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ROBERTO DINAMITE

Carlos Roberto de Oliveira - Atacante - Duque de Caxias (RJ) - 13.04.1954 

Não é à toa que Roberto Dinamite é considerado o maior jogador da história do Vasco. Ele é nada mais nada menos que o jogador que mais vezes vestiu a camisa do clube (1022 partidas), o que marcou mais gols (617), o que conduziu o clube ao seu primeiro título brasileiro, em 1974, além de ter conquistado cinco Estaduais. Nas duas competições, aliás, Roberto é o maior artilheiro, não só do Vasco, como geral. 

Marcou 190 gols em Campeonatos Brasileiros, 181 com a camisa do Vasco. São 41 a mais que Zico, o seu maior rival futebolístico da carreira. De 1973 a 1985, foi ininterruptamente artilheiro do Vasco em uma temporada.

Era muito forte fisicamente, o que lhe garantia sempre uma vantagem contra os zagueiros na disputa pela bola. Tinha um excelente senso de colocação na área e um instinto de artilheiro. Além disso, também cobrava faltas com maestria. Cabeceava muito bem e tinha um chute potente. O apelido Dinamite surgiu 1971, quando marcou seu primeiro gol pelos profissionais do Vasco. No dia seguinte, o Jornal dos Sports o cumprimentou com a manchete: “Explodiu o garoto Dinamite”. O primeiro título veio em 1974, no Campeonato Brasileiro conquistado pelo Vasco em cima do Cruzeiro.

Dinamite foi o artilheiro daquele Brasileiro, consagrando-se definitivamente como craque. Nas décadas de 70 e 80, Dinamite ajudou a abrilhantar a história do “Clássico dos Milhões”, Vasco e Flamengo. Ao lado do Casal 20 tricolor, Washington e Assis, Dinamite foi o principal adversário para que o supertime do Flamengo estabelecesse uma hegemonia no futebol carioca no fim dos anos 70 e início dos 80. Em 67 jogos contra o Flamengo, Dinamite marcou 27 gols, tornando-se o maior artilheiro da história do clássico.

Além do Brasileiro de 74, Dinamite conquistou os Estaduais de 77, 82, 87, 88 e 92. Em 87, calou os detratores que diziam que Roberto já não mais era útil ao Vasco, marcando 15 gols na campanha que deu ao clube o primeiro título desde 1982. Teve ainda rápida passagem pelo futebol europeu. Em 80, foi vendido para o Barcelona da Espanha, clube que defendeu por alguns meses, sem muito sucesso (marcou apenas dois gols). Em seu retorno ao Brasil, presenteou a torcida do Vasco com uma atuação excepcional, marcando cinco gols em uma só partida contra o Corinthians. Em 1989, disputou o Campeonato Brasileiro pela Portuguesa.

Depois de defender ainda o Campo Grande, voltou ao Vasco, aonde encerrou sua carreira com o título carioca de 1992, que veio de forma invicta. Já neste ano, elegeu-se vereador pelo Rio de Janeiro, iniciando a sua carreira política, que tem prosseguimento até hoje. No total, ficou apenas um ano fora do Vasco (três meses no Barça, seis na Portuguesa e três no Campo Grande). Em 93, Dinamite realizou uma partida amistosa para encerrar sua carreira. Essa foi a única vez em que Zico vestiu a camisa do Vasco, formando a dupla de ataque com Roberto na partida contra o Deportivo La Coruña.

Pela Seleção Brasileira, Dinamite atuou 39 vezes. Marcou 26 gols, entre eles os três que o sagraram artilheiro do time na Copa do Mundo de 1978. Disputou ainda a Copa de 82, convocado para o lugar do cortado Careca. Foi reserva de Serginho e não chegou a jogar. Como toda a sua geração, não conseguiu trazer uma Copa do Mundo para o Brasil. Mas a torcida do Vasco, certamente, nunca o esquecerá. Em eleição recente, Roberto foi eleito por internautas para a seleção vascaína do milênio. Pouco antes, os leitores de Placar o consagraram como maior craque a ter vestido a camisa vascaína. Quem o viu jogar,  concorda com a voz do povo.

"Garoto-Dinamite Explodiu."
(Manchete do Jornal dos Sports, criada por Aparício Pires, em 26/11/71, anunciando o primeiro gol de Roberto pelo Vasco, contra o Internacional. Nascia aí o apelido Dinamite)

 "Dentro da área, Roberto é um jogador tão importante quando Pelé."
(Didi, bicampeão do mundo em 58 e 62, analisando a participação de Roberto Dinamite no título conquistado pela seleção brasileira no Torneio Bi-Centenário dos Estados Unidos, em 1976)

 "No seu chute tem amor, tem garra, espírito de luta e dedicação. No seu chute tem gana, fibra e afirmação. No seu chute está a alegria da torcida."
(Oscar Eurico, sobre Roberto Dinamite)

 "O importante é que, ao entrar em campo, ele faz o que dele se espera, os gols dos quais precisamos. Quando lhe dão oportunidade, quando o colocam na seleção brasileira, como em 1978, ele entra para decidir."
(Sérgio Noronha, comentarista esportivo, sobre Roberto Dinamite)

 "Foi a primeira sacanagem de 80. Roberto é ídolo, é símbolo e, como tal, insubstituível. Se o Vasco comprar a seleção, não vai fazer a torcida esquecer o Dinamite."
(Sérgio Cabral, jornalista e escritor, sobre a venda de Roberto ao Barcelona)

 "Na minha longa carreira de futebol, em todos os locais e clubes pelos quais passei, jamais encontrei alguém com a fortaleza moral de Roberto."
(Oto Glória, técnico de futebol, sobre Roberto Dinamite)

 "Ele constrói metade de todos os meus gols."
(Do então jovem Romário, artilheiro do campeonato carioca de 1986, sobre sua parceria com Roberto Dinamite)

 "Roberto é um dos jogadores mais fortes e valentes que já conheci, valente como eu fui no passado."
(Ademir de Menezes, ex-artilheiro da Seleção Brasileira)

 "Roberto é um profissional que dispensa comentários como artilheiro e um caráter muito especial como companheiro."
(Arthur Antunes Coimbra, o Zico)