Ademir
iniciou a carreira nos juvenis
do Sport, em 1937, levado por
seu pai, Antônio Rodrigues
Menezes, que era diretor de
remo do clube. Depois de
conquistar o bicampeonato
juvenil e o campeonato
pernambucano entre os
profissionais, Ademir
destacou-se na inesquecível
campanha feita pelo Sport em
amistosos no centro-sul do país,
quando venceu equipes de nome,
como Flamengo e Vasco. No último
desses amistosos, contra o
Vasco, a equipe rubro-negra
perdia de 3-0, quando Ademir
marcou 3 dos 4 gols da virada
pernambucana.
Este
fato chamou a atenção dos
dirigentes vascaínos, que
imediatamente procuraram
"Seu" Antônio e
assinaram contrato com o jovem
jogador do Sport. Ademir foi o
primeiro jogador brasileiro a
exigir luvas - 40 contos - e
seu passe custou apenas 800
mil réis. Com 301 gols em 429
partidas, o
"Queixada" tornou-se
o maior ídolo e artilheiro da
história do Vasco, até
aparecer Roberto Dinamite. Se
observada a média de gols dos
dois, entretanto, o Queixada
ainda vence (0,70 contra
0,63).
Ademir foi titular absoluto da
seleção brasileira, onde
ocupava a posição de
centroavante, tendo sido o
artilheiro da Copa do Mundo de
1950, com nove gols em apenas
6 jogos. Até hoje, nenhum
brasileiro marcou mais gols
que ele em uma Copa do Mundo.
Tivesse o Brasil vencido
aquela Copa, e o nome de
Ademir seria hoje ainda mais
idolatrado. Pela seleção,
marcou 35 gols em 41 partidas,
com uma das melhores médias
de todos os tempos.
Ademir era insuperável nas
arrancadas com a bola sob
controle (chamadas na época
de "rush") e capaz
de concluir com um ou outro pé
com grande precisão,
raramente perdendo gols em
lances de área. Chutava sem
tomar distancia da bola, sem
mudar o passo, surpreendendo
muitas vezes aos goleiros.
Toda uma equipe jogava para
ele. Os lançamentos eram
feitos longos para
aproveitar-lhe a corrida, e no
Vasco ele teve lançadores
fenomenais a alimentá-lo,
como Ipojucan e Danilo. Diz-se
que com Ademir foi inventada a
posição de ponta-de-lança,
obrigando técnicos a adotarem
novos sistemas para tentar
contê-lo.
No
inesquecível Vasco chamado de
Expresso da Vitória, Ademir
era o líder de craques como
Barbosa, Danilo Alvim, Maneca,
Lelé, Jair da Rosa Pinto e
Chico. Com o Vasco,
conquistou os cariocas de 45,
49, 50 e 52, além do
Municipal de 1945 e do Torenio
de Campeões Sul-Americanos em
1948, título hoje defendido
pelo Vasco como uma espécie
de "Libertadores da América".
O
período de Ademir no Vasco
foi interrompido brevemente
quando, em 46, o técnico do
Fluminense Gentil Cardoso
exigiu que o clube o
contratasse. Ficou famosa a
sua frase "Dêem-me
Ademir que eu lhes darei o
campeonato", o que
efetivamente aconteceu.
Mas
no inicio de 48, Ademir foi
contratado de volta pelo
Vasco, onde foi o principal
goleador das conquistas do
legendário Expresso da Vitória,
tendo inclusive marcado ambos
os gols da vitória por 2x1
sobre o América na final do
primeiro campeonato carioca
disputado no Maracanã, em
1950. Era também conhecido
como o carrasco do Flamengo,
no qual quase sempre marcava
gols.
Em 1956, voltou ao Sport, onde
começou, para encerrar a
carreira. Converteu-se ao
amadorismo e jogou sua última
partida contra o Bahia, que
ganhou do Sport por 2-0.
Depois
da carreira de jogador, chegou
a treinar o Vasco da Gama, em
1967. Também trabalhou como
comentarista de futebol para a
extinta Rádio Mauá e para o
jornal o Dia. Em 1996, aos 73
anos, faleceu no Rio de
Janeiro, deixando saudades.
"Dêem-me Ademir que eu
lhes darei o campeonato."
(Gentil Cardoso, técnico do
Fluminense, prometendo um título
que conquistaria logo depois,
com Ademir Menezes)
"Começamos a perder ali
o Mundial."
(Ademir Menezes, craque do
Brasil na Copa de 1950, sobre
o fato dos jogadores terem que
acordar às sete horas da manhã
para uma missa, tendo que
ficar de pé ou de joelhos por
mais de uma hora, no dia da
final contra o Uruguai)
"Roberto é um dos
jogadores mais fortes e
valentes que já conheci,
valente como eu fui no
passado."
(Ademir de Menezes,
ex-artilheiro da Seleção
Brasileira, sobre Roberto
Dinamite)