www.futebolamadordeminas.com

Prestação de Serviços Gratuitos ao Futebol Amador de Minas Gerais

E-mail: marcoantonio@hc.ufmg.br

   
 

PELÉ 

Edson Arantes do Nascimento - Meia-Atacante -Tręs Coraçőes (MG) - 23.10.40

Definir Pelé é tarefa das mais árduas. Melhor de todos os tempos, Rei do Futebol, atleta do século, Deus da bola. Săo vários os adjetivos e frases que podem tentar classificar o que Edson Arantes do Nascimento representou para o futebol mundial.

Nascido em Tręs Coraçőes, em Minas Gerais, logo migrou para Bauru, no interior de Săo Paulo, onde começou a brincar com sua eterna companheira, a bola, no clube Baquinho. Lá, nem Pelé o garoto era. Seu apelido era Gasolina! Até o dia que Waldemar de Brito, ex-jogador e olheiro, o levou ainda muito jovem para o Santos, naquela época um clube apenas mediano no cenário paulista e nacional. O Peixe estava montando uma grande equipe, com Pepe, Zito, Pagăo, mas faltava o maestro. E ele apareceu. 

 O maior de todos, o que comandava de qualquer parte do campo as açőes, parecia ter um ímă nos pés, tamanha sua habilidade, ou uma visăo de raio-x, tamanha sua capacidade de posicionamento. Ou asas, já que subia espetacularmente nas cabeçadas, mesmo sem ter grande estatura. Ou uma ferramenta de precisăo, já que passava como ninguém. Pelé conseguia, ao mesmo tempo, ser meia clássico, atacante matador, defensor eficiente e - pasmem - goleiro! Nas vezes em que teve que vestir a camisa 1, năo sofreu gols.

Foram 1281 gols em 21 anos de carreira profissional. Aos 21 anos de idade, já tinha 500 gols marcados na carreira. Estreou pelo Santos em 7 de setembro de 1956, com apenas 15 anos, na goleada sobre o Corinthians de Santo André (7x1), onde deixou o dele. No ano seguinte estreava pela seleçăo, na derrota de 2x1 para a Argentina. Era apenas o começo.

Em 1957, o garoto, já usando a camisa 10 do Santos, o manto branco que ele fez conhecido mundialmente, foi artilheiro do Campeonato Paulista. Seria apenas a primeira de uma série. O Rei seria artilheiro ainda em todos os campeonatos até 1965, além de 1969 e 1973. Ou seja, artilheiro onze vezes, sendo nove em seqüęncia. Em 1958, bateu recorde que dificilmente será alcançado: 58 gols.

Títulos? O Santos, antes de Pelé, tinha apenas tręs campeonatos paulistas. Com ele, ganhou outros onze. Depois de Pelé, venceu apenas dois. O Peixe ganhou ainda cinco vezes a Taça Brasil, tręs vezes o Rio-Săo Paulo… mas os títulos mais importantes foram as duas Libertadores e os dois Mundiais que ajudou o clube de Vila Belmiro a vencer.

Cabe esse título um caso a parte. Em 1962, o Santos venceu uma verdadeira guerra contra o Peńarol para conquistar a América, e, no Mundial contra o Benfica, Pelé comandou a constelaçăo santista na, talvez, maior exibiçăo de um clube de futebol na história. Duas vitórias convincentes, que faziam o mundo comprovar que o Santos era, realmente, um time dos céus. No ano seguinte, o Boca Juniors, que jamais havia perdido uma partida internacional no estádio La Bombonera, rendeu-se ao Rei e seus asseclas, derrotados por 2x1 e vendo o manto sagrado de Vila Belmiro conquistar a América de uma vez por todas. 

O Mundial de 63 pelo Santos foi traumático para o Rei. Caçado pela defesa do Milan, Pelé jogou apenas um jogo e meio. Sobrou para Almir Pernambuquinho a responsabilidade de carregar o time ao título. Pelé podia ser Deus, mas ŕs vezes sofria como um mero mortal.

Além dos títulos locais, Pelé carregou o seu nome e o do Santos para o mundo todo. Excursőes intermináveis do time fizeram com que o nome do Rei do futebol fosse mais conhecido que muitos líderes políticos e religiosos. Conheceu papas, presidentes, ministros. Interrompeu guerras, como a de Biafra (hoje Nigéria) que largou as armas para ver o Santos jogar. Fez os organizadores de um amistoso na Colômbia trocarem o juiz após este ter-lhe expulsado. Acabaram dando cartăo vermelho pro homem de preto! Levou o nome do Brasil ao exterior. Hoje ainda é referęncia internacional.

