Fonte-
Jornal Diário da Tarde-
BH - MG -Terça-Feira- 17/10/2006
Imperial
Serrano: de zebra a sensação da Copa
Centenário
Tido
como a zebra de sua chave, a equipe do
Imperial Serrano, do Bairro Serrano,
aos trancos e barrancos conquistou sua
vaga para a fase eliminatória da Copa
Centenário Wadson Lima e, agora,
surge como uma das sensações do
campeonato. A equipe se destacou por
se classificar em um dos grupos mais
difíceis do Módulo B da categoria
amador. Os resultados são provas do
equilíbrio: no primeiro jogo, empate
por 2 gols com o São Bernardo;
depois, vitória por 3 a 1 em cima do
Paraíso e, fechando a fase, outro
empate com o Nápoli.
O Imperial teve sua melhor atuação
na Copa Centenário em 2001, quando
chegou em 3º lugar. O presidente João
Augusto Veríssimo, mais conhecido na
várzea como Rosinha, diz que este ano
o pensamento é ser campeão: O grupo
é bom e está muito unido. Em todos
os jogos conseguimos levar cerca de 17
jogadores para o campo, e tem muito
time aí que não consegue isso. Temos
grandes chances de chegar lá, avalia
o dirigente.
A confiança de Rosinha pode premiar
sua dedicação exclusiva ao time do
Imperial. Meu envolvimento começou há
20 anos, quando o Seu Mateus me chamou
para assistir a um jogo , recorda.
Desde 1986, depois de assistir à
partida, Rosinha nunca mais deixou a
equipe. Já conhecia alguns atletas e
ia ao jogo como torcedor. Um dia foram
reformular a diretoria e me convidaram
. Ele destaca que nesse tempo de
administração foram muitas alegrias,
mas também destaca os gastos
financeiros com o time.
Para disputar a Copa Centenário deste
ano, Rosinha explica que não foi difícil
formar a equipe, pois na região do
Bairro Serrano tem um grande número
de atletas de boa qualidade. O
zagueiro Reinaldo Barbosa, filho de
Ronaldo Barbosa, ex-jogador e um dos
fundadores do clube, diz que os
atletas que atuam hoje no Imperial
praticamente cresceram juntos nas
redondezas do Bairro Serrano: Os
atletas foram criados juntos, a
amizade é muito forte, garante o
zagueiro. Desde pequeno vejo as roupas
do time sendo lavadas aqui em casa, e
sempre assisti às resenhas depois dos
jogos¨, relembra o atleta. Além do
pai, os tios Ruy e Kadico (este já
falecido) foram atletas do clube, e
seu avô Waldir (também falecido) foi
fundador e dirigente do Imperial
Serrano.
Título
com muita emoção
Entre
tantos casos inusitados vividos na várzea,
o presidente Rosinha não esconde o
sorriso ao se lembrar da experiência
vivida em 1998. O Imperial enfrentava
o Ica, do Bairro Borges, pelas
semifinais da categoria júnior do
DFAC Departamento de Futebol Amador de
Capital. A partida havia terminado
empatada e a decisão da vaga foi para
os pênaltis. Antes mesmo do início
das cobranças, Rosinha já não
conseguia conter o nervosismo.
Depois de algumas cobranças erradas
de seus atletas, o Ica ficou com a
chance de definir o jogo. Ao invés de
assistir à cobrança do adversário,
Rosinha resolveu sair do campo, mas
logo soube que o Ica havia desperdiçado
a cobrança e voltou correndo para
acompanhar a decisão. Mas, por duas
vezes, os pênaltis não foram
convertidos. Extremamente nervoso, o
presidente resolveu deixar o campo e
ir para casa.
Depois de muito esperar, Rosinha ouviu
muito barulho e uma multidão chegando
ao bairro Serrano, anunciando em
grande festa a classificação para a
final. Muito se comentou na época que
o Ica já tinha uma festa preparada
para comemorar sua passagem à finalíssima,
que teve de ser cancelada por motivos
óbvios. Rosinha não acreditava na
classificação, que só veio após a
cobrança de 13 pênaltis, e, por
isso, fez grande festa.
O Imperial Serrano foi para a final
contra o time do Jusg, do Bairro São
Gabriel, e conquistou o título em
outra decisão por pênaltis, mas
desta vez com Rosinha presente.