A chuva que castigou Belo
Horizonte não inibiu os
torcedores, que prestigiaram
os jogos da 45ª Copa
Itatiaia. Os mais apaixonados,
não mediram sacrifícios para
ver de perto seus ídolos na várzea.
É o caso, em especial, do
protético Miguel Santos
Azevedo, que, mesmo amparado
por uma muleta, não desgrudou
os olhos da partida entre
Suzana e Portuguesa, no campo
do Grêmio Mineiro, no Bairro
Santo André. 'Vale qualquer
sacrifício para acompanhar
uma partida da Copa Itatiaia.
Mesmo porque, se não
estivesse machucado, estaria lá
dentro jogando', diz Santos,
que se machucou em um acidente
de moto.
Para o aposentado Valdir Antônio
o torneio é uma forma de
lazer mais emocionante que a
televisão. 'Não tem nada
interessante na TV e gosto do
futebol amador', observa.
Já Denilson Andrade se diz um
'viciado' na competição. Ele
conta que acompanha o torneio
há 26 anos. “Esta é a
minha 26ª Copa Itatiaia.
Acompanho seus jogos desde os
meus 14 anos. Gosto mais do
futebol da várzea do que o do
profissional. Aqui _ aponta em
direção aos jogadores que
disputam a bola em um campo
enlameado, durante a partida
entre Cachoeirinha e Jusg) se
joga com coração e garra',
afirma.
Outro apaixonado pela várzea,
Valdir Dias dos Santos, também
enfrentou a chuva e o barro
para assistir à partida de
seus amigos do Jusg, do Bairro
São Gabriel. 'Somos todos
amigos do bairro', diz.
A chuva, porém, atrapalhou os
planos do ambulante Adnan
Magnani, no campo do Santa
Cruz. Ele conta que, em jogos
da Copa Itatiaia, costuma
faturar cerca de R$ 800. 'Com
a chuva, o movimento está
fraco', frisa o ambulante, que
tinha a expectativa de faturar
pouco mais de R$ 100.