No
início da década de sessenta a
Tecelagem Parahyba apresentou ao
torcedor joseense um atacante
conhecido pelo estranho apelido de
Forno, vindo de Guaratinguetá. Esse
jogador era irmão de Tião, ponta
direita de excelentes predicados
técnicos, com passagem, inclusive,
pelo Taubaté. Forno atuava de ponta
esquerda; era um jogador comum,
diríamos que estivesse dentro da
média. Um detalhe o fazia notado,
porém: o homem chutava demais! Como
quase sempre aconteciam os treinos
eram realizados com a equipe titular
enfrentando a reserva.
Conta-se que no primeiro treino em
seu novo clube, Forno, devidamente
credenciado pelo irmão, foi escalado
na equipe titular. O goleiro do time
aspirante chamava-se Mário, que anos
depois ocuparia na Prefeitura o
cargo de fiscal. Em um momento
qualquer do treino há uma infração a
ser batida contra o arco da equipe
dito aspirante, cerca de vinte a
trinta jardas da grande área.
Forno
toma distância, célere, vem para a
batida: Arremessa um “torpedo”
contra o goleiro que, embora
tentasse não consegue detê-lo.
Seguindo sua trajetória, a bola bate
na parte superior da trave
arrancando dela uma lasca.
O
mais extraordinário, entretanto, é
que após resvalar na trave a bola
continuou seu caminho indo chocar-se
contra o chifre de um touro que
pastava atrás do gol, cortando-o (o
chifre, não o touro) ao meio.
Assustado, na mesma hora Mário pediu
para sair alegando estar atrasado
para o Tiro de Guerra.