Carlos
Alberto Torres -
Lateral-direito - Rio de
Janeiro (RJ) - 17.06.45
O
‘Capităo’. Assim
ficou conhecido Carlos Alberto
Torres, o maior
lateral-direito que o mundo já
viu. O apelido foi conquistado
em 1970, quando levantou a taça
Jules Rimet, do tri-campeonato
mundial.
De
personalidade forte, também
era dono de uma força física
invejável. Mas suas maiores
características eram, sem dúvida,
a habilidade e o estilo clássico.
A
carreira de Torres năo
poderia ter começado de outra
forma. Seu primeiro ano como
profissional foi em 1964,
quando vestiu a camisa do
Fluminense e se tornou campeăo
carioca. Estreou na seleçăo
principal antes de completar
20 anos, quando ainda estava
no clube carioca. No ano
seguinte, foi para a máquina
do Santos.
Quando
chegou ŕ Vila Belmiro, o
time estava no auge, com Pelé
& Cia. já tendo inclusive
conquistado o bi-campeonato
mundial há tręs anos.
Ainda em 1965, Carlos Alberto
começou a colecionar os títulos
no Peixe. Tornou-se campeăo
paulista e brasileiro. Aquilo
era só o começo, muitas
outras vitórias ainda estavam
por vir. Mesmo sendo ainda um
garoto, foi conquistando o
respeito na equipe e logo
virou o capităo santista.
No
Torneio Rio-Săo Paulo,
foi campeăo em 66. Além
de 65, venceu o Paulista em
67, 68 e 69. Em 68, também
ganhou o Torneio Roberto Gomes
Pedrosa, e as Recopas
Sul-Americana e Mundial. Em
445 partidas pelo Santos, fez
40 gols.
Carlos
Alberto já era um fenômeno
do futebol brasileiro. Por
isso foi estranha a sua năo-convocaçăo
para a Copa do Mundo de 1966,
na Inglaterra. O próprio
Carlos Alberto já estava
convicto de que seria chamado
e ficou surpreso quando seu
nome năo foi anunciado.
Em
1970, no entanto, năo
convocá-lo năo seria
apenas uma surpresa, mas um
crime. Carlos Alberto năo
era apenas o melhor lateral
direito do Brasil: era o
melhor do mundo. Além do
mais, năo se podia
dispensar a liderança do
“Capita”.
Foi
na Copa do México, com a seleçăo
brasileira, que Carlos Alberto
conquistou o mundo. Na final
da Copa, contra a Itália, foi
o autor de duas cenas jamais
esquecidas. Primeiro foi a
bola rolada por Pelé que, no
chute perfeito de Torres,
liquidou o time italiano.
Brasil 4 a 1. Minutos depois,
o Capităo ergueu, pela última
vez, a taça Jules Rimet.
Depois
da Copa, já em 1971, voltou
para o Rio de Janeiro, onde
foi defender as cores de um
outro clube alvinegro: o
Botafogo. Com outra passagem rápida,
também atuou no Flamengo.
Sua
volta para o Santos aconteceu
em 1972. No time praiano,
conquistou mais um paulista e
ficou até 1976, quando depois
voltou para o Rio. O
Fluminense, time onde iniciou,
era seu destino.
No
tricolor carioca ficou por um
ano, tempo suficiente para
ser, novamente, campeăo.
Saindo do trecho Rio-Santos,
Torres foi para os Estados
Unidos, onde encontrou-se com
o Rei Pelé.
A
dupla, como era de se esperar,
deu certo e levou o Cosmos, de
Nova Iorque, ao título de
campeăo norte-americano,
em 1977. Este foi o último título
na galeria de Torres, que
ainda teve tempo para uma
curta passagem pelo Newport
Beach. Mas foi no Cosmos, em
1982, que o Capităo
entregou a braçadeira.
Recentemente,
tem se aventurado pela
carreira de treinador,
chegando a comandar clubes
como Botafogo e Corinthians,
sem, entretanto, obter muito
sucesso. Ao contrário dos
seus anos como jogador. Até
hoje, a seleçăo
brasileira ainda năo
encontrou um lateral-direito tăo
completo como o Capităo.
E já se văo 30 anos de
saudades...
"Alguém me disse que meu
nome năo tinha sido lido
e eu achei que fosse um
engano."
(Carlos Alberto Torres, sobre
a ausęncia de seu nome na
lista dos convocados para a
Seleçăo Brasileira que
iria disputar a Copa do Mundo
de 1966)
"Năo adianta o
senhor me bater. Eu quero ser
jogador de futebol."
(Carlos Alberto Torres, para o
seu pai, depois de ter
apanhado dele pois só queria
saber de jogar bola)