O Rei seguiu pelo Santos até 1974, quando se despediu do clube ajoelhando-se no meio do campo, durante uma partida contra a Ponte Preta. Para quem pensou que ele iria abandonar o futebol, a surpresa: o Rei aceitou um mega-contrato (naquela época, claro) para defender o Cosmos de Nova York e aumentar a popularidade do futebol nos Estados Unidos. O time ainda tinha gente do quilate de Carlos Alberto Torres e Beckenbauer. Lá foi campeăo em 1977, até encerrar a carreira no mesmo ano. Era o fim nos clubes.

Na Seleçăo a história de Pelé é curiosa. Estreou em 1957, e no ano seguinte estava no time que disputou a Copa de 1958. Os números das camisas foram distribuídos de forma aleatória, mas Pelé era predestinado e ficou com a 10. O Rei viria estrear na Copa contra a Uniăo Soviética. Ele e um outro garoto, chamado Garrincha. Os dois acabaram com o jogo. 2x0 para o Brasil. No jogo seguinte, contra o País de Gales, Pelé começou a mostrar sua genialidade, com um gol sensacional. O resto todo mundo já viu na TV ŕs vésperas de toda Copa do Mundo. Tręs gols contra a França, mais dois na final contra a Suécia, e a consagraçăo como Rei do Futebol.

Em 62, Pelé năo deu sorte. Machucou-se no segundo jogo, dando lugar a Amarildo. Garrincha chamou a responsabilidade para si e levou o Brasil nas costas rumo ao bi.

A vida continuava, mas em 66 a sorte novamente năo esteve ao lado do Rei. Caçado em campo, foi vítima das botinadas de húngaros e portugueses, que fizeram o Brasil voltar mais cedo para casa. A partir dali, já diziam que Pelé estava acabado, que a Bola năo tinha mais intimidade com o Rei... 

 Em 1969, fez o milésimo gol, contra o Vasco, no Maracană, e dedicou ŕs crianças vítimas das enchentes que assolavam o país. Faltava apenas a consagraçăo final.

Nas eliminatórias para a Copa de 70, Pelé estava comandando o time dentro de campo, enquanto Joăo Saldanha gritava do lado de fora. Classificaçăo consolidada com 1x0 no Paraguai diante de mais de 170 mil pessoas no Maraca.

1970. México. Pelé fez tudo nos seis jogos. Fez gols, passou, marcou, gritou, subiu... perdeu gols em jogadas inacreditáveis, tentou o quase impossível - um gol do meio do campo (o chamado "gol que Pelé năo fez") - e acabou, ali, mostrando ao mundo quem era o Rei do Futebol. Năo tinha Di Stefano, Puskas, Didi, Garrincha... Pelé é o Rei incontestável.

 Jogou na seleçăo até 1971 e, desiludido com o próprio país, começou a tomar maior conscięncia política. Saía o Pelé, entrava o Edson.

Depois que encerrou a carreira de vez, Pelé tornou-se um verdadeiro embaixador do futebol brasileiro. Ganhou pręmios, homenagens, fez comerciais, virou ator em filmes no Brasil e nos Estados Unidos, virou personagem de quadrinhos - o Pelezinho, de Maurício de Sousa, montou empresa de marketing esportivo, namorou mulheres maravilhosas - ele casou-se em 1966, com Rose Cholby, teve tręs filhos, mas separou-se na década de 70 - e ficou rico, muito rico.

Até virar Ministro de Estado em 1994. Ele queria contribuir também do campo. Daí nascia a Lei Pelé, dada a revolucionar a organizaçăo do nosso futebol, mas ela foi tăo retalhada no Congresso Nacional, que Edson Arantes do Nascimento preferiu deixar o barco.

Casou-se com Assíria, teve mais dois filhos, e leva uma vida de pai de família e empresário bem-sucedido. 

Pelé está fazendo 60 anos. Quase todos dedicados ŕ bola, sua amada, eterna companheira, musa perfeita dos deuses do futebol. Deuses estes que elegeram Pelé como seu representante maior, como divindade da bola na Terra.

Outro? Pode até surgir, mas nunca alguém tratará a Bola com tanto carinho como o Rei. Como ele mesmo diz: "As pessoas ficam perguntando quando nascerá outro Pelé. Parem de perguntar. Năo vai nascer outro. Pelé foi só um."


