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REINALDO

José Reinaldo de Lima - Centroavante - Ponte Nova (MG) - 11.01.1957

Falar de José Reinaldo de Lima significa falar do maior centroavante que o futebol brasileiro já viu. Para os amantes do futebol, Reinaldo. Para a torcida do Atlético Mineiro, clube que defendeu durante a maior parte da carreira, simplesmente Rei. O Rei que comemorava com a simplicidade de um punho erguido cada um de seus 382 gols, até mesmo o gol contra o América-RN que lhe valeu uma placa no Mineirão.

Antes de dar um chapéu no goleiro, Reinaldo driblou um zagueiro "e o Mineirão inteiro", como disse o ex-goleiro e comentarista Kafunga, já falecido.

Reinaldo foi um talento precoce. Destaque em todos os times amadores de Ponte Nova, foi a Belo Horizonte fazer um teste no Atlético e foi aprovado para a equipe juvenil, aos 14 anos. Em 1972, brilhou na Taça São Paulo de Juniores e, no ano seguinte, subiu para o time profissional. Tinha apenas 16 anos, mas já era alvo da violência dos zagueiros. Em 1973, Reinaldo passou por uma operação para retirar os meniscos do joelho esquerdo, e dois anos depois fez o mesmo no joelho direito.

Aos 19 anos, em 1976, conquista seu primeiro título estadual com o Galo. No ano seguinte, 1977, brilha no Campeonato Brasileiro, terminando a competição como artilheiro com 28 gols marcados, recorde que durou 20 anos até ser batido por Edmundo, que marcou 29 gols em 97. No entanto, a média de Reinaldo dificilmente será superada: os 28 gols foram marcados em 18 partidas, resultando em uma média de 1,5 gol por jogo.

Em 1978, disputou a Copa do Mundo pela Seleção Brasileira. No mesmo ano, iniciou com o Atlético uma sequência de seis títulos mineiros consecutivos, entre 78 e 83. Nas Eliminatórias para a Copa de 1982, participou de algumas partidas importantes, tendo marcado o gol da vitória de 2 a 1 sobre a Bolívia que garantiu a vaga brasileira na Copa. No entanto, acabou se machucando e ficando de fora da Copa do Mundo.

Depois da última conquista pelo Galo, em 1983, Reinaldo não conseguiu mais mostrar um grande futebol. As incontáveis contusões pesavam, e antes de parar de jogar, em 1988, passou por Palmeiras, Cruzeiro e pelo futebol europeu, em times sem expressão. Nos anos 90, tentou a carreira política e se elegeu vereador. Se envolveu com drogas e chegou a ser preso sob acusação de tráfico. 

Negou ser traficante, mas admitiu o vício. Com a força dos dois filhos e da imensa torcida atleticana, passou por cima de tudo. Com a mesma força com a qual passava pelos adversários.

"Ele driblou o zagueiro e o Mineirão inteiro"
(Kafunga, ex-goleiro do Atlético e comentarista, sobre o gol que Reinaldo marcou contra o América-RN, que lhe valeu uma placa no Mineirão)

"Posso afirmar sem bairrismo, que Reinaldo foi um dos maiores centro-avantes do Brasil e do Mundo em todos os tempos"
(Tostão, ex-jogador e comentarista esportivo)

"Reinaldo dedicou seu coração a Ponte Nova, seus pés a Minas e sua cabeça ao Brasil"
(João Bosco, cantor e compositor)

"Reinaldo é peça rara da escultura do futebol. Se você quer saber quem é o Rei, pergunte à bola!"
(Raimundo Fagner, cantor e compositor)

"A arte de Reinaldo encantou nossos olhos
  e tempera nossa memória na lembrança feliz
  dos dribles inesperados e mágicos, dos gols
  que alegraram e enlouqueceram multidões.
  Acompanharam a trajetória do menino do interior de Minas
  que dominou a bola e o mundo
  que dominou o mundo com a bola
  é conhecer o sonho brasileiro que se faz realidade:
  a realidade muitas vezes cruel
  que só pode ser vencida com amor, amizade, trabalho
  e fé na vida"
(Fernando Brant, compositor)

"Apesar de viver para o futebol, entregando-se inteiro aos treinos, à preparação física, aos jogos, às concentrações, jamais se deixou alienar do mundo em que vivia. Muito ao contrário, parece que sua dedicação ao esporte contribuiu ainda mais para aguçar sua sensibilidade social"
(Dom Serafim Fernandes de Araújo, Cardeal e Arcebispo de Belo Horizonte)