Leovegildo
Lins Gama Jr. - Lateral e
Volante - Joăo Pessoa
(PB) - 29.06.1954
Em
20 anos de carreira,
Leovegildo Lins Gama Júnior
conquistou quase tudo o que
podia no futebol. No seu
primeiro ano de profissional,
1974, já conquistou o
primeiro Campeonato Carioca
com a camisa do Flamengo. Começou
como volante nos juvenis e foi
improvisado na lateral-direita
do time profissional. Depois,
acabou passando para o lado
esquerdo, onde se consagrou
definitivamente. Com 20 anos,
já se destacava o habilidoso
jogador, que, năo fora
Zico, teria reinado longamente
como maior ídolo da torcida
rubro-negra. Nos 10 anos
seguintes, Júnior foi um dos
expoentes da geraçăo
mais vitoriosa da história do
Flamengo.
Ao
lado de nomes como Adílio,
Andrade, Leandro, Tita e, é
claro, Zico, Júnior ajudou o
Flamengo a conquistar o seu
primeiro tricampeonato
Estadual desde a época de
Zizinho (em 1978, 1979
e...1979 - coisas do nosso
futebol), o primeiro
Campeonato Brasileiro (em
1980), bem como os dois subseqüentes,
além das duas maiores glórias
da história rubro-negra até
o dia de hoje: a Taça
Libertadores e o Mundial
Interclubes, conquistados no
ano de 1981.
Em
1984, foi vendido para o
Torino, da Itália. Passou a
jogar no meio-campo, onde
continuou exibindo a mesma
classe, tanto que foi eleito o
melhor jogador do Campeonato
Italiano de 1985. Em 1987, a
terceira escala na carreira: o
pequeno Pescara, última
parada antes a voltar ao clube
que o projetou e que tinha
lugar de destaque no coraçăo
do jogador: o Flamengo. Com 35
anos, questionava-se a
capacidade de Júnior ainda
render. Possuidor, porém, além
de todas as suas qualidades
futebolísticas, de um preparo
físico excepcional, Júnior
ainda teve fôlego para
comandar o Flamengo rumo
ŕ conquista inédita da
Copa do Brasil e ao Campeonato
Carioca de 1991, sexto da sua
carreira.
Mas
o maior feito de Júnior nesta
sua segunda passagem pelo
Flamengo foi, aos 38 anos e
repleto de cabelos brancos,
comandar um time de garotos do
Flamengo rumo ao título do
Campeonato Brasileiro de 1992,
o quarto conquistado na
carreira do jogador e o último
conquistado até hoje pela
história do clube. No ano
seguinte, Júnior se
aposentou, como recordista em
número de jogos na história
do clube, 865. Foram 74 gols
com a camisa do clube. Depois
de se aposentar, Júnior ainda
teve duas passagens pelo
clube, como treinador, em 1994
e 97.
No
entanto, a carreira de Júnior
năo se resumiu ao
Flamengo. O jogador disputou
88 partidas pela Seleçăo
Brasileira, incluindo a Copa
de 1982, quando a Seleçăo
sofreu a derrota que até hoje
é considerada a mais injusta
que já lhe foi infligida, e a
de 1986, quando nos pęnaltis,
a seleçăo francesa
acabou com o sonho do tetra
brasileiro. Embora năo
tenha conquistado títulos, Júnior
repetiu as atuaçőes
primorosas que tinha com a
camisa do Flamengo, e marcou
sete gols com a camisa
canarinho.
O
nome canarinho, aliás,
consolidou-se de vez como
apelido de nossa seleçăo
quando Júnior gravou, às
vésperas da Copa de 1982 a música
“Voa, canarinho, voa”, que
emplacou um disco de ouro.
Mais
um talento do multifacetado Júnior,
que é considerado o segundo
maior lateral-esquerdo da história
do futebol brasileiro,
perdendo apenas para a
Enciclopédia do Futebol, Nílton
Santos. Júnior faz parte da
Seleçăo do Flamengo de
todos os tempos e foi votado
como um dos 10 maiores gęnios
do futebol brasileiro. Sua
primeira convocaçăo para
a Seleçăo Brasileira
ocorreu em 1976, quando ele
tinha 22 anos. A última foi
em 92, quando Júnior já
atuava no meio-campo e estava
com 38 anos. Destacou-se pela
grande visăo do jogo e
cobrava bem faltas e
escanteios.
Hoje,
Júnior continua em excelente
forma, atuando na Seleçăo
Brasileira de Beach Soccer,
esporte para o qual ele está
como Pelé está para o
futebol. Depois de ter
desistido da carreira de técnico,
passou a ser comentarista de
futebol na televisăo.
Mesmo com o grande número de
bons laterais-esquerdos, o
Flamengo e a seleçăo
brasileira buscam até hoje um
substituto à sua altura.
"Júnior possui o sentido
exato do que seja jogo
coletivo."
(Orlando Pingo de Ouro,
ex-atacante do Fluminense e da
Seleçăo Brasileira)
"Ele é perfeito."
(Nílton Santos, considerado o
maior lateral-esquerdo da história,
sobre Júnior)
"Vocęs no Brasil văo
matar o talento dele,
colocando-o para correr atrás
de pontas. Năo façam
isso. Júnior é um dos
maiores organizadores de jogo
do mundo."
(Luigi Radice, técnico de Júnior
no Torino, sobre a intençăo
de Telę Santana escalá-lo
na lateral-esquerda na Copa de
86)
"Nílton Santos foi
chamado de 'A Enciclopédia'.
Se, um dia, eu chegar a Dicionário,
já me darei por muito
feliz."
(Júnior, ex-lateral-esquerdo
do Flamengo e da Seleçăo
Brasileira)
"O lado da formaçăo
do caráter do homem Júnior
é de suma importância.
Quando o ser humano tem um berço
de qualidade, a alimentaçăo
adequada e um meio de vida
saudável, tipo os de Júnior,
que foi criado ŕ beira da
praia, o desenvolvimento é
melhor. Ele tem todas as valęncias
biológicas e psicológicas
altamente desenvolvidas. Houve
uma combinaçăo perfeita
entre o espermatozóide do pai
e o óvulo da măe."
(Giuseppe Taranto, médico do
Flamengo)
"A camisa do Flamengo é
a minha segunda pele."
(Júnior, ex-lateral-esquerdo
do Flamengo e da Seleçăo
Brasileira)
"Ele foi excelente em
todas as posiçőes que
atuou até hoje."
(Nílton Santos, considerado o
maior lateral-esquerdo da história,
sobre Júnior)