 "Como se soletra Pelé? D-E-U-S."
(The Sunday Times, jornal londrino)

 "Se Pelé năo tivesse nascido um homem, teria nascido uma bola."
(Armando Nogueira, jornalista brasileiro)

 "Marcar mil gols, como Pelé, năo é tăo difícil. Marcar um gol como Pelé é."
(Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro)

 "Após o quinto gol, eu queria era aplaudi-lo."
(Sigge Parling, zagueiro sueco encarregado de marcar Pelé durante a final da Copa de 58)

 "Eu pensei: ‘ele é feito de carne e osso, como eu.’ Eu me enganei."
(Tarciso Burnigch, zagueiro italiano que marcou Pelé na final da Copa de 70)

 "Cara, como vocę é popular!"
(Robert Redford, após presenciar Pelé dando dezenas de autógrafos em Nova York, enquanto ninguém lhe pediu um sequer)

 "Muito prazer, sou o presidente dos Estados Unidos. Vocę năo precisa se apresentar, porque Pelé todo mundo sabe quem é"
(Ronald Reagan, presidente dos Estados Unidos na décade de 80, ao receber Pelé na Casa Branca)

 "Se eu pudesse me chamaria Edson Arantes do Nascimento Bola. Seria a única maneira de agradecer o que ela fez por mim."
(Edson Arantes do Nascimento, o Pelé)

 "As pessoas ficam perguntando quando nascerá outro Pelé. Parem de perguntar. Năo vai nascer outro. Pelé foi só um."
(Edson Arantes do Nascimento, o Pelé)

 "Michelangelo ia pintar bem hoje? Mozart ia tocar bem? Pelé ia jogar bem? Claro. As condiçőes săo melhores."
(Edson Arantes do Nascimento, o Pelé)

 "Pelé nunca morrerá."
(Edson Arantes do Nascimento, o Pelé)

 "Até a bola do jogo pedia autógrafo a Pelé."
(Armando Nogueira, jornalista brasileiro)

 "Lá vai Pelé com a bola que Deus lhe deu."
(Armando Nogueira, jornalista brasileiro)

 "Năo me venham falar em Di Stefano, em Puskas, em Sivori, em Suárez. Eis a singela e casta verdade: năo chegam aos pés de Pelé. Quando muito, podem engrazar-lhe os sapatos, escovar-lhe o manto."
(Nélson Rodrigues, escritor, jornalista e dramaturgo)

 "Um time que tem Pelé é tricampeăo nato e hereditário."
(Nélson Rodrigues, escritor, jornalista e dramaturgo)

 "A tabelinha de Pelé e Tostăo confirma a existęncia de Deus."
(Armando Nogueira, jornalista e escritor)

 "Năo joguei a Copa de 74 porque tomei conhecimento das torturas cometidas pelo regime militar."
(Edson Arantes do Nascimento, o Pelé)

 "O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo."
(Ferenc Puskas, craque da Hungria e do Real Madrid na década de 50)

 "Maradona só será um novo Pelé quando ele ganhar 3 Copas Mundiais e marcar mais de mil gols."
(Cesar Luis Menotti, ex-técnico da Seleçăo Argentina)

 "Descrever o que foi Pelé é humanamente impossível. Foi a perfeiçăo. Ele desequilibrou o mundo."
(Gilmar dos Santos Neves, goleiro do Santos e do Brasil na copas de 58 e 62)

 "Pelé nunca será superado, porque é impossível haver algo melhor que a perfeiçăo. Ele teve tudo: físico, habilidade, controle de bola, velocidade, poder, espírito, inteligęncia, instinto, sagacidade."
(Jornalista do Sunday Mirror de Londres)

 "Posso ser um novo Di Stefano, mas năo posso ser um novo Pelé. Ele é o único que ultrapassa os limites da lógica."
(Johann Cruijff, maior jogador holandęs de todos os tempos)

 "Subimos juntos, fora do tempo, para cabecear uma bola. Eu era mais alto e tinha mais impulsăo. Quando desci ao chăo olhei pra cima, perplexo. Pelé ainda estava lá, no alto, cabeceando a bola. Parecia que podia ficar no ar o tempo que quisesse"
(Fachetti, zagueiro italiano na Copa do México, em 70)

 "Năo há nada mais alegre na vida do que uma bola quicando na área. Nem nada mais triste do que uma bola vazia."
(Edson Arantes do Nascimento, o Pelé)

 "Pelé chegou."
(Jornal Chileno, anunciando a chegada da seleçăo brasileira para a Copa de 62)