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FALCÃO

Paulo Roberto Falcão - Volante e Armador - Abelardo Luz (SC) - 16.10.1953 

Falcão, um herói de dois mundos. Foi o maior jogador do Internacional e da Roma de todos os tempos e um dos integrantes do quadrado mágico da seleção brasileira de 82. Detentor da camisa de número 5 do Internacional, da Roma e do São Paulo, é ainda reverenciado por todo o mundo como exemplo de volante fora-de-série, com seu futebol clássico, de passes e desarmes perfeitos, liderança e, sobretudo, jogo limpo.

Paulo Roberto Falcão nasceu em Abelardo Luz, Santa Catarina. Quando menino, Falcão foi morar em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, onde era conhecido pelo apelido de Sabonete. Na época de construção do Beira-Rio, ia com o pai, seu Bento, trabalhar de pedreiro voluntário. Depois, passou a vender garrafas velhas para pagar a condução aos treinos dos amadores do Internacional. Mal sabia que faria parte do mais vitorioso time do Internacional de todos os tempos e seria o símbolo de uma era no futebol brasileiro.

Sob o comando de Dino Sani, Falcão assumiu a titularidade do Internacional em 1973. Aquele garoto magro e alto de cabelos loiros encaracolados de apenas 19 anos, começava a assinar com maestria o fantástico meio-campo do Internacional, que dominou o futebol brasileiro na década de 70. Falcão, com suas assistências, lançamentos e passes precisos, classe e muita força na marcação, aliados a um potencial ofensivo imenso, levou o clube gaúcho a suas maiores glórias: um octacampeonato gaúcho e 3 campeonatos brasileiros. Além de ser o melhor jogador do Brasileirão por 3 campeonatos, Falcão marcou por seus gols. Dois deles entraram para a história do futebol brasileiro.

O primeiro foi nas semifinais de 1976 contra o Atlético Mineiro. Depois de um sufocante empate em 1x1 até os 47 minutos do segundo tempo, uma sequência de 7 toques de cabeça iniciada no meio-campo, acabando em uma tabela entre Escurinho e Falcão, que sem deixar a bola tocar no solo, desfere um indefensável sem-pulo contra o goleiro Ortiz. O gol abriu caminho para o título de 76. Outro momento mágico foi na semifinal do campeonato brasileiro de 1979, quando o Internacional enfrentava o Palmeiras em São Paulo. Falcão fez a melhor partida de toda a sua carreira.  

om uma atuação simplesmente fenomenal, fez dois gols, incluindo o gol da vitória por 3x2, garantindo vaga nas finais daquele ano. Falcão, que foi considerado o maior jogador do futebol brasileiro naquela temporada, acabou conquistando o ainda inigualável título de campeão invicto do campeonato brasileiro.

Na Seleção Brasileira, também marcou época. Por uma inacreditável teimosia, Cláudio Coutinho preferiu levar o viril Chicão ao clássico Falcão, que ficou de fora da Seleção, fazendo muita falta na Copa do Mundo de 78, vencida pela Argentina. Mas Falcão soube passar por cima desta adversidade e conquistou a vaga no meio-campo da seleção brasileira de 1982, que continha ainda Zico, Cerezo e Sócrates, o chamado "quadrado mágico" do mestre Telê Santana. 

Marcou o segundo gol no jogo contra a Itália, em um lindo chute de fora-da-área, que acabou se tornando o seu gol mais famoso. Com o 2x2, o Brasil garantia a vaga, mas o carrasco Paolo Rossi marcou mais um e o Brasil deu adeus ao sonho do tetracampeonato mundial. Falcão foi eleito para a Seleção dos melhores da Copa de 82 e foi considerado o segundo melhor jogador, atrás apenas de Rossi, da Itália.

Em 1980, o Brasil era pequeno para o seu futebol e Paulo Roberto Falcão foi para a Roma da Itália, vendido por 2,2 milhões de dólares. A sua chegada foi de muita festa, porém os torcedores do tradicional time "giallorosso" da capital do mundo não tinham noção da reviravolta que sua chegada ia fazer no estádio Olímpico. A Roma, que ficara 40 anos sem ser campeã italiana, iria reconquistar o scudetto em 83, protagonizando duelos memoráveis contra o maior time da história da Juventus, de Platini & Cia.

Falcão foi eleito o "8º Rei de Roma" e considerado o maior jogador da Roma em todos os tempos. Sua passagem pelo futebol italiano foi marcada pela elegância e classe que Falcão demonstrava dentro e fora de campo, sendo figura assídua das colunas sociais dos jornais italianos. Em 1985, Falcão retornou ao Brasil, atuando pelo São Paulo. Inúmeras lesões no joelho fizeram Falcão encerrar a carreira precocemente, aos 32 anos. Depois de se tornar treinador da Seleção Brasileira em 90/91, do Internacional, América do México e Seleção Japonesa, Falcão é hoje comentarista de futebol para a imprensa escrita e televisiva.

Pelo Inter, foi campeão brasileiro em 75, 76 e 79. Em sete anos no colorado, venceu cinco campeonatos gaúchos: 73, 74, 75, 76 e 78. Marcou 78 gols com a camisa do Internacional. Foi ainda campeão italiano em 83 e paulista em 85. Pela Seleção Brasileira, foram 38 jogos e 9 gols.

"Dizem que um jogador sozinho não ganha um campeonato. Mas o Falcão de 79 seria vice com certeza."
(Luís Fernando Veríssimo, escritor e torcedor do Internacional)

"Falcão, tu fostes ungido como o oitavo rei de Roma."
(Jornal Gazzetta dello Sport, em edição de 1983)

"Quem é melhor, Falcão ou Mococa?"
(Jornal da Tarde, na véspera de Palmeiras 2x3 Inter, refererindo-se ao duelo entre o craque do Inter e o destaque palmeirense da época)

"Falcão, é claro!"
(Jornal da Tarde, do dia seguinte ao duelo, que ficou marcado pela maior apresentação de Falcão em todos os tempos)

"Não perdemos para um time. Perdemos para o maior jogador do mundo."
(Dirigente palmeirense, ainda se referindo ao jogo contra o Internacional em 1979, quando Falcão vivia o melhor momento de sua carreira)

"Dizem que um jogador sozinho não ganha um campeonato. Mas o Falcão de 79 seria vice com certeza."
(Luís Fernando Veríssimo, escritor e torcedor do Internacional)

"Maradona foi o craque individual. Falcão, o craque tático, aquele que desenha o jogo para o time."
(Carlos Bilardo, técnico campeão do mundo em 86 pela Argentina)

"Ele sabia jogar com elegância e ainda tinha poder de marcação."
(Batista, ex-volante do Inter e da Seleção Brasileira que atuou com Falcão)

"Aquela armação de meio campo foi perfeita."
(Zico, sobre o quadrado mágico Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico)