Arthur
Antunes Coimbra -
Ponta-de-lança
- Rio de Janeiro (RJ)
03.03.1953
Maior
talento já surgido no futebol
brasileiro depois de Pelé.
Extrema habilidade, excelente
visão de jogo, inteligência
acima do comum e dribles
espetaculares eram apenas
algumas das características
que formavam seu futebol de
sonhos. Era um artilheiro nato
e um gênio em cobranças de
faltas.
Jogava
no meio-campo, mas chegava ao
ataque com grande qualidade
parar marcar gols. Tinha
classe, categoria e técnica
que o fizeram um dos melhores
e mais completos jogadores de
futebol da história.
O
apelido de Zico surgiu na
infância, como uma corruptela
de
"Arthurzinho" e
"Arthurzico". Veio
de uma família apaixonada por
futebol e pelo Flamengo. Seu
pai, seu Antunes, quase chegou
a ser goleiro profissional.
Dois de seus irmãos mais
velhos, Antunes e Edu, foram
jogadores profissionais
destacados. Passaram para a
história apenas como
"irmãos de Zico",
injustamente. Era em Antunes
que ele tinha sua maior
influência
e era seu principal modelo.
Faltava
aulas para acompanhar a jogos
do irmão. Seu maior e único
ídolo no futebol foi,
entretanto, o atacante Dida,
principal jogador do Flamengo
durante toda sua infância.
Começou no Flamengo aos 13 e
tornou-se o maior jogador da
história do clube. Estreou
nos profissionais aos 18 anos
e com o clube ganhou cinco
títulos cariocas, quatro
brasileiros, um sul-americano e
um Mundial Interclubes. É o
maior goleador da história do
rubro-negro - superando seu
ídolo Dida- com 508 gols em
731 jogos. Foi artilheiro em
cinco campeonatos cariocas. Em
toda sua carreira, marcou mais
de 800 gols.
É,
além de maior artilheiro da
história do Flamengo, o maior
artilheiro do Rio de Janeiro e
do Maracanã. Era conhecido
também como "Galinho de
Quintino", em referência
ao bairro aonde morou em sua
infância. Seu início no
futebol foi muito difícil.
Ninguém negava sua qualidade,
mas era muito criticado por
ser muito pequeno. Era
franzino e fraco fisicamente,
perdendo muitas jogadas por
causa disso. Com a ajuda da
direção do Flamengo, passou
a fazer um tratamento para
ganhar massa muscular. Tomava
vitaminas e hormônios, fazia
musculação diariamente e
treinava mais que os outros
garotos. O resultado foi que
ficou mais forte fisicamente e
pôde vencer no Flamengo e no
futebol. Foi sem dúvidas o
responsável pela projeção
nacional e internacional do
clube carioca e levava
legiões de fãs aos estádios.
Faz
parte da Seleção do Flamengo
de todos os tempos e foi
votado como um dos 10 maiores
gênios do futebol brasileiro.
Representa a vitória da
dedicação, do esforço, do
profissionalismo e do talento.
Sempre foi totalmente dedicado
à sua profissão e um exemplo
de jogador. Aos 18 anos foi
convocado para a Seleção
Brasileira de Juniores e cinco
anos mais tarde fazia sua
estréia na profissional.
Disputou as Copas de 78, 82 e
86. Ficou marcado por ter
perdido um pênalti que podia
ter dado a vitória ao Brasil
contra a França, em 86, mas
nunca se abalou com isso.
Marcou 68 gols em 94 jogos
pela Seleção, ficando atrás
apenas de Pelé.
Em
81 conquistou os dois maiores
títulos da história do
Flamengo: a Libertadores da
América
e o Mundial Interclubes, sendo
o principal jogador do time. Em
83 foi negociado com o futebol
italiano e jogou por quase
dois anos na Udinese. Foi
vice-artilheiro do campeonato
italiano jogando por um clube
mediano, atrás apenas de
Platini, que jogou 6 partidas
a mais defendendo a
fortíssima Juventus.
