9ª Copa Centenário de Futebol Amador - Edição de 2006

Belo Horizonte - Minas Gerais

O Maior Evento de Futebol Amador do Brasil

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Fonte: Jornal Diário da Tarde - BH - MG - Segunda-Feira - 13/11/2006    

Dupla afinada é destaque na categoria feminina na Copa Centenário

Uma dupla inseparável é o destaque do futebol feminino da Copa Centenário de Futebol Amador. Viviana Caetano e Cíntia Virgínia se conheceram no time Guanabara e de lá passaram a caminhar juntas em várias equipes até chegarem ao União Diamantina. Segundo as atletas, a equipe foi a zebra da copa deste ano por ter chegado às semifinais. Nem mesmo a eliminação da equipe na tarde de ontem para o Nacional por 4 a 0, no campo do Cachoeirinha ofuscou a participação da dupla no torneio.

As atletas contam que entraram no União a partir de um convite de uma amiga que já atuava pela equipe. O Ronaldo (presidente do União Diamantina) conversou conosco e foi franco dizendo que não teria condições de pagar nossa condução. Nós aceitamos por que é um ótimo clube e o Ronaldo é uma pessoa excelente, muito fina, conta Viviana. A atleta disputa a Copa Centenário pela quarta vez, chegando a ser vice-campeã pelo Tupinense. Viviana diz ainda que o ambiente no clube não poderia ser melhor. O ambiente lá é de descontração. Eu já conhecia a maioria das meninas e a relação é muito boa, completa.

O União Diamantina chega invicto às semifinais da Copa Centenário, depois de um período com atuações medianas na Copa. De acordo com Cíntia, a equipe, que possuía ótimas jogadoras, sofreu com a perda dessas atletas devido às dificuldades financeiras e da falta de patrocínio para bancar o transporte.

Neste ano, Viviana e Cíntia receberam o convite para atuar pelo time e, a partir disso, foram convidando outras atletas que já conheciam para integrarem a equipe. O sucesso é justificado pela união entre as atletas. Temos uma técnica. Isso é bom pois a relação com a treinadora é muito boa. A Celma França exige de nós raça nos jogos, mas também não quer que percamos a pose, conta Viviana, ressaltando a delicadeza feminina que não deve deixar de existir, mesmo em campo.

Sobre o futebol feminino, as garotas reclamam da falta de incentivo e da precariedade de estrutura no esporte. As atletas dizem que torneios, como o Campeonato Mineiro realizado pela SFAC, podem sair caros aos times que, como União, não contam com a ajuda de patrocínio ou qualquer outro incentivo financeiro. O Ronaldo faz o que pode, a gente sabe disso. Nós não reclamamos pois sabemos que é difícil e amamos jogar bola, explica Viviana.

Cíntia é sobrinha do craque Lacy do Galo

A meia-esquerda Cíntia conta que o futebol começou em casa. Meu tio Lacy já jogou no Atlético Mineiro. Minha família sempre me incentivou muito. Lacy Gomes Guimarães, ex-centroavante do Galo, foi campeão brasileiro em 1971. Ele morreu em maio de 2001, aos 56 anos.

A atleta começou a jogar bola aos 12 anos, e recebeu também um forte apoio do irmão para seguir firme no esporte. Cíntia diz que agora quer ajudar a reconstruir a bela história que o União Diamantina tinha no futebol amador, que acabou sendo ofuscada pela falta e jogadoras. Já Viviana, conta que teve dificuldades de aceitação no início, sempre tendo que ouvir chavões como futebol não é para mulher.

Viviana começou a jogar há sete anos e o seu primeiro time foi o Olímpicos. A atleta já chegou a atuar no futebol de salão. Viviana conta que teve que largar os estudos neste ano em função de uma operação que realizou. A intervenção médica fez com que atleta ficasse três meses no estaleiro. Ano que vem vou voltar a estudar e concluir o ensino médio, sonho com o futebol, mas tenho que manter os pés no chão , conta a jogadora. Quando indagada sobre a vontade de seguir a carreira no esporte, a atleta não tem dúvidas. Se um dia aparecer uma proposta concreta e interessante, vou com certeza. Esse é o meu sonho, o sonho de todo mundo , finaliza

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