Para
muitos, a história seria
diferente se Careca năo
se machucasse ŕs vésperas
do Mundial da Espanha.
Quando
começou o Campeonato
Brasileiro de 1978, ninguém
apostava naquele Guarani de
Campinas. Alguns até faziam
graça com a formaçăo do
ataque. Capităo, Careca e
Bozó. O tal Careca tinha uma
farta cabeleira e ganhou o
apelido na infância por
gostar muito do palhaço
Carequinha.
A
palhaçada parou aí. O
Guarani revelou-se um timaço
e o melhor jogador da equipe
campeă brasileira era
justamente Antônio de
Oliveira Filho, o Careca.
Surgia ali um dos melhores
centroavantes da história do
futebol. Até hoje a derrota
na Copa de 82 é atribuída
ŕ sua ausęncia.
Pouco antes do Mundial, Careca
se contundiu e foi cortado. E
no quase perfeito time de Telę
Santana faltou justamente o
artilheiro.
Filho
do ex-jogador Oliveira,
ponta-esquerda da Ponte Preta,
Careca descobriu a vocaçăo
para os campos aos 7 anos no
infantil do Colorado de
Araraquara. Mas foi no Guarani
que despontou para o futebol.
Nos seis anos em que defendeu
o time campineiro, marcou 80
gols. Em 1983, foi para o Săo
Paulo e conquistou tręs títulos
– campeăo paulista
(1985 e 1987) e brasileiro
(1986). Em 1987, transferiu-se
para o Napoli e formou uma
inspirada dupla com Diego
Maradona. Os dois foram quase
beatificados depois que deram
dois títulos nacionais (1987
e 1990) mais a Copa da Uefa
(1989).
Careca
chegou em forma e fez uma Copa
quase perfeita em 1986. Faltou
companhia, porém. Em 1990,
teve o azar de servir no
"exército lazarônico"
que fez feio no Mundial da Itália.
Poderia ter jogado também em
1994, mas sentiu que já havia
passado seu tempo na Seleçăo
e pediu dispensa. Coerente,
escolheu o Japăo para o
crepúsculo profissional. Já
estava para largar
definitivamente a bola quando
năo resistiu e realizou o
sonho de jogar pelo Santos,
seu time do coraçăo.
Ficha
completa
Nome:
Antônio
de Oliveira Filho
Nascimento: Araraquara,
SP, 5/10/1960
Posiçăo:
Centroavante
Clubes em que jogou:
Guarani (1976 a 1982), Săo
Paulo (1983 a 1986),
Napoli-ITA (1987 a 1992),
Kashiwa Reysol-JAP (1993 a
1996), Santos (1997), Campinas
(1998), Săo José-RS
(1999)
Títulos: Campeăo
brasileiro (1978) pelo
Guarani; paulista (1985 e
1987) e brasileiro (1986) pelo
Săo Paulo; italiano (1987
e 1990) e da Copa da Uefa
(1989) pelo Napoli
Almanaque
Muy amigo
Brasileiros e argentinos
raramente formam parcerias no
futebol. Careca e Maradona, no
Napoli, foi uma exceçăo.
"O Maradona era dono de
90% de Nápoles e eu dos
outros 10%. Todas as
quintas-feiras ele ia a minha
casa tomar cerveja, fazer uma
feijoada ou um churrasco. Foi
uma amizade diferente,
verdadeira", lembra
Careca.