Entretanto, Zico foi eleito o
melhor jogador da
competição. Em 85 voltou ao
Brasil e ao Flamengo e passou
por um dos períodos mais
difíceis em sua carreira.
Sofreu
uma entrava violentíssima do
lateral Márcio Nunes, do
Bangu, que atingiu em cheio
seu joelho esquerdo. Passou
por várias operações e foi
desacreditado por muitos, mas
conseguiu voltar ao futebol.
Encerrou a carreira em 90,
jogando pelo Flamengo. No
mesmo ano, assumiu a
Secretaria Nacional dos
Esportes, fazendo parte do
governo Collor. Seu projeto
mais famoso foi a "Lei
Zico", que criou vários
dispositivos que mudaram o
futebol brasileiro. No ano
seguinte, voltou ao futebol,
dessa vez para iniciar um
ambicioso projeto no Japão.
Tornou-se técnico e jogador
do Sumimoto, que depois
passaria a se chamar Kashima
Antlers. Zico foi o principal
responsável pela implantação
do futebol no Japão e até
hoje é um dos maiores ídolos
do país. Encerrou
definitivamente a carreira em
94, jogando pelo Kashima
contra o Flamengo.
Voltou
ao Brasil e fundou seu próprio
clube, o CFZ Rio de Janeiro.
É um dos primeiros
clubes-empresa do Brasil e
mantém uma parceria com o
Kashima, clube do qual Zico é
até hoje consultor técnico.
Em 98 foi chamado a fazer
parte da comissão técnica da
Seleção Brasileira que ia a
Copa do Mundo. Foi o diretor técnico
da Seleção, que conquistou o
vice-campeonato. Inspirou a
toda uma geração nascida
depois de 70, que tem em Zico
seu maior ídolos.
Vários
jogadores brasileiros, como Raí
e estrangeiros, como Roberto
Baggio, afirmam terem tido em
Zico sua maior fonte de
inspiração e admiração.
Escreveu uma autobiografia
(Zico conta sua história) e
foi motivo de inúmeros
filmes, livros, documentários,
análises, crônicas e
homenagens. A torcida do
Flamengo até hoje reverencia
seu maior craque e espera que
um dia ele possa se tornar
presidente do clube.
"Como no Brasil nós
gostamos de arrumar um
culpado, essas coisas
negativas marcam muito. Você
faz 300 gols de pênalti,
perde um e é esse que
marca."
(Zico, sobre o pênalti que
perdeu em 86, contra a França)
"Louvemos o poeta
Zico, que jogava futebol como
se a bola fosse uma rosa
entreaberta a seus pés."
(Armando Nogueira, jornalista
e escritor)
"Aquela armação de
meio campo foi perfeita"
(Zico, sobre o quadrado mágico
Falcão, Cerezo, Sócrates,
Zico)
"Romário pensa que é
o rei da cocada preta. O que
esperar de um cara que se acha
Deus?"
(Arthur Antunes Coimbra -
Zico)
"Quando eu jogava de
goleiro, não admitia sofrer
gols de falta. Zico não iria
fazer esses gols em mim."
(Seu Antunes, pai de Zico)
"Zico é mais completo
do que eu. Além de
artilheiro, arma as jogadas,
cria oportunidades para os
companheiros, dá gols para
todos eles. Ah, se eu tivesse
a firmeza do chute de Zico,
nem sei o que teria feito no
futebol..."
(Dida, ex-jogador da Seleção
Brasileira e maior artilheiro
do Flamengo antes de Zico)
"Tenho dito e repetido
que Zico é o maior jogador do
mundo. Há os que negam, cegos
pelo óbvio ululante. Mas, se
a evidência quer dizer alguma
coisa, não cabe dúvida, nem
sofisma."
