipe na Copa Davis,
sentado ao lado do
gramado"
(Franco Baresi, líbero e
capităo italiano,
afastado por contusăo)
"Năo confie nele.
Basta lembrar que o apelido
dele é 'Cavalo Louco'"
(Franco Baresi, respondendo ao
meia Berti que o chamou de
"chato")
"Sem Baresi, o futebol
fica menos perfeito, menos
apolíneo"
(Matinas Suzuki, jornalista
esportivo brasileiro)
"Franco Baresi jogava
tanta bola que bastava
assistir a uma partida do
Milan para se entender o que
era um líbero."
(Edson Rossi, jornalista da
Placar)
"Como líbero, năo
tenho direito de errar"
(Franco Baresi, sobre a
importante posiçăo em
que atuava no Milan)
"Pelo menos o time de vôlei
năo tem Romário e
Bebeto"
(Franco Baresi, comentando uma
partida de vôlei entre Itália
e Brasil)
"O infortúnio do grande
Baresi no segundo gol do Vélez,
uma bola atrasada
horrorosamente, resume a decadęncia
do Milan. Peço desculpas pela
obviedade - năo existe a
eternidade do sucesso, porém.
A desgraça de Baresi diante
do Vélez representa o melhor
emblema do fim do grande
Milan."
(Silvio Lancelotti, jornalista
esportivo brasileiro)
"A Itália, năo se
pode deixá-la respirar.
Principalmente se no no centro
de sua defesa está
Baresi."
(Johann Cruijff, maior jogador
holandęs de todos os
tempos, comentando partidas da
Azzura)