Fonte: Jornal Diário da Tarde - BH -
MG - Segunda-Feira -
06/11/2006
Vitória
de virada mantém o Garra rumo ao título
da Copa Centenário: 3 X 1
A
vitória por 3 a 1 em cima do Tupinambás,
de virada, em um bom jogo pelo
octogonal decisivo, ontem à tarde, no
campo do São José Operário (Bairro
Dona Clara), garantiu ao Garra a
permanência na Copa Centenário
Wadson Lima, categoria feminino. O próximo
adversário da equipe da Pampulha é o
Atlético MG, no domingo.
O primeiro tempo de ontem foi bastante
disputado. Aos oito minutos, a
atacante Neguinha, do Tupinambás,
quase abre o placar em uma cobrança
de falta da entrada da área. O Garra
reagiu dois minutos depois e por pouco
não marcou quando a zagueira Binha
deu uma furada . Aos 22, o Tupinambás
novamente acordou e o jogo voltou a
ficar equilibrado.
Mas, aos 27 minutos, Brotinho cometeu
falta na entrada da área e deu a
oportunidade para a equipe do Horto
fazer o seu primeiro gol, com Priscila
convertendo a cobrança. Só que a
alegria durou pouco, pois apenas
quatro minutos depois, Jaqueline
empatou o jogo em um jogada
individual. Ela driblou três adversárias
antes de colocar a bola na rede, em um
belo gol, igualando em 1 a 1, placar
do primeiro tempo.
Na segunda etapa, o ritmo foi mais
lento. O time do Horto apresentou
sinais de cansaço e vários
atendimentos ocorreram em campo em função
de cãibras. Aos 12 minutos, em um
cruzamento bem executado, Kênia
aproveitou para marcar, de cabeça,
virando para 2 a 1 para o Garra.
O jogo ficou ainda mais quente quando
a zagueira Mais, do Tupinambás, deu
uma entrada mais forte em Bruna,
causando um princípio de confusão. A
zagueira foi apenas amarelada, apesar
da pressão pelo cartão vermelho.
Quem foi expulsa, no entanto, foi a
lateral-esquerda Bruna, do Garra. Ao
ser substituída, ela tirou a camisa
ainda dentro de campo e foi punida
pelo árbitro. Aos 43, o Garra voltou
a marcar, em mais um bonito gol do
jogo. Chicó, em um chute consciente,
encobrindo a goleira Pan, garantindo a
vitória para sua equipe.
A próxima partida também deve ser
difícil, mas nós somos o Garra e
jogaremos com toda garra para vencer ,
anunciava Chicó, ainda comemorando o
terceiro e último gol da equipe da
Pampulha.
Ficha técnica
Garra 3 x 1 Tupinambás
Garra: Carol; Chicó, Mayza e
Carol; Bruna (Isabela), Brotinho, Kênia,
Jaqueline e Érica; Fernandinha e Cíntia.
Técnico: Wanderlay
Tupinambás :Pan; Mais, Binha e
Lily; Claudinha (Érica), Pretinha,
Chu e Sara; Neguinha, Priscila e
Sandrok (Mayara).
Técnico: Vinícius Duarte
LOCAL: Campo do São José Operário.
HORÁRIO: 16h10
CARTÕES AMARELOS: Carol e
Brotinho (Garra); Mais, Binha e
Claudinha (Tupinambás). CARTÃO
VERMELHO: Bruna (Garra)
Wanderlay
vive nova experiência
Campeão
da Libertadores pelo Cruzeiro em 1976
e tendo atuado em outros clubes
importantes como o América-MG,
Marília e Fortaleza, o ex-zagueiro
Wanderlay enfrenta atualmente um novo
desafio em sua carreira: dirigir uma
equipe de futebol. Para muitos, esse
é o caminho natural percorrido por
vários ex-jogadores, mas o caso de
Wanderlay é um pouco diferente, pois
a equipe treinada por ele é composta
por mulheres.
”Tive uma surpresa muito grande
quando comecei a trabalhar com elas,
porque são muito dedicadas e têm o
objetivo de cumprir as metas e
alcançar alguma vitória na vida
através do futebol”, elogia o
técnico do Garra.
Wanderlay tinha dirigido alguns clubes
amadores e, a partir de um convite do
presidente do Garra, o radialista
Ramon Salgado, resolveu aceitar o
desafio, preparando a equipe para a
Copa Centenário Wadson Lima de
Futebol Amador. Por três vezes na
semana, Wanderlay se vê rodeado de
mulheres no campo de treinamento,
próximo da Toca da Raposa.
Todas elas querem vencer no futebol e
têm vontade de aprender sempre mais.
No Brasil, o futebol feminino ainda
não tem a mesma valorização do
masculino. No exterior isso já
ocorre, por isso temos várias atletas
jogando fora, avalia Wanderlay.
Para ele, as mulheres têm mais
habilidade com a bola e basta
conquistar o respeito delas para o
trabalho fluir bem. Em relação ao
preconceito sofrido por muitas delas,
a diretoria do Garra orienta as
atletas a sempre permanecerem com o
visual bem feminino. Podemos não ter
a melhor equipe, mas temos que ter o
time mais bonito, brinca.