Paixão
dos torcedores anima jogos da
Copa Itatiaia. Última rodada
da fase classificatória será
no domingo (27)
Os
jogadores não são
profissionais, muito menos as
equipes. Mas a paixão dos
torcedores chega a ser até
maior do que nos grandes estádios.
Afinal, dentro de campo estão
esposos, irmãos, filhos e
amigos dos que lotam as
arquibancadas.
A
grande festa do Futebol Amador
mineiro teve neste domingo (20)
a segunda rodada da 49ª Copa
Itatiaia, com oito jogos da
Chave BH e oito da
Metropolitana. A última
rodada da fase classificatória
será no domingo (27).
Se
o fanatismo da torcida é
comparável ao dos grandes estádios,
coitado dos árbitros. Em
alguns campos, eles ficam a
menos de meio metro do
alambrado.
“Dá
até para dar um tapinha na
cabeça. Aconteceu comigo
hoje. Você tem que ter muita
concentração e sangue
frio”, alega
o auxiliar Mardoqueu dos
Santos, 41 anos, que há 12
apita no futebol amador.
Neste
domingo, ele sofreu bastante,
depois de marcar um
impedimento do ataque do
Verona, que venceu o Vista
Alegre, por 2 a 1, no Campo do
Ferroviário. Os torcedores não
economizaram nos xingamentos.
“Já
estou acostumado. Isso faz
parte da várzea. Sou um
apaixonado por futebol e é
isso que me motiva para
continuar apitando. Você tem
que levar no bom humor”, completa
o professor de Matemática,
que nos fins de semana dedica
boa parte de sua folga ao
apito.
O
que motiva esse grupo de
profissionais de outras áreas
a fazer o curso de arbitragem
não é o dinheiro. Por cada
partida, o árbitro recebe R$
100 e os auxiliares R$ 50.
“É
a paixão pelo futebol
mesmo”,
garantem Denisson Eufrásio
Domingues e Marcelo dos
Santos, companheiros de
Mardoqueu no jogo deste
domingo.
Uma
das torcedoras mais animadas e
exaltada era a cozinheira
Vanuza Aparecida de Souza, 28
anos, praticamente a líder da
torcida do Verona, que disputa
pela primeira vez a Copa
Itatiaia.
“Conheço
todo mundo do time. É muito
emocionante assistir de perto.
É melhor do que o Mineirão.
A gente consegue xingar o juiz
e até conversar com os
jogadores”,
compara.
A
euforia era tanta que, assim
que o árbitro apitou o fim do
primeiro tempo, ela invadiu o
campo para tirar satisfação
com o juiz. Apesar do menor número,
os torcedores do Vista Alegre
também fizeram muito barulho
nas arquibancadas.
A
alegria do futebol de várzea
não está somente nos rostos
dos jogadores e torcedores. O
vendedor de picolé Aldair
Bruno, 53 anos, comemora o
aumento no lucro. Ontem ele
vendeu 200 unidades no campo
do Ferroviário.