(Nelson Rodrigues, jornalista,
escritor e dramaturgo, sobre
Zico)
"Ele mudou a história
do clube. Existem dois
Flamengos: antes e depois de
Zico."
(George Helal, ex-diretor do
Flamengo, sobre Zico)
"Porém, meu adeus será
colorido de gratidão por
poder dizer de boca cheia,
como tantos: Eu vi o Zico
jogar."
(Francisco Horta,
ex-presidente do Fluminense,
na despedida de Zico)
"Adeus, Zico. Nós,
vascaínos, tricolores,
botafoguenses, etc.,
dormiremos mais tranqüilos
sabendo que uma falta cometida
nas proximidades de nossa área
não será tão perigosa
assim. Que não teremos de
enfrentar seus dribles, seus
lançamentos, suas soluções
inteligentíssimas para as
jogadas mais difíceis, a sua
movimentação que o levava,
em frações de segundo, da
intermediária à porta do gol
e aos gritos de 'Zico! Zico!
Zico!' quando você fazia uma
das suas e chutava aquelas
bolas que tocavam na rede e
batiam em cheio em nossos corações.
Em compensação, nós, que
tanto amamos nossos clubes
quanto o futebol, estaremos
com as nossas tardes de
domingo mais pobres. E aí,
veja que ironia, teremos
saudades de você."
(Sérgio Cabral, escritor,
jornalista e torcedor do
Vasco, na despedida de Zico)
"O Zico é um jogador
completo. Tem uma extraordinária
visão de jogo, uma habilidade
fantástica e um toque de bola
que eu invejo."
(Roberto Dinamite, ex-atacante
da Seleção Brasileira)
"Zico é ao mesmo
tempo sofisticado e simples,
pois até seu drible mais
espetacular ou o seu passe de
maior efeito tem como objetivo
único o caminho mais curto em
direção ao gol. Zico
consegue ser artilheiro sendo
ao mesmo tempo um criador de
jogadas e de gols para os
companheiros."
(Fernando Calazans, jornalista
esportivo)
"Foi o maior exemplo
de jogador para as gerações
futuras."
(Zagallo, ex-jogador e técnico
da Seleção Brasileira, sobre
Zico)
"Ao longo desses 100
anos sem a menor dúvida Zico
foi a figura mais expressiva
do mais importante e popular
clube do país. Quem é
rubro-negro sabe: ninguém deu
mais alegrias a esta nação
que Zico. Em termos de
Flamengo todo mundo sabe: ZICO
é princípio, meio e
fim."
(Kléber Leite, ex-radialista
e ex-presidente do Flamengo)
"Eu pude ter uma casa com
piscina, com conforto, tudo
graças ao Zico, ao
Flamengo.... Nunca tive
oportunidade de agradecer, e
hoje tenho: obrigado Zico,
obrigado Flamengo."
(Mozer, ex-jogador da Seleção
Brasileira e do Flamengo)
"Depois de Pelé, Zico
foi o maior."
(Rummenigge, ex-jogador da
Seleção Alemã)
"Eu tive o privilégio de
participar do mesmo time que o
Zico participou... Tudo que se
fala do Zico, toda homenagem
que é prestada a ele, é
pouco pelo que ele
merece."
(Leandro, ex-jogador da Seleção
Brasileira e do Flamengo)
"Gol é uma explosão
de alegria, um desabafo de
nossa alma, o resultado final
de um árduo trabalho de
aplicação."
(Zico, ex-jogador da Seleção
Brasileira e do Flamengo)
"Realmente na minha
veia corre sangue vermelho e
preto."
(Zico, ex-jogador da Seleção
Brasileira e do Flamengo,
sobre seu amor pelo Fla)
"Gérson e Zico foram
os maiores jogadores que o
futebol carioca produziu
depois dos anos 50. Olhando
para um, vejo o Jair Rosa
Pinto. Para outro,
Zizinho."
(Ademir de Menezes, ex-jogador
da Seleção Brasileira)