Gordon
Banks - Goleiro - Sheffield
(Inglaterra) - 20.12.1937
Brasil
x Inglaterra, pela Copa de
1970. Aos dez minutos do
primeiro tempo, Jairzinho
alcança a bola próximo à
linha de fundo. Mostrando
habilidade, vira-se em direção
ao gol e passa pelo seu
marcador, Terry Cooper. Alcança
a linha da área e faz um
cruzamento no segundo pau. A
bola vem alta, mas na área
está Pelé. Antes de
cabecear, ele olha para o
goleiro Gordon Banks. Ele está
no primeiro pau e Pelé não
tem dúvidas.
Com
um impulso incrível, alcança
a bola e cabeceia forte, para
o chão, no canto direito. Uma
cabeçada perfeita, potente
como um chute. Seria mais um
belo gol do Rei do Futebol, se
Banks não aparecesse como um
raio.
O
goleiro correu por toda a
extensão do gol, saltou e
conseguiu desviar a bola antes
que ela cruzasse a linha. Em
uma trajetória quase
vertical, a bola passou por
cima da trave. A defesa,
considerada a maior da história
do futebol em todos os tempos,
é o maior exemplo da
categoria de Gordon Banks.
Ninguém parecia acreditar no
que acabara de acontecer.
O
lance ficou marcado para
sempre e até hoje é exibido
como um dos grandes gols do
esporte. Foram 73 partidas
pela Seleção Inglesa e uma
marca incrível: em 35 delas,
Banks não sofreu gol. É o
segundo goleiro em número de
participações com a camisa
da Inglaterra. Detém um
recorde: ficou sete jogos sem
levar gols até ser superado
por um pênalti cobrado por
Eusébio, o craque português.
Conquistou o único título
mundial dos ingleses, em 1966.
Ao falar de Banks, os
atacantes mostravam mais do
que respeito. "Quando
pensava em Gordon, me
perguntava: como superar este
homem" - disse Jimmy
Greaves, um dos maiores
artilheiros do futebol inglês
na época. Para Pelé,
"Banks foi o melhor
goleiro da Copa de 1970 e
talvez o melhor entre todos os
jogadores de defesa".
Entre
1966 e 70, era reconhecido
como o melhor goleiro do
mundo. Era extremamente ágil
e um grande defensor de pênaltis.
Não jogou em clubes de grande
expressão, e por isso não
chegou a ser campeão inglês.
Venceu
por duas vezes a Copa da Liga
Inglesa. Em 1964, com o
Leicester City, e em 1972, na
inédita conquista do Stoke
City. No ano de 72, foi eleito
o melhor jogador do ano na
Inglaterra, uma proeza para um
arqueiro. Banks foi um exemplo
para os outros goleiros
ingleses. Peter Bonetti fazia
questão de dizer que Banks
era o seu "modelo de
goleiro".
Para
Ray Clemence, Banks era um ídolo.
Peter Shilton, que acabou
substituindo Banks na Seleção
Inglesa e no Leicester, disse
que ele poderia continuar por
vários anos no gol do English
Team. Curiosamente, a declaração
de Shilton veio poucos dias
antes do acidente de carro que
tirou de Banks a visão de um
olho.
Ele
não voltou a jogar pela Seleção
Inglesa. Mesmo assim, em 1977,
aos 40 anos, jogou nos Estados
Unidos, pelo Fort Lauderdale
Strikers. Um goleiro da
categoria de Banks poderia
defender até mesmo com apenas
metade da visão.
"Banks foi o melhor
goleiro da Copa de 1970 e
talvez o melhor entre todos os
jogadores de defesa."
(Pelé, sobre Gordon Banks)
"Quando pensava em
Gordon, me perguntava: como
superar este homem?"
(Jimmy Greaves, um dos maiores
artilheiros do futebol inglês
na época)
"Banks ainda pode jogar
pela Seleção Inglesa por
muito tempo."
(Peter Shilton, goleiro que
substituiu Banks no English
Team, poucos dias antes do
acidente que tirou a visão de
um olho de Banks)
"Quando o Jairzinho
cruzou, eu estava voltando em
direção ao meio do gol. Ao
ver a trajetória da bola,
tive certeza que ninguém
alcançaria. Foi aí que vi
Pelé, saltando de uma maneira
impressionante para alcançar
a bola."
(Gordon Banks, descrevendo o
lance da defesa mais fantástica
de todos os tempos)