Futebol ao ar livre é
liberado em Minas Gerais e
quadras cobertas seguem
proibidas
De acordo com o governo, o
esporte está permitido desde
que praticado ao ar livre
(Divulgação/CMBH
As famosas
peladas – o futebol amador,
entre amigos
– podem ser retomadas em
Minas Gerais, desde que
sejam praticadas ao ar
livre. A informação foi
confirmada, na tarde desta
quarta-feira
(19/08),
pelo secretário adjunto de
saúde, Marcelo Cabral, em
coletiva na Cidade
Administrativa. No entanto,
em
Belo Horizonte,
as atividades seguem
proibidas.
“Caso seja ao ar livre, [a
prática] já é possível desde
já. Caso seja em ambiente
fechado, apenas quando a
localidade se encontrar na
onda verde”,
destacou o secretário.
Marcelo Cabral ressaltou que
os cuidados devem ser
mantidos.
“Esses esportes, essas
atividades ao ar livre, já
estão liberados. É claro que
desde que tomando todos
cuidados, procurando manter
a cautela no que se refere
ao distanciamento. Mas,
atividades dessa natureza,
ao ar livre, já estão
permitidas”,
explicou.
No caso de práticas
esportivas em ambientes
fechados, como quadras, a
restrição só é derrubada na
onda verde, última etapa do
plano Minas Consciente. Como
nenhuma cidade alcançou este
nível, a proibição está
mantida em todo o estado.
“Quando essas atividades são
desenvolvidas em ambientes
fechados, devem acontecer
apenas, no momento atual, na
onda verde, em que as
atividades são desenvolvidas
com um rigor um pouco mais
flexíveis, já que locais
que, eventualmente, se
encontrem na onda verde
terão indicadores mais
favoráveis para essas
atividades”,
disse Marcelo.
Quadras em BH
Como a prefeitura de BH não
adotou o programa do governo
estadual, qualquer tipo de
pelada está proibido na
cidade – mesmo em quadra a
céu aberto. A liberação da
prática ainda não é prevista
pela PBH, que afirma que um
protocolo para a atividade
está em elaboração, mas sem
prazo definido. O setor na
capital espera que o esporte
coletivo seja inserido na
mesma onda em que a
liberação das academias está
prevista – a última
“No momento foram definidos
protocolos para academias,
crossfit, centros de
treinamento, clubes de lazer
e profissionais autônomos de
educação física, que estão
previstas para a fase 3. As
demais atividades –
incluindo as praticadas em
quadras esportivas- serão
contempladas em fases
posteriores, ainda em
definição”,
disse a gestão municipal.
A PBH planeja acompanhar o
impacto das três primeiras
fases de reabertura para
depois avaliar essas
atividades.
Risco alto
De acordo com a gestão
municipal, o esporte oferece
risco à saúde por conta da
alta transmissão do novo
coronavírus e favorece a
aglomeração de pessoas.
“Os esportes coletivos –
como o futebol amador –
pressupõem, inevitavelmente,
a proximidade dos atletas em
distâncias inferiores a 2
metros, facilitando a
transmissão da Covid-19, que
é uma doença de alta
transmissibilidade e grande
potencial de gravidade”,
afirma a gestão municipal.
Ao longo do período de
isolamento na capital,
peladas clandestinas
mobilizaram ações da Guarda
Civil Municipal em BH e em
Contagem (relembre aqui e aqui).
Até o momento, uma quadra
precisou ser interditada em
BH por funcionar sem
autorização, e o mesmo
ocorreu em Santa Luzia, na
região metropolitana da
capital. (leia
mais aqui).
De acordo o infectologista
Leandro Curi, a prática de
atividades esportivas como o
futebol tem uma redução de
contaminação se realizada ao
ar livre, mas não diminui o
risco.
“Qualquer doença
respiratória é muito mais
fácil de transmitir em
ambiente fechado, como
escola, quadra e em casa,
pois a ventilação é pior e a
chance de concentrar o vírus
na região é maior. Mas, na
prática de esporte, por
estar correndo, suando e
gritando, você elimina mais
gotículas e a chance de
transmissão é grande”,
explica.
Prudência no
futebol
O especialista diz que a
postura da PBH se mostra
mais adequada, mas que é
difícil julgar o que é certo
ou errado, no momento. “Isso
vai mais da população. Se
puder evitar a prática desse
tipo de esporte, no momento,
é o mais adequado. Agora, se
acharem prudente, o ideal é
usar uma máscara adaptável
para esse tipo de exercício
para não se contaminar ou
infectar outra pessoa e
pesar o custo benefício se
vale correr o risco por uma
partida de futebol, por
exemplo”, afirma Leandro.
Prejuízos
Enquanto o assunto segue sem
definição, proprietários de
quadras e escolinhas de
futebol amargam prejuízos. É
o caso do
Centro Esportivo Mineiro,
localizado na avenida
Vilarinho, uma das vias mais
movimentadas da região de
Venda Nova, em Belo
Horizonte.
O local tem sobrevivido das
receitas do estacionamento.
No entanto, segundo o
gerente da quadra, Marcos
Paulo Correa, não foi o
suficiente para evitar a
queda de 85% no faturamento.
“Quando tinha o futebol, o
estacionamento sempre estava
movimentado. Com a quadra, o
faturamento mensal era no
entorno de R$ 28 mil. Agora,
caiu para R$ 4 mil, no
máximo”,
diz Marcos.
O gerente conta que o
estabelecimento tem recebido
ligações de pessoas que
querem voltar a jogar
futebol, mas os donos
preferem seguir a lei.
“A gente explica que não tem
como retornar e que precisa
esperar a prefeitura.
Enquanto isso, a gente vai
cobrando pra ver se tem
alguma previsão”,
afirma
Driblando a crise
Sem poder funcionar, a
escolinha de futebol
Palestra, localizada no
bairro Santa Mônica, na
região da Pampulha, perdeu
70 dos 150 alunos desde o
início da pandemia. De
acordo com a gerente do
local, Débora Dahora, o
faturamento caiu mais de 80%
com as desistências e as
reduções de mensalidade.
No entanto, a escola tem
tentado manter as receitas
com atividades online.
“A gente envia três vezes
por semana atividades
físicas por videoaula, para
que os alunos pratiquem em
casa. É a maneira que
encontramos de manter os
meninos em prática e de
conseguir manter o
faturamento, já que o nosso
carro chefe é a escolinha”,
explica.
Procurada, a Sede-MG
(Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais) disse, por
meio de nota (veja na íntegra
abaixo), que as
escolinhas estão permitidas
a partir da onda amarela do
Minas Consciente.
“A Secretaria de
Desenvolvimento Econômico
informa que o setor de
atividades extracurricular,
como exemplo o ensino de
esportes, está na onda
amarela”,
diz.
Nota da Sede-MG
“A Secretaria de
Desenvolvimento Econômico
informa que o setor de
atividades extracurricular,
como exemplo o ensino de
esportes, está na onda
amarela.
Porém, as atividades
esportivas em clubes,
academias ou atividades de
lazer estão na onda verde. É
importante verificar o CNAE
da empresa para a definição
da retomada”.