Thomaz
Soares da Silva -
Meia-Atacante - São Gonçalo
(RJ) - 14.09.1922
Foi
o jogador brasileiro mais
completo antes de surgir Pelé.
Dono de uma técnica incomum,
dribles incríveis, chutes
perfeitos, desarmava e criva
jogadas com a mesma maestria.
Começou sua carreira no
Flamengo, onde conquistou o
tricampeonato carioca em 42,
43 e 44 e se destacou como
grande craque. Já com 37
anos, foi para o São Paulo e
ganhou o campeonato estadual
em 57.
Antes
disso, em 50, havia sido
vendido pelo Flamengo
novamente ao Bangu.
Inconformado com a atitude,
sente-se magoado com essa
atitude até hoje, não
entendendo o porquê de sua
dispensa. Jogou ainda no Audax
Italiano, do Chile, onde
encerrou sua carreira. Craque
de bola, foi titular de todas
as Seleções Brasileiras
formadas até 1950. Seu
futebol era tão bonito, tão
refinado, tão clássico, que
passou a ser chamado de Mestre
Ziza.
Mestre
de todas as equipes em que
jogou. Virtuoso dos dribles
curtos e chutes certeiros,
Zizinho brilhou por muitos
anos com a camisa 10 da Seleção,
encantando gerações de
torcedores. Por sua grande
atuação na Copa de 50, foi o
primeiro jogador a ser chamado
de "gênio".
Disputou a Copa de 50 e foi
eleito o melhor jogador da
competição. Em suas quatro
partidas, marcou dois gols.
Passou a condição de mestre
do meio-campo a Didi e
inspirou Pelé, que chegou a
afirmar que foi apenas um pálido
reflexo do espelho que era
Zizinho.
Na
única Copa em que participou,
uma cena ficou marcada na história
do futebol. Na partida contra
a Iugoslávia marcou um gol
invadindo a área, driblando o
zagueiro e chutou no canto. O
árbitro anulou.
Inconformados, os brasileiros
não acreditavam. Zizinho não
demonstrou qualquer reação.
Minutos mais tarde, recebeu a
bola novamente e repetiu
exatamente a mesma jogada:
entrando na área, driblando o
mesmo defensor e batendo no
mesmo canto. Um gol exatamente
igual ao outro e dessa vez não
foi anulado.
Mas
no segundo gol, o
"bis", Zizinho foi
atrás da bola, chutando-a várias
vezes contra a rede novamente,
enfurecido e alegre ao mesmo
tempo. O único gol
"bisado" da história.
Pela Seleção, disputou 54
partidas, tendo marcado 33
gols e conquistado o
Sul-Americano de 1.949.
"Seu futebol faz recordar
o Mestre Leonardo da Vinci
pintando alguma obra
rara."
(Giordano Fattori, jornalista
do Gazzeta dello Sport, sobre
Zizinho)
"Não há bola no mundo
que seja indiferente a
Zizinho."
(Nelson Rodrigues, escritor e
jornalista)
"Eu lia Zizinho, todo
domingo, no Maracanã."
(Armando Nogueira - jornalista
e escritor)
"As 'mocinhas' de hoje
deviam jogar no nosso
tempo."
(Zizinho, craque dos anos 50,
sobre a reclamação da violência
pelos jogadores da década de
70)
"Ponta ou tem que ser
muito bom ou só serve para não
deixar a bola sair para
lateral."
(Zizinho, ex-craque da Seleção
Brasileira)
"A bola tem vida própria.
Ela gosta de ser bem
tratada."
(Zizinho, ex-craque da Seleção
Brasileira)
"Eu não conseguia dormir
à noite. Eu sonhava que
aquilo era um pesadelo e não
tinha acontecido."
(Zizinho, ex-craque da Seleção
Brasileira, sobre a derrota na
final da Copa de 50)
"Quando eu era garoto,
procurava imitar dois
jogadores: o Dondinho, meu
pai, e o Zizinho. Quando
comecei a minha carreira no
Santos, o Zizinho estava
encerrando a dele no São
Paulo. E encerrando em grande
estilo. Ele foi campeão e
considerado o melhor jogador
do Campeonato Paulista de
1957. Zizinho era um jogador
completo. Atuava na meia, no
ataque, marcava bem, era um ótimo
cabeceador, driblava como
poucos, sabia armar. Além de
tudo, não tinha medo de cara
feia. Jogava duro quando
preciso."
(Édson Arantes do Nascimento,
o Pelé, sobre Zizinho, seu ídolo
quando criança)