45ª Edição da Copa Itatiaia - 2005 / 2006

 O Maior Torneio de Futebol Amador do Brasil

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Fonte - Jornal AQUI - BH - MG - 22/12/2005

Mercado Inflacionado – Times fazem de tudo para atrair jogadores, oferecendo até empregos

Muitos jogadores de futebol amador vestem a camisa dos times para defender seu bairro ou porque gostam de aproveitar momentos de lazer ao lado de amigos. A disputa por atletas de qualidade, no entanto, vem motivando boas ofertas para montar um elenco forte. As contratações são feitas por meio de salários em dinheiro, materiais de construção e até vagas de emprego. O mercado da várzea ficou bastante inflacionado às vésperas da 45ª Copa Itatiaia e muitos recursos foram captados com empresas patrocinadoras e, no caso dos times da região metropolitana, com as prefeituras municipais.

Alguns clubes não admitem que pagam salários aos jogadores, o que proibido no Futebol Amador e outros dizem que a única recompensa é a cerveja após as partidas. O Gerente do Setor de Futebol Amador da Capital (SFAC), Marco Arthur Mendonça, condena o pagamento de salários. “Essa prática é proibida, pois caracteriza profissionalismo. O jogador amador não pode receber”, afirmou. Ele ainda informou que desconfia da existência da prática há muito tempo, mas não há como provar. “Isso prejudica o futebol amador, que deveria ser tratado como lazer”, declarou o gerente.

O Vila Rica, de Sabará, é uma das equipes que fala abertamente sobre o assunto. De acordo com o presidente Cleber Narciso Garcia, o Tebinha, a prefeitura de Sabará foi a maior fonte de recursos para o time no torneio. “Procurei o prefeito Sérgio (Luiz de Freitas) e pedi uma ajuda, porque vários atletas estavam sendo sondados por outros times. Ele deu R$ 2.000,00, o que deu para segurar 10 jogadores”, afirmou o presidente. Os mais procurados no Vila Rica são os atacantes Dinho , Naldo e César e os zagueiros Leléo e Luqinha. Cada um deles recebeu R$ 200,00, segundo Tebinha.

A negociação com Dinho foi a mais complicada. Ele teria uma proposta do Brumadinho, que pagaria R$ 500,00, mais um bicho de R$ 50,00 por jogo. “Estávamos fechando o grupo e ele me disse que estava sem graça de falar, mas precisava do dinheiro para pagar uma pensão. Nós não podíamos pagar tanto e ele acabou ficando, manteve a palavra”, revelou o presidente.

Tebinha contou que o atual campeão da Copa Itatiaia também recebe ajuda financeira de comerciantes, além do dinheiro que sai do bolso dos diretores. De acordo com ele, o pagamento de jogadores é necessário para a composição de um grupo de qualidade. “É complicado montar um time porque tem muita procura pelos atletas. Para ter um grupo forte e bons resultados, tem que ter dinheiro, senão nem classifica”, afirmou o presidente, que está há dois anos no